67. Roupinhas e avós

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Camila Cabello |Point Of View


Fiquei na cozinha, conversando com minha mãe, Andrea e Clara. Depois de um tempo, Lauren e o pai apareceram abraçados. Clara se emocionou, o que me leva a crer, que esse não foi o primeiro ataque do pai de Lauren. Ele caminhou até mim e estendeu a mão. Apertei a mão dele e ele me puxou para um abraço.

— Me desculpe, Cabello. Não sei onde eu estava com a cabeça, essa casa foi construída com o suor do seu trabalho. Você não quis ajuda, assim como eu na sua idade... Minto, eu só consegui construir uma casa, muito mais velho que você. Desculpas não bastam, mas é um bom começo.

— Tudo bem, Sr. Jauregui. Pelo menos o Sr. sabe se desculpar. Desculpe se lhe ofendi, mas quando se trata de Lauren, não meço esforços para protegê-la. Ela e meu filho são tudo pra mim.

— Mais um motivo para não me arrepender de ter apoiado esse casamento de vocês.

— Tudo bem. Vamos parar de discussões e vamos jantar. – Minha mãe falou. Caminhei até a área externa da casa, onde havia uma mesa grande e estava posta. Minha fome era mínima.

Meu braço foi puxado, Lauren me guiou até um lugar mais afastado e me abraçou forte.

Obrigada, meu amor. Eu nem sei como agradecer... Você deu um choque de realidade no meu pai e era isso que ele
precisava.

— Porque você não me contou?

— Camz... Você estava com problemas com seu pai e eu não queria encher sua cabeça com mais problemas.

— Estamos casadas para isso, Lo. Temos que dividir os problemas para suportar a dor.

— Eu estava esperando você se acertar com seu pai para contar. – Eu sorri negando e beijei a testa dela.

— Meu pai e eu nunca vamos nos acertar. Sabe o dia que contamos que teríamos um filho e ele me abraçou, dizendo que eu me sairia bem? – Assenti. — Eu achei que ali tinha acabado. O ápice da minha vida tinha chegado ali, meu pai me abraçando e dizendo que eu me sairia bem, mas foi uma emoção momentânea. Depois tudo piorou. E sinceramente não me importo. Eu tenho você e nosso pequeno. – Ela beijou minha bochecha demoradamente e isso me fez sorrir.

— Eu vi seu sorriso quando ele chegou hoje. Sei que você se importa. – Brinquei com a aliança no meu dedo e depois peguei a mão dela.

— Vamos jantar? – Ela assentiu e caminhamos até a mesa.

Todos conversavam empolgados, tinha Sofi em meu colo e ela me contava que o pateta havia pegado ela no colo. Que o parque aquático de lá é a coisa mais legal do mundo, depois de mim, é claro.

— Vocês já compraram roupinhas para o meu neto? – Clara perguntou.

— Sim. Compramos antes de saber o sexo, então é quase tudo verde e amarelo. – Lauren respondeu.

— Nos mostrem. – Minha mãe disse e Lauren levantou.

— Vamos até nosso quarto. – As mulheres seguiram Lauren e eu fui junto, pois Sofi me obrigou.

Lauren pegou as sacolas no guarda roupa e colocou sobre a cama. Sofi pediu para que eu a soltasse, ela ficou na beirada da cama, olhando os conjuntinhos que Lauren colocava sobre ela, sofi olhava para Lauren, para mim e para nossa mãe. Ela me chamou e eu me ajoelhei para ficar na altura dela. Ela aproximou o rosto do meu ouvido.

— Posso subir na cama de vocês?

— Claro, bonequinha. – Ela beijou minha bochecha e subiu. Lauren colocou os macacões e sapatinhos camuflados sobre a cama.

— Quem será que comprou isso? – Tay perguntou irônica.

— Eu achei tão fofo. – Lauren falou sorrindo largo.

— Foi assim que Ale começou. Quando pisquei o olho, Camila estava inscrita no exército, desmontando e montando um rifle em menos de 30 segundos e com os olhos vendados.

— É cedo para pensarmos sobre isso. – Eu disse e Lauren continuava sorrindo.

— Camila... – Minha sogra falou.

— Eu acho que sei o que a mamãe vai comentar. – Tay falou.

— Vou montar um altar para você lá em casa... Nunca havia visto minha filha com um sorriso tão espontâneo em toda a vida dela. E agora não a vejo com um diferente. – Clara falou.

— Sim. Não importa a hora que chegamos aqui, ela sempre está assim. – Tay falou e eu corei. — Qual é a fórmula da felicidade que você usa, Camz?

— A Camz é a minha felicidade. Acordar com ela coloca esse sorriso no rosto. Se eu estou em casa e sozinha, se eu estou triste ou decepcionada com alguma coisa, eu olho para minha aliança e tudo passa, pois o que importa mesmo é que eu sou dela e ela é minha. Camila é um sonho... Nem parece real. – Eu estava chorando, acho que todos ficaram emocionados.

— Minha irmã sem coração fazendo altas declarações. Como as coisas mudam. – Todos sorriram e eu fui abraçar Lauren. — Não quero me gabar, mas quem formou esse casal fui eu.

— O pior é que foi. – Lauren falou e Tay levou a mão ao peito.

— Pior? Assim você me ofende.

— Não sei se mereço todos esses elogios, mas estou melhorando. Quero ser melhor que melhor para você todos os dias. Sei a preciosidade que tenho em minhas mãos e não pretendo deixá-la se desvalorizar em minha posse. – Fui aplaudida e Lauren me apertou forte entre seus braços.

— É tão lindo. – Ouvi minha mãe dizer.

— É sim. – A minha sogra falou.

Depois eu limpei as lágrimas do rosto de Lauren e ela fez o mesmo comigo. Ela seguiu mostrando as roupinhas e contando que não sentiu muitos desejos ainda.

Após um tempo, Lauren colocou música e nossos pais começaram a dançar. Marina arrastou Tay para o mesmo. Chris e Normani estavam conversando, acho que deve ser a primeira vez depois do término, pois os dois estão, evidentemente, constrangidos. E eu estava com os pais de Normani, eles estavam contando como está boa a vida deles aqui.

Passava das duas e os pais de Lauren vieram se despedir. Depois deles todos se retiraram agradecendo pelo jantar.

Ajudei Lauren a limpar e fomos dormir, pois estávamos exaustas.

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