68. Organizando

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Camila Cabello |Point Of View


Lauren e eu estávamos nos arrumando para irmos trabalhar. Hoje a empresa começaria funcionar e eu já estava usando a farda de general. Paramos em frente ao portão da garagem e o esperamos abrir. Ela me abraçou.

— Boa sorte, meu anjo. – Eu disse e ela beijou minha bochecha demoradamente. Eu amo quando ela faz isso.

— Obrigada, amor. Que seu primeiro dia seja perfeito.

— Vai ser. Pois no fim dele sei que você estará me esperando em casa.

— Você tem que parar de ser perfeita.

— Não sou nada. Qualquer coisinha... Dorzinha... Desconforto, você tem que me ligar.

— Tudo bem. – Selamos nossos lábios e ela pegou o carro dela. Peguei minha moto e não demorei a chegar ao QG.

Quando eu entrei no pavilhão dos escritórios, havia vários militares me esperando. Começaram a bater palmas e assoviar.

— Não é para tanto, pessoal.

— Claro que é. Eu sei que era seu pai, mas ter alguém com sentimentos e que já esteve realmente em uma guerra nos coordenando é muito mais sábio. Agora vou vir trabalhar com outro ânimo. – Cabo James falou.

— Sim. Quais são seus planos agora? – O comandante Adams perguntou.

— Vou organizar aqueles papéis na minha mesa. Depois vou me reunir com o Marechal. Preciso de um novo tenente, queria fazer a prova e nomear um de vocês, mas como sabem, tenho que dar prioridade as transferências. Quero mudar a rotina de treinos aqui, vou tentar passar para vocês tudo que precisei de fato enquanto estive no Iraque.

— Agora isso vai ficar com cara de quartel.

— Vai sim. Agora coloquem a farda e esperem na piscina. Meu pai era durão, pois constatou, com o passar dos anos, que tratamento formal amigável com subordinados, os deixavam mais folgados. Eu quero tentar esse tratamento, espero que não me decepcione com nenhum de vocês.

— Fique tranquila, General. Seremos seus melhores militares.

— Assim espero. – Entrei na minha sala e o telefone já estava tocando.

— General Cabello falando.

— Bom dia, General. – Era o Marechal. – Como está o primeiro dia?

— Nem começou ainda. Mas está bom.

— Bom. Que bom. Eu enviei um email para o contato de trabalho... deve estár na área de trabalho do computador. Nele tem nomes dos que pediram transferência de suas cidades de origem. Faça sua seleção e os contate. Precisamos de um Tenente novo.

— Perfeito, Marechal Gomez. Farei isso.

— Bom trabalho, General.

— Obrigada, Marechal. Tenha um bom dia.

— Obrigada, pequena.

— Eu abri o email. Eram dez nomes... o sexto me chamou muita atenção. Dinah Jane Hansen. Minha companheira de guerra. Nem pensei muito ou chequei os outros, só liguei para a base dela na Austrália e disse que tínhamos uma vaga. Agora a escolha é dela. Se ela aceitar, vai ser minha única “amiga” nesses últimos tempos.

Fui até a piscina do QG e tomos me esperavam em formação.

— Quem não sabe nadar dê um passo para trás! – Seis deram um passo para trás. Caminhei até eles e os empurrei para água. — Dois por vez tem que carregar os seis para o outro lado. – Eles ficaram escolhendo as duplas. — Sem teminha de escola, enquanto vocês escolhem os brothers, tem seis morrendo na piscina. A próxima dupla pode ficar do outro lado da piscina e tragam os para cá. Entenderam o que quero?

— SIM GENERAL!

— Ótimo. Se ninguém morrer e todos salvarem os atrasados em menos de meia hora... O comandante dará pizza para vocês. – O comandante me olhou rápido, mas acabou sorrindo e concordando. — Mas lembrem de que em uma guerra de verdade, a recompensa não é pizza... É ficar vivo, e não matar inocentes.

Depois de 40min, eles terminaram, estavam ofegantes, mas em formação em minha frente.

— Está bom para primeira vez, batalhão. – O comandante gritou.

— Isso. São quatro e meia. Ensinem os atrasados a nadar.

— Sim general! – Fiz um sinal para o comandante e caminhamos até um canto.

— Treinos assim? Como estão? O que você acha? – Ele me olhou como se eu estivesse confessado tirar a virgindade da filha mais nova dele. — O que houve?

— Não costumam fazer perguntas para mim.

— Mas você é o comandante. Isso é mais que necessário.

— Mas não faziam. Me tratavam como cabo.

— Isso é inadmissível. Você tem uma sala?

— Tenho, mas venha vê-la. – Assenti e caminhamos até a sala. Ele abriu a porta e lá estavam depositados os uniformes, fardas e botinas, todos velhos e usados.

— Que horror. Porque não doamos... Ah é. Não se pode doar por cauda do nome. Amanhã você pega os atrasados e coloque tudo isso no caminhão e levem para o campo C de treino. Queimem tudo e depois joguem os restos no lixo.

— Sim General.

— Vou encomendar as coisas para isso ficar parecido com um escritório.

— Muito obrigada, General.

— Não me agradeça... Isso é seu de direito. Tem mais alguma sala como essa?Precisamos montar melhor nossa esquadra de patentes. Podemos ter um tenente brigadeiro e você pode virar major, deixando duas vagas para os meninos. Eles precisam de incentivo. – Senti o olhar do comandante brilhar tanto eu quase ofuscou minha visão.

— Isso seria incrível... Nossa. Esses estilos de treino e essas modificações vão elevar o patamar da nossa base.

— Vou organizar isso. Precisamos abrir um processo seletivo. Os soldados vão passar de soldados para cabos mês que vem e não teremos o que fazer. Fica melhor de dividir patentes com mais gente.

— Se você me permitir, enquanto seu tenente não é escolhido, posso organizar isso.

— Perfeito. Fique com a sala do coronel. Já que ele não existe. Primeiro vai ver se ninguém morreu na piscina.

— Sim general.

Fui para a minha sala, liguei novamente para a base da Hansen e falei que ela viria para cá, com a patente elevada, pois precisávamos de um Coronel. Quero-a na minha cidade vou pegar pesado para ela aceitar. Depois desta, acho que é quase um jogo vencido.

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