106. Novato

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Camila Cabello |Point Of View



— Camz... Vai ver o que eles estão fazendo no quarto.

— Eles não estão fazendo nada. – Disse enquanto acariciava os cabelos de Ísis e Lauren ficava parada ao lado da escada.

— Acho que vou buscar um casaco. – Lauren falou começando a subir as escadas.

— Mas está calor... – Nem deu tempo de terminar e Lauren já tinha sumido da sala.

— Sua mama não tem jeito.

— É porque ela ama muito, né?

— Demais. – Neguei e ela ficou trocando de canal até a música que estávamos escutando no carro soar... Ela levantou e começou a cantar.

Lauren desceu as escadas e não estava muito feliz. Ela sentou ao meu lado e ficou encarando Isis por um bom tempo.

— Eles estão se beijando.

— Natural, amor.

— Camila... Faça-os com que eles parem agora.

— Posso os fazer fechar a porta.

— Maravilha... Assim eles aproveitam e transam

— Lauren... Ele nunca transaria sem conversar com uma de nós duas antes. Ele falou com você sobre isso?

— Não!

— Comigo também não. Relaxa, uns beijinhos não vão matar ele.

— A sua calma... Às vezes me irrita profundamente.

— Alguém tem que ser sensata, estou muito mais preocupada com nossa filha cantando músicas sobre cozinhar para um cara do que com Sebastian.

— Ahhh Camila... Quando for a Ísis vou me vingar de você.

— Pode ser a Ísis, com tanto que ela não cozinhe para um cara. – Lauren gargalhou.

— Ela nem sabe o que está cantando.

— Você que pensa, meu amor. Ela sabe muito mais que nós duas juntas. – Lauren negou e me abraçou.

— Essa música é muito legal, não é, papinha? – Olhei para ela que sorria para mim.

— Uma maravilha, princesa.

— Ficamos ali assistindo aos clipes com ela e até Jane se juntar a nós. Sentou ao meu lado.

— Quer alguma coisa, Jane? Uma água... Refrigerante?

— Vou aceitar um refrigerante.

— E Sebastian? – Lauren perguntou e eu levantei.

— Está passando um filme para assistirmos aqui. – Lauren assentiu e eu estava com medo de deixar as duas sozinhas... Fui até a cozinha e peguei o refrigerante, corri para sala e sentei entre elas.

Sebastian estava descendo as escadas e eu me apressei para chegar até ele.

— Você não pode chegar assim na sala. – Sussurrei apontando a ereção dele.

— Mas como faço para ele descer?

— Corre no quintal.

— Como?

— Corre lá fora para o seu sangue circular pelos lugares certos, general.

— Isso faz muito sentido. – Ele correu para fora e me sentei entre as duas novamente.

— Sebastian sempre gostou desse mundo militar? – Jane quebrou o silencio.

— Sempre foi doente por isso, deve ser genético ou algo do tipo, pois Camila não é das que impõe uma carreira, ele faz porque gosta.

— Ele é muito bom nisso. Quando vai comigo no QG faz as provas e ganha os jogos com os veteranos. Ele vai ser um militar muito melhor que eu.

— Camila é uma ótima profissional, sempre foi fervorosa com isso também e tem a melhor das qualidades... É generosa.

— Sim... Eu ajudei naquele projeto do agasalho. Eu fui responsável no nosso condomínio, foi incrível entregar aquelas roupas para os asilos. A sua empresa também investe nisso, não é, Sra. Cabello?

— Sim... Uma porcentagem dos nossos lucros é destinada a instituições e...

— Ela patrocina o QG, mas isso é totalmente a margem da lei, porque ela é teimosa e eu não consigo dizer não a ela. – Jane gargalhou assim que Lauren me acertou um tapa.

— É só com as obras sociais, Jane. Não é inteiramente crime.

— Sessenta por cento. – Eu disse e Lauren puxou minha orelha.

— Para de ser ranzinza. – Sebastian entrou na sala e já estava “calmo”.

Colocou o filme e sentou ao meu lado, assistimos ao filme e depois, todos nós fomos obrigados por Lauren a entrar no carro e levar Jane na casa dela.


×××

Após organizar a papelada dos inscritos para o QG, vou abrir vaga para dez novatos, consegui construir um pavilhão com alojamentos e posso me dar ao luxo de lotar isso com fanáticos que acham meu treino pesado aqui uma maravilha. Dinah entrou na minha sala.

— Já selecionou?

— Sim. Aqui estão às dez fichas dos selecionados.

— Ficaremos com eles?

— Se eles forem bem na prova prática... E esse ano quero a mais barra pesada, DJ. Quero fazer jus ao medo que todos têm de nós.

— Eu sempre me arrepio quando você me diz isso.

— Vai chamar eles... Hoje mesmo, na surpresa que se fazem os homens... Ah e esse ano tivemos inscrições femininas.

— Sério?

— Sim. Foram quatro e eu selecionei as quatro. E qualquer misógino será expulso, DJ. Qualquer piadinha sobre elas quero punição e melhor se for expulsão, não vamos tolerar machismo aqui.

— Perfeito, mas ninguém seria burro de ser machista na minha frente.

— Verdade... Eu esqueço que você é mulher. – Ela mostrou o dedo do meio para mim.

— Vou fingir que não ouvi isso e vou chamar eles.

— Ela saiu da minha sala e eu fiquei lá... Sorrindo. Sei lá... Ando muito feliz ultimamente. Talvez porque minha vida é perfeita... Um leve chute que seja de fato isso.

Ficamos arrumando o campo de provas e depois tive que retornar a minha sala, pois estavam me ligando.

— Sua esposa na linha dois. – Assenti e entrei na minha sala.

— Oi, amor. – Disse assim que peguei o telefone.

— Oi, Camz... Como são seus novatos?

— Não os vi ainda... Eles foram chamados e estamos os esperando.

— Já arrumou o campo de provas?

— Sim, amor. Está tudo pronto.

— Vai demorar para chegar em casa hoje?

— Não. Vai ser rapidinho.

— Graças a Deus. O Sebastian vai levar a Jane lá em casa de novo e eu não suporto isso sozinha. – Neguei e acabei sorrindo.

— Estarei lá, meu amor.

— Vou esperar você. Te amo.

— Também amo você!

Ela desligou e quando fui sair... A recepcionista me entregou uma pilha de relatórios.

— Pode assinar isso para mim, Marechal?

— Claro. – Fiquei revisando tudo e depois fiquei um bom tempo assinando.

Entreguei a ela na saída e fui correndo para o campo de provas. Dinah estava com o cronômetro.

— Você precisa ver isso! – Ela disse e largou o lenço no chão, acionou o cronometro e um rapaz começou a correr no início do campo de provas.

— Só um?

— Olha o que ele consegue fazer. – Foram segundos... Só eu e Dinah fizemos esse percurso tão rápido assim... Na verdade, ele bateu Dinah. Por isso ela está indignada. Ele era um pouco mais velho que os outros, escolhi ele por ter feito faculdade...

Ele se aproximou de nós e Dinah foi repreendê-lo, mas ergui minha mão... Eu o achei familiar... Algo nos olhos dele... Não pode ser!

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