77. Heroína

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Camila Cabello |Point Of View



Eu fiquei com a passagem subterrânea. Fomos entrando o túnel, ele era um pouco iluminado. Ouvimos os disparos e empunhamos as armas. Um agente especial me acompanhava na frente dos demais... Ouvimos um barulho e levantamos a mão, parando todos. Vários homens tomaram o túnel e se surpreenderam conosco ali, mas a surpresa não durou muito, pois logo, todos estavam atirando em nós. Eles foram caindo conforme atirávamos. Vi um homem abrindo o colete e ele estava com uma bomba ao corpo... Olhei para o túnel, mal feito e com terra caindo apenas com o barulho dos tiros.

— Cadete... Me dê cobertura. – Ele assentiu e nós corremos passando entre eles. Pulei no homem e segurei sua mão para trás.

Peguei minha arma e atirei em um homem que estava atrás do cadete.

— Cadete, aumente seu campo de visão, se escore na parede do túnel e vigie todos os lados. – Ele assim fez e eu peguei um alicate do meu kit. Cortei o fio vermelho e depois o arranquei do corpo dele, acertando sua cabeça logo em seguida. Pisei no sensor da bomba e o espatifei. Os tiros cessaram. — Algum dos meus morreu?

— Não General!

— Graças a Deus! E dos seus, Agente?

— Só um tiro de raspão no braço de um. Já pedi para o levarem para van. – Assenti e continuamos a caminhada. Já no saguão principal, havia uma jaula cheia de crianças e uma verdadeira guerra.

— Que jaula é aquela?

— São as crianças que transportam drogas para eles.

— Elas vão se ferir ela estão no meio de tudo. Podemos retirá-las pelo túnel.

— Sua equipe pode fazer isso?

— Se vocês mos derem cobertura.

— Claro. Há um ônibus do conselho tutelar lá na frente.

— Certo. – Avistei um pé de cabra no canto da entrada e o peguei. Os agentes começaram a entrar correndo e nós fomos atrás deles.

As crianças estavam no canto da jaula, encolhidas e amedrontadas. Peguei o pé de cabra e quebrei o cadeado. Os militares começaram a entrar e tirar os meninos de dentro da jaula. Ficou um para trás.

— Venha garoto! – Falei estendendo a mão. Ele a apertou forte e me puxou, quando me curvei, ele agarrou meu pescoço e eu tive que o tirar no colo de lá. Isso dificultava minha locomoção em mil. Quando estávamos no meio do caminho.

— Você é uma General?

— Sou. Como você sabe?

— Suas estrelas pintadas aqui... – Ele tocou a ombreira da minha farda. — Quer dizer General. Vocês são tão incríveis... Quero ser um herói também quando crescer, mas sou fraco para isso.

— Você é novo ainda. Quando fizer uns 14 anos, pode começar a treinar e virar um grande militar.

— Posso?

— Claro. – Eu estava folêgando de correr. — É só se preparar.

— Você era fraca?

— Um ratinho. – Ele gargalhou.

— Menor que eu?

— Bem menor. – Ele olhou para trás.

— Atrás de você. – Ele disse e eu me curvei no chão, protegendo ele. – Não. Assim você vai morrer.

— Só fique quieto e se der errado se finja de morto. Você consegue? – Ele assentiu e abraçou meu tronco.

— Muito Obrigado!

Me virei o mais rápido que consegui e saquei duas armas, atirando nos dois homens da frente, os dois de trás caíram sem que eu atirasse, foi a Croft que os estava perseguindo. Um dos caras que eu atirei, retribuiu o tiro, acertando meu abdômen. Atirei na cabeça dele e me sentei no chão.

— Oh meu Deus. Ajudem ela aqui. – O garoto falava assustado.

— Eu estou bem.

— É sangue! Tem sangue.

— Não. Fique calmo. É de mentira. Tem gosto de cereja. – Tirei um pouco e ele lambeu.

— Tem mesmo.

— É só para os vilões pensarem que morremos, mas acabamos surpreendendo.

— Que irado!

— Agora vamos. – O peguei no colo de novo.

Caminhamos até o ônibus e o deixei ali.

Voltamos para o complexo e os tiros haviam cessado. Procurei por Dinah e ela estava tomando água, sentada na bancada de uma pia.

— Cabello... Um brinde a nós!

— Acabou?

— Sim. Prenderam o chefão e mataram todo o resto... Matamos no caso.

— Perdi as contas de quantos eu matei.

— Duas. Vamos? Está um cheiro horrível aqui.

— Vamos!

Caminhamos até o lado de fora e reuni meu pelotão.

— Perdemos alguém?

— Não General. Apenas alguns tiros de raspão.

— Sim. Voltem para a base e vão para a enfermaria. Obrigado por hoje, vocês se saíram muito bem, não tivemos baixas, porque vocês tem a noção básica do militarismo, se ajudam. Você deram cobertura um ao outro e se protegeram. É assim que montamos um QG imbatível.

Eles levantaram as armas e começaram a gritar... Gritar e assoviar.

— Olá! – Uma moça falou. — Eu sou do conselho tutelar e as crianças queriam tirar uma foto com vocês para guardar de recordação. Elas podem?

— Claro. Vamos até lá? – Eles assentiram e caminhamos para perto do ônibus. Eles ficaram em formação, com as crianças em sua frente. O garoto que eu havia salvado parou em minha frente e estendeu os bracinhos. Todo o batalhão me olhou e eu o peguei no colo. Ele abraçou meu pescoço, eu tirei minha boina, a colocando na cabeça dele. Ele sorriu largo e a moça tirou a foto.

— Obrigada! – Ela disse e as crianças caminharam para o ônibus.

— Pode ficar com ela. – Tirei minha camisa da farda, a que tinha as estrelas da minha patente e ele arregalou os olhos. — Fique com isso. Uma recordação minha.

Eu nunca vou te esquecer. Nem precisava de recordação. Você é minha heroína. – Ele disse me abraçando e eu o abracei também.

— Até qualquer dia.

— Adeus! – Ele disse e entrou no ônibus.

— Vamos às entrevistas? – A Croft falou e eu neguei.

— Estou atrasada. Tenho oficiais feridos. – Ela assentiu.

— Tudo bem. Obrigada General. – Ela estendeu a mão.

— Foi uma satisfação ajudá-la. – Eu disse a apertando.

— Essa é sua gratificação pela ajuda. – Olhei um cheque com vários zeros.

— Nossa! Todos vão ganhar isso?

— Só você. Você é a chefe. – Ela disse sorrindo e eu achei injusto.

Fomos para o QG, depois pedi a recepcionista, que fosse descontar o cheque. Ela foi escoltada por quatro soldados.

Quando ela voltou, Dinah e eu dividimos os valores em partes iguais, abrindo mão da nossa, pois já recebemos do governo.

Convocamos uma reunião, depois que todos foram atendidos e medicados. Entregamos a quantia a cada um e depois de um discurso de agradecimento.

— Foi uma semana cheia. Ficaremos em recesso por uma semana, nem as guardas serão feitas por vocês, já contratamos uma firma terceirizada. Bom descanso e voltem com mais gás.

Novamente uma ovação começou.

— Feche tudo, Jane. Preciso correr para os braços da minha branquinha.

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