80. Algum problema?

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Lauren Jauregui |Point Of View



Camz se remexeu.

— Lauren... Meu anjo.

— Como você sabia que era eu?

— Não marquei com a Valerie hoje. – Dei um tapão no braço dela. — Ai mô.

— Ai mô. Vai reclamar com essa vadia da Valerie.

— Estou brincando, mô.

— Não brinque com isso, Camila. Você não vai sobreviver. – Agarrei o membro dela e o torci.

— AI MÔ... LOLO... Era brincadeira. Calma.

— Você é minha, Camila. Só minha. – Eu soltei e ela respirou aliviada.

— Você me machucou, mô.

— Nem em sonho você terá outra, Camila. Não brinque com meus hormônios de grávida. – Ela virou-se e me puxou para perto dela. Tocou meu rosto e beijou minha mão.

— Eu amo você, Lauren. Não existe mulher no mundo que vá ganhar minha atenção. Nem existe menor possibilidade de olhar outra mulher, quem dirá encostar em outra. Não se preocupe, posso falhar em várias coisas, mas com minha lealdade, você pode contar e nunca duvidar dela.

— Eu amo você, Camz. Só de te imaginar com outra meu sangue ferve. – Ela sorriu e beijou a ponta do meu nariz.

— Foi uma brincadeira estúpida.

— Porque Valerie?

— Eu gosto deste nome. Quando nos formos abençoadas com uma garotinha, vou sugerir esse nome.

— Você estragou esse nome, agora tudo que vem a minha cabeça quando o escuto, é você se esfregando com uma puta. – Ela sorriu e me abraçou.

— Que ciumenta essa minha mulher... – Eu escondi meu rosto na curva do seu pescoço.

— Você é perfeita demais, não posso marcar bobeira. Sei das putas que te cercam.

— Só trabalho com machos, amor.

— Aquela enfermeira não é macho... Eu vi o jeito que ela te olha. – Ela negou com a cabeça. — Vai dizer que não notou? Estou na sua cola, Cabello. Eu confio em você, mas coitada da puta que tentar algo com você.

— Sabe o dia que eu desmaiei? – Assenti e mordi de leve o pescoço dela. — Eu agradeci e ela disse que não foi nada, pois a vista era ótima. Foi então que eu vi que estava de cueca. Fiquei muito envergonhada.

— ESTÁ VENDO? ESSAS PUTAS NÃO SE CONTEM! SÓ PORQUE VOCÊ É GOSTOSA E USA AQUELA FARDA, FICANDO MAIS SEXY, ELAS ACHAM QUE PODEM TE CANTAR.

— Calma, mô. Ela nunca mais fez nada.

— Vou comprar uma aliança com o dobro da grossura desta. Elas não enxergam que você tem dona?

— Calma mô. O nosso pequeno... – Ela disse alisando minha barriga.

— Você está certa. É que você é preciosa demais, Camz. Se elas se atiram para você sem saber do nosso dia adia imagina quando elas descobrirem a vida de princesa que você me dá? Elas vão jogar sujo.

— Não me importo com elas... Eu amo você e nunca vou te trocar. Se você deixar vou ficar ao teu lado para sempre.

— Eu vou deixar. Vou te amarrar no pé da cama, caso você mude de idéia.

— E eu vou te trancar no porão, caso mude de idéia. – Nós ficamos rindo uma para outra e eu a puxei para um beijo.

Em poucos minutos, estávamos suadas e ofegantes, mas por conta de um pequeno sangramento, nossas relações foram suspensas. Eu sentia a ereção dela, mesmo estando afastadas por conta da minha barriga.

— Camz... Vamos parar. Estou muito excitada. – Ela ficou com uma carinha de dor que deu pena.

— Vou ter que ir ao banheiro. – Ela me deu um selinho e eu me descobri, pois o quarto que estava frio demais, agora está tão quente que estou derretendo de tanto suar.

Camila voltou depois de um tempo e deitou-se ao meu lado.

— Vou preparar nosso almoço. O que podemos comer?

— Você podia aproveitar nossa folga e fazer um churrasco para mim... – Pedi com a maior carinha do cachorro abandonado.

— Mô... Não posso com esse seu rostinho fofo. Vamos ao mercado comprar umas coisas?

— Vamos.

No mercado, Camila foi para sessão de carnes e eu a de doces. Eu nem estava com vontade de comer chocolate, mas quando eu os vi, peguei tantos que eles nem couberam em minhas mãos.

Depois de divinamente alimentada por minha esposa, nos deitamos e ela pegou um caderno antigo dela.

— Camz... O que tem nesse caderno? Lembro dele desde o tempo que namorávamos.

— Tem tudo. Aqui eu comecei a apontar os dias em que tinha prova e os conteúdos desde a primeira série. Tem os nomes dos filmes que gostei e o nome de todas as garotas que fiquei. Tem os exercícios que fiz no quartel, tudo que fiz na guerra. Eu anoto tudo que fiz e o que tenho que fazer.

— Como um diário?

— Sim. Mas se eu comprasse um diário, todos saberiam que era um diário e leriam.

— Você era esperta desde pequena, amor.

— É. Essa é uma qualidade minha que prezo. Realmente, sempre fui madura para certos assuntos.

— E eu... Posso ler?

— Sim, amor. Eu deixo aqui na minha gaveta. Não tenho segredos com você, mas agora vou anotar uns exercícios para a prova física das promoções. – Assenti e ela se curvou para escrever, com aquela letra perfeita dela.

Não temos segredos... Não temos segredos... Eu olhei na folha anterior que Camila havia anotado...“Liguei para meu pai e ele não me atendeu.”. “Liguei novamente para meu pai e ele não me atendeu.”. “Peguei o celular da Jane e liguei para meu pai, que quando ouviu minha voz, disse que estava ocupado para falar comigo”. Isso em poucas horas... os horários estavam apontados ao lado dos lembretes.

— Camz... Porque você ainda liga para esse escroto?

— É meu pai, Lo. Eu sinto falta dele. – Senti uma vontade enorme de chorar com o tom fraco que ela disse. — Mas ele não me atende, faz tempo que não tento. – Ela pensou um pouco. — Mas toda a quarta à tarde, ele sai mais cedo e leva a Sofi para tomar sorvete. Eu fico olhando eles de longe e mato um pouco da saudade dele. Depois vou ver minha mãe.

— Você não merece isso. – Ela limpou uma lágrima de seu rosto.

— Eu tenho você, Lo. É tudo que importa. Mas agora, vamos falar sobre a nossa casa. Eu já saldei minhas dívidas.

— Que bom, Camz. Mas você sabe que eu amo essa casa.

— Conversei com a Tay. Ela quer comprar essa casa.

— Uou! Bom... Mas o que temos que decidir?

— Se vamos construir uma ou vamos comprar uma pronta.

— Vamos construir uma igual a esta.

— Lo!

— Mas é sério. Igual, mas maior. – Ela olhou em volta e depois apontou algo no caderno.

— Acho que podemos fazer isso. – Ela disse e eu bati palmas.

— Obrigada amor.

— Eu vi um terreno que fica a uma quadra da casa dos meus pais...

— NÃO! – Ela se assustou com meu grito.

— Algum problema? – Ela perguntou e eu não sabia o que responder.

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