115. Cabo Cabello

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Camila Cabello |Point Of View

Anos depois...


Estava observando os novatos. Meu coração batia como um louco no peito, pois meu garotinho estava ali. Postura impecável e super sério, eu tentei não demonstrar emoções, mas às vezes me pegava sorrindo.

— Vocês tem um minuto para desmontar e montar essa arma. Quem não fizer em um minuto pode voltar para casa da mamãe. Digam a ela que tiveram a honra de ficar em frente a General Hansen.

Contive o riso e Heitor foi vendar eles.

— Isso mesmo. Tem que ser vendado... Pois a guerra é vinte e quatro horas, não tem como esperar a luz do dia para limpar e arrumar as armar.

Heitor... Ah... Sempre que o vejo tenho vontade de esganar ele. Acreditam que ele é meu cunhado? Ah... Eu saí no tapa com ele, precisou toda família para me segurar. Lauren que me fez entender a situação... Daquele jeitinho especial dela (Com greve de sexo), tive que escuta-los para sair do castigo.

Ai... Se eu pudesse castrá-lo. Aquele pescoço chega a me chamar para aperta-lo.

Ele ficou parado ao meu lado.

— Tem que parar de me bater mentalmente.

— Fique quieto. Não converso com abusadores.

— Ela é mais velha que eu.

— Seu... – Peguei ele pela gola do casaco.

— Os novatos. – Ele disse e olhei para o lado... Estavam todos vendados, mas o soltei mesmo assim.

— Se você magoar ela...

— Estou apaixonado por ela. – Revirei meus olhos. — Eu admiro você, Camila. Respeito você mais que tudo e nunca faria mal a ela.

— Se me respeitasse não teria feito isso. Falei com você em vários dos nossos jogos... Sofia é minha preciosidade.

— Te respeito tanto... Que falei com você mesmo sob os protestos dela. – Sebastian foi o primeiro a terminar a prova. — Isso, Pequeno!

— Te levo pra dentro de casa e você dorme com minha irmã. Não vejo respeito nenhum nisso.

Caminhei até Sebastian e retirei sua venda.

— Muito bem, Cabo Cabello. – Ele sorriu para mim. – Vá colocar a sua bermuda para a avaliação física.

— Sim, Marechal! – Ele bateu continência.

— Descansar, Cabo.

— Ele saiu correndo e fui liberando os que terminavam para o campo de teste. Todos voltavam e já iam se posicionando a frente da linha. Quando todos estavam lá, DJ soltou seu lenço e eles começaram a correr.

Sebastian tomou a frente e passava brincando nos obstáculos, desde Heitor ninguém tinha ido tão bem. Dinah marcou o cronômetro e Heitor anotou o tempo de chegada de cada um.

— Parece que perdeu seu posto, Cabello. O Cabello Júnior bateu seu tempo. – Sebastian estava ofegante e logo o QG começou a iniciação deles, os levando para os quartos e fazendo os trotes com eles.

— Falei que ele seria melhor que eu.

— Se seu plano é não babar por ele... Você está falhando.

— Mas olha se não é um militar nato.

— Também, ele treinou com a melhor desde que nasceu. – Heitor falou e eu bufei para ele.

— Não fale comigo. Vai lá ver se eles não vão machucar as garotas. – Ele saiu dali.

— Está pegando pesado com ele.

— Tomamos uma cerveja a tarde e a noite dele diz que namora minha bonequinha? Isso é inadmissível.

— Camila...

— Eu vou quebrar a cara daquele... – DJ segurou meu braço.

— Cabello... Pare com isso. Ele é um homem ótimo, honrado e responsável. Você sabe disso... Pare de pensar nisso, seu garotão está aqui agora...

— Ele é ótimo, não?

— É sim. Bateu seu recorde.

— Sempre disse que ele seria melhor que eu.

— Melhor eu não sei... Mas você vão formar uma dupla incrível.

Ela me abraçou e caminhamos até minha sala. Fiquei assinando uns papéis e DJ conversava sobre a Izzy.

Sebastian entrou na minha sala com a mão sobre a costela.

— O que houve, filhote? – Falei levantando a camiseta dele. Ele estava todo coberto de lama.

— Escorreguei enquanto corria no quarto. – Peguei um spray e passei ali.

— Vai aliviar. Colocamos um gelo quando chegarmos em casa. – Ele assentiu. — Heitor liberou vocês?

— Sim.

— Vamos, DJ?

— Sim. Preciso pegar a Izzy na escola.

Quando chegamos na nossa casa, peguei Sebastian no colo e o enchi de tapas na bunda.

— Você não sabe o quanto estou orgulhosa, pequeno.

— Você não sabe o quanto estou feliz, Papa. – Ele segurou minha cintura. — Amo você, papa.

— Eu também te amo, pequeno. – Entrei na sala e o larguei no chão. Lauren estourou uma champanhe e todos estavam ali para comemorar esse momento. Só faltava DJ com Izzy.

— Ah... Não precisava. – Ele falou um pouco emocionado.

— Claro que precisava, filhote. – Lauren o abraçou. — Nós vimos o quanto você ralou, abdicou de tudo e estudou muito para ter seu lugar. Agora está mais perto do que nunca.

— Obrigado, Mama. Eu não teria conseguido sem o apoio de vocês. – Ele cumprimentou todos e quando chegou a vez de Jane... Deu um beijão que fez Lauren ir a cozinha pegar alguma coisa para não presenciar.

Ísis desceu as escadas e se jogou contra meu corpo.

— Minha princesa!

— Papinha! – Beijei a testa dela.

— Como foi a aula hoje?

— Chata! – Eu sorri.

— Porque você é inteligente e já sabe tudo.

— Sim... E alguns professores realmente acham que ler todo o livro em um período vai fazer alguém entender. – Ela desceu do meu colo. — Amanhã é dia da profissão, gostaria que vocês fossem. Você e a Mama.

— Claro, amor.

— Vou abraçar o Sebs. – Assenti e ela correu, pulando na mesinha e nas costas do irmão, que gargalhou segurando suas pernas.

Dinah chegou e Izzy correu para abraçar Lauren. Tay se aproximou e conversamos sobre a ONG que ela quer abrir com Marina.

— Vamos ter uma conversa formal sobre isso? Você leva alguém para fazer uma palestra para meus pessoal.

— Nem sei como te agradecer.

— Eu sei... Se engajando mesmo nesse projeto.

— Camila...

— Estamos velhas, Tay. Lauren e eu estamos ficando cansadas de todas as responsabilidades. Um dia... Nós não
poderemos os mais ajudar.

— Vocês estão ótimas. Tem muito para me darem sermão.

— Tomem juízo. – Ela me abraçou... E logo Lauren a puxou pelo casaco.

— Parem de agarramento. O Sebastian que merece festa.

— Deixa de ser chata, Lauren. Me deu saudade do beijo da Camila. – Arregalei meus olhos. Lauren foi pra cima da irmã e eu a segurei. — Nunca perde a graça. Deixa de ser neurótica, Lauren.

— Não é neurose quando já aconteceu.

— Tay abraçou a irmã e falou alguma coisa... Lauren gargalhou.

— Vamos brindar. Aqui está o suco de maçã para as princesas. – Lauren entregou as taças a elas. E serviu as outras com champanhe. — Um brinde a essa nova fase. – Nós brindamos. Estavam todos bebendo e conversando, me levantei. Todos ficaram em silêncio me olhando.

— Eu não vou me estender muito. Na verdade, não tenho palavras que possam expressar o que estou sentindo agora. Desde pequeno, você demonstrou interesse por isso, mas confesso que pensei ser só... Empolgação por me ver de farda e correndo no meio do lodo no QG... Crianças gostam disso. – Eles sorriram. Sebastian me encarava atento. — Você foi crescendo... Crescendo... E isso não parava. Você estudava, procurava cursos que o ajudassem a ser um candidato melhor... E hoje... Você conseguiu. Ele foi o único que conseguiu bater meu recorde e só Deus sabe o quanto queria comemorar lá com você. – Falei para sala e Lauren e Jane o abraçaram ao mesmo tempo. — Nunca te pedi isso, mas espero por esse dia desde que soube que sua mama te esperava. Você é meu orgulho, General. – Ele começou a chorar e veio me
abraçar. Obviamente chorei com ele. Todos bateram palmas e Lauren e Jane também estavam emocionadas... Jane segurou a mão de Lauren e elas se confortaram.

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