54. Presa

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Chris Jauregui |Point Of View



Estava bebendo e Normani observava Laur e Camila dançando. Ela olhou pra mim e negou.

— O quê?

— Nada.

— Fiz algo errado?

— Você disse que não beberia mais.

— Mas não vou ficar mamado, só um copo. – Ela voltou à atenção para as meninas. Parecia incomodada. – Larguei o copo... Não fique irritada.

— Não é só isso.

— O que mais?

— Chris... Você é um cara legal quando estamos sozinhos, mas na frente dos outros fica um babaca. Aquilo não é brincadeira pra se fazer. Chamar a Camila de brocha. Ela te fez alguma coisa ou te deu liberdade pra falar assim com ela? – Fiquei em silêncio. – Olha lá. Elas estão tão felizes e curtindo a musica. Quando ficamos assim? Você sempre está cercado de idiotas que só querem encher a cara e pegar um monte de mulher. Eu não imaginei isso pra mim. – Ela pegou a bolsa.

— Aonde você vai?

— Vou pra casa!

— Eu levo você.

— Não. Você bebeu. Vou de taxi.

— Está terminando comigo?

— Estou.

— Não Mani. Vamos conversar... Nos damos tão bem...

— Já tivemos essa conversa, Chris, mas ela não adiantou. – Ela beijou meu rosto e saiu dali. Eu fiquei enchendo a cara pra curar a dor no peito que estava sentindo.

Lauren Jauregui |Point Of View



Meus pés doíam de tanto dançar. Camila e eu não paramos desde a chegada aqui. Quando olhamos um tumulto ao lado do bar.

— Vamos ver o que é? – Ela assentiu e caminhamos entre as pessoas, quando chegamos lá, Chris estava sendo espancado por um brutamontes. Camila correu até ele e o tirou de cima de meu irmão. Quando ela virou, o cara acertou seu rosto em cheio. Ela cambaleou para trás.

— Ah seu merda... – Ela disse caminhando até ele e o acertou tão forte, devido a raiva, que o cara caiu inconsciente no chão. Ela pegou Chris e me alcançou as chaves do carro. Quando ela passou pela entrada, mostrou Chris aos seguranças. – Ótimo trabalho. – Eles arregalaram os olhos.

— Desculpe... Nós não vimos...

— Poupem suas desculpas e rezem para ele ficar bem. Caso contrário... – Ela disse e eu abri o carro para ela. Ela o colocou no banco de trás. Abriu a porta para mim e depois fomos para um hospital. Preenchi um formulário e o levaram. Camila estava com o rosto sangrando.

— E você, amor? Está sangrando. – Ela tocou o ferimento e o abriu um pouco para senti-lo. Doeu minha alma de ver aquilo, mas ela parecia tranquila.

— É superficial, linda. Depois eu faço um curativo.

— Não doeu? – Ela negou e depois selou nossos lábios.

— Vamos sair sozinhas na próxima. – Eu sorri.

— Vamos sim.

— Lauren Cabello? – Uma enfermeira disse lendo uma prancheta. Caminhei até ela. – Pode entrar pra ver seu irmão. E você?

— Ela é minha esposa.

— Pode entrar também. – Ela nos levou até ele.

— Oi. – Ele disse envergonhado.

— O que aconteceu?

— Aquele cara estava me irritando... Dei um soco nele, mas ele me deu vários.

— Você é um irresponsável, Chris. Viu o tamanho dele? Queria morrer?

— Quem sabe...

— Não fale bobagens. Você não pode desprezar a vida, tem gente lutando para viver e você que tem tudo fica falando idiotices. – Nós olhamos para Camila assustados, ela não é de se meter muito nas coisas.

— Normani terminou comigo. Ela disse que sou imaturo.

— E a forma de aliviar isso é provando que ela está certa? – Camila perguntou.

— Você está certa. Só preciso de uma noite de sono.

— A sua alta ficou para amanhã. – A enfermeira disse entrando na sala e assentimos.

— Vou ligar para meu pai. – Falei e liguei para a casa deles.

— Alô... – A voz de Taylor estava ofegante. Parecia que ela estava correndo uma maratona.

— É a Lauren. Papa está aí?

— Não... E ele está muito bêbado, assim como a mama e os pais de Camila na casa de campo dela. Por quê?

— Nada. Obrigada.

— Ok. Beijo.

Desliguei e voltei para o quarto.

— Vou ter que ficar aqui. Nossos pais estão muito loucos na sua casa de campo. Camila sorriu negando.

— Eu fico para você. Você está com nosso pequeno tesouro... Espere um pouco. Sofia está com eles? – Arregalei os olhos. – Que droga.

— Vou buscá-la.

— Você não pode ficar sozinha, amor.

— Posso sim, Camz. Não estou doente. Vou buscá-la e ela me fará companhia.

— Ok. Mas tome cuidado. – Nos beijamos e depois o encerramos com um selinho demorado. – Amo você.

— Amo você. – Ela sorriu e beijou minha testa.

Fui até a casa de campo e a festa na piscina era grande. Perguntei por Sofi e os Cabello’s avisaram que ela estava dormindo. Subi para o quarto e ela estava sentada na cama. Quando me viu, correu e pulou no meu colo.

— Vamos passar essa noite lá em casa?

— Kaki está lá?

— Não. Ela está cuidando do Chis. Ele se machucou. Ela quer que você cuide de mim.

— Vamos então. Eu posso cuidar de você. – Ela disse abraçando meu pescoço.

Avisei que levaria Sofi e eles assentiram. Chegamos tarde e fizemos uma taca enorme de sorvete. Adormecemos juntas nos sofá.


×××


Passamos o domingo com Sofi... Quer dizer, Camila passou o domingo com Sofi, elas me excluíram sem se dar conta da bolha delas. No fim do dia, Ale e Sinu chegaram se desculpando e levando ela para casa. Camila ligou a banheira e me convidou para relaxarmos um pouco. Ela sentou atrás de mim, me abraçando forte e beijando meu pescoço.

— Saudade de você, minha branquinha.

— Eu também, amor. Esse final de semana foi conturbado.

— Pois é. Amanhã voltamos a nossa rotina. – Ela suspirou em minhas costas.

— Amor... Porque você não me contou que sua punição para não ir ao Iraque seria sua expulsão.

— E como você soube?

— Quando você estava bêbeda.

— Então eu contei... O que mais eu falei aquele dia.

— Um monte de coisas. Você gosta tanto do que faz... Não quero ser o motivo de sua frustração. – Ela me virou e ficou me encarando por um tempo. Depois tocou meu rosto.

— Você é o amor da minha vida e vai me dar um filho... Você pode ser tudo, menos o motivo de minha frustração. – Nos beijamos.

Depois do banho, nos beijamos mais e fomos deitar.


Camila Cabello |Point Of View



Eu estava na minha sala, revisando uma papelada e bateram na porta.

— Entre.

— Tenente Cabello! – O cabo bateu continência. — Estou a mando do General. Ele solicita sua presença na sala de armamento.

— Obrigado. Já estou indo. – Organizei as folhas sobre minha mesa e caminhei até a sala.

— TENENTE CABELLO! ONDE ESTÁ OS ÓCULOS DE VISÃO NOTURNA?

— Não sei, general Cabello.

— NÃO SABE? ISSO É RESPONSABILIDADE SUA. SEUS COMANDADOS ESTAVAM DE GUARDA.

— GRITAR COMIGO NÃO VAI FAZER O ÓCULOS VOLTAR.

— NÃO GRITE COMIGO. DECLARO QUE TODO O QG FICARÁ PRESO, ATÉ ESSES ÓCULOS APARECER. NINGUÉM SAI E VOU MANDAR TODOS OS QUE ESTÃO EM CASA.

— Eu também?

— Inclusive você. É sua responsabilidade.

Minhas mãos tremiam de raiva, mas apenas me retirei e fui até meus comandados.

— Quem pegou o óculos? Devolva pra mim. Ficarmos presos aqui até ele aparecer.

Ninguém se manifestou e ficamos sentados ali. Até os outros chegarem. Eles ficaram conversando entre eles. As onze da noite, meu celular tocou, foi então que lembrei que ele estava no meu bolso.

— Camz?

— Oi amor. Como está?

— Com saudade. Seu pai disse que você viajou a campo.

— Ele mentiu, Lo. Ele nos prendeu aqui, pois roubaram um óculos de visão noturna.

— Como assim prendeu. A própria filha?

— Aqui ele é meu superior, Lo. Mas espero ir logo para casa.

— Tenho uma notícia pra te dar.

— Sobre o bebê?

— Não. Sobre você. Acho que vai gostar.

— Fiquei curiosa.

— Como vou dormir sem você, Camz?

— Essa é a única pergunta que estou me fazendo, desde o momento que meu pai decretou essa prisão.

— Te amo.

— Também te amo e se precisar de mim é só ligar.

— Ok amor. – Ela desligou. E depois o emprestei aos outros para ligarem para as famílias.

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