2. Encontro

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Lauren Jauregui | Point Of View 

Acordei com uma dor de cabeça enorme. Havia ajudado Tay com um dever a noite toda, mas não reclamo por isso, ela é minha princesinha e a única pessoa que me derrete com um sorriso. Levante e fiz o ritual tradicional. Escovar os dentes, banho e café forte, sem açúcar.

Passei no andar de minha mãe, dei um tchau e parti para a empresa. Fiquei o dia, arrumando relatórios e corrigindo balancetes, que nunca fechavam e isso significa que o tal escândalo não é tão falso assim. Acho que quando administrar isso tudo, terei muita sujeira para limpar. Fiquei imaginando o quanto terei que me explicar, por já fazer parte desta equipe desonesta. Realmente, quero saltar deste lugar, mas não quero desapontar minha família. Entre a cruz e a espada.

Fechei meus olhos com força, minha cabeça latejava. Preciso de umas férias, ficar em um lugar tranqüilo e... Porra! Meu celular me puxa para a realidade, mas é Tay e isso já me alegra um pouco.

— Oi Tay-Tay. – Ela fungou. – O que houve?

— Estou com medo de ir para a casa. Tem um cara que fica me encarando quando eu passo na saída. Ele sorri para mim e ele é nojento.

— Onde você está?

— Trancada no banheiro.

— Não saia daí. Estou chegando. – Peguei minhas chaves e dirigi em direção a escola.


Camila Cabello | Point Of View 

— Você só pode ter bebido! Está usando drogas? – Minha mãe gritava. – Você não vai para lá. Eu te proíbo.

— Já sou maior de idade, posso fazer minhas escolhas.

— Culpa do Alejandro. Eu disse para ele te deixar longe deste mundo perigoso e ele te arrastou para ele. Você tem noção de como é lá? É um caos!

— Eles precisam de voluntários e eu sou apta para isso. Se eles me aceitarem, vou com ou sem o consentimento de vocês. – Ela começou a chorar e eu sai dali.

Chegando ao quartel, minha sala estava sendo limpa, fiquei observando o treino dos novatos. A juventude de hoje em dia é muito babaca, levam tudo na brincadeira e não tem noção de quão é importante essa missão de servir ao país. A faxineira saiu dali e eu entrei em minha sala. Dois segundos depois meu telefone tocou. Meu pai. Fui até a sala dele.

— O que eu tenho que fazer para você desistir?

— Nada disso está ao seu alcance! Eu vou se me aceitarem e pretendo voltar de lá. – Ele fitou o chão e negou com a cabeça.

— Espero mesmo que você volte, mas sei que isso será muito difícil. Não são nossos simuladores, tenente! São reais as bombas e você não terá quatro vidas.

— Estou consciente disso. Não vou mudar de idéia.

— Você é tão turrona. Você tem pessoas que amam você, se você não nos ama de volta e não ama nada, mas não pode abandonar sua vida por conta disso.

— Eu amo o meu trabalho e vou até as últimas consequências por ele.

— Vá para a guarda da escola.

— Esse é outro motivo. Não quero ficar cuidando de cabos cheios de hormônios e assanhados. Não tem isso no currículo quando nos inscrevemos aqui.

— Seu superior ordena que vá para frente daquela escola e ajude na guarda. – Bati continência.

— Sim, General Cabello! – Falei saindo da sala.

Quando cheguei lá, era a mesma coisa. Flertes e risadinhas para todos os lados. Me escorei em um pilar da guarda e fiquei pensando em como minha mãe estava agora. Não devia ter saído daquele jeito, devia ter ficado e conversado direito com ela. Fui tirada de meus devaneios, quando um cabo veio gritando meu nome e correndo em minha direção. Ele bateu continência.

— Permissão para falar, tenente Cabello!

— Permissão concedida.

— Está ocorrendo uma discussão entre o cabo Juarez e uma mulher no posto central. – Droga!

— Vamos até lá.

Conforme fui me aproximando, vi uma morena, apertando o dedo no peito de Juarez e gesticulando o muito. Ela estava vermelha de raiva e havia uma garota encolhida atrás dela.

— O que está acontecendo aqui? – Todos me fitaram. Ela tinha olhos verdes e lindos, ela veio para cima de mim.

— O que você é? Superior deste moleque? Você estava aonde quando ele estava assediando minha irmã?

— Isso é verdade? – Perguntei para o cabo e ela se aproximou mais de mim.

— Está duvidando de mim? Você só pode estar brincando.

— Essa mulher é louca, eu nunca fiz nada... – O cabo falou e eu o interrompi.

— Fale direito comigo, novato! – Ele bateu continência.

— Permissão para falar, tenente Cabello.

— Permissão negada. Prenda-o por uma semana. Depois que ele for liberado, o leve para a sala do general.

— Mas você não me ouviu e não viu...

— Você não me respeitou e chamou a moça de louca. Pra mim já é o bastante. – O cabo que foi me avisar o algemou e o levou dali. – Me desculpem por isso, mas às vezes a farda sobe a cabeça.

— Obrigada. – A garota falou e a moça de olhos claros pegou a mão dela e começou a andar para longe.

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