31. Sailing

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Camila Cabello|Point Of View

Estou trocando o curativo da minha perna, ela está quase cicatrizada.

— Laur? – Normani me chamou. – Abre a janela do meu quarto? Ela emperrou de novo.

— Tudo bem.

— Laur vai fugir durante a noite. Ela virou faz tudo aqui. – Andrea falou.

— Não me importo. Eu gosto e é um jeito de passar meu tempo e ajudar vocês. Retribuir o que vocês estão fazendo por mim. Eu estou dando trabalho.

— Não repita isso. É bom ter alguém novo aqui. Essa casa é muito distante de tudo, mas é a única forma de ficar longe da guerra.

— Ok. Mas eu vou compensar isso. Tem algum tipo de óleo? Pra janela.

— Pegue no porão. – Fui até lá. Peguei e fui para o quarto.

Quando voltei até a sala, a Andrea estava colocando um toca discos sobre a mesa.

— Será que você consegue arrumar?

— Posso tentar. Vou pegar uma caixa de ferramentas na garagem. – Elas assentiram.

Fiquei meia hora memorizando cada lugarzinho das peças. Desmontei e achei um rolamentinho quebrado. Fui até a garagem e procurei algo parecido com aquilo. Coloquei no lugar e o remontei. Coloquei o disco que estava nele e o liguei. A música começou a tocar.

— Laur é mil e uma utilidades. – Normani falou.

— Amo essa música. – Andrea falou.

— Quando aquela música começou... Meu coração acelerou e minha cabeça doeu.

— Essa música é velha e melosa. – Normani falou.

— Não é velha, é clássica. – Falei essa frase e isso fez um turbilhão de sentimentos e lembranças ecoassem em minha cabeça.

— Laur tem bom gosto. – Me escorei na mesa. – Laur? Você está bem?

— Meu nome é Camila. Camila Cabello.

— Camila? – Ela franziu a cenho. – Você lembra? Oh meu senhor! Você recuperou a memória.

— Por causa da música velha. – Andrea falou e elas me abraçaram. – Quer contar a sua história?

— Meu nome é Camila Cabello. Me candidatei como voluntária no Iraque. Sou filha do General do QG da minha cidade e sou tenente. Lauren é minha namorada e nós amamos essa música. – Elas sorriram. – Minha mãe deve estar surtando... Tenho uma irmãzinha de sete anos. – Olhei para o meu dedo e minha aliança havia sumido. – Nossa tropa foi sequestrada por terroristas, mas a van capotou e só eu sobrevivi.

— Amanhã mesmo vamos ao parlamento. Nunca iríamos conseguir procurando por Lauren.

— É muito amor. Muito fofo você só se lembrar o nome dela.

— Eu a amo. Agora sinto muito a falta deles. Que dia é hoje? – Normani me alcançou o calendário. – Faz um ano e meio que não os vejo.

— Amanhã acabamos com isso. Seu cargo é importante, devem estar todos loucos atrás de você.

— Sim. Tenente. Isso é tão estranho.

— Será que vão te fazer voltar pra esse inferno?

— Bom, o correto é que eu retorne e fique por sete meses, depois uma folga de cinco meses. Mas depois dessa... Melhor não abusar da sorte.

— Sim. É muito perigoso.

— Vocês podiam ir pra minha cidade. Uma vida longe deste tormento.

— Não conhecemos ninguém lá.

— Me conhecem, tem mais oportunidades de emprego e fica mais fácil da Mani estudar. Pensem. Eu organizo tudo se vocês aceitarem.

— Obrigada. Vamos pensar sim.

— Depois contei um pouco mais sobre mim e fomos deitar.

No outro dia, fomos ao parlamento. Na hora que falei meu nome, uma movimentação geral começou. Quando o garoto foi ligar avisando meu pai, não deixei, preferi fazer uma surpresa.

— Você quer mata-los?

— Eles são fortes e eu gosto de uma entrada triunfal. – Ele gargalhou.

— Vamos torcer para eles serem fortes mesmo. Irritado eu sei que eles são. – Minha vez de gargalhar.

— Esse é o representante do parlamento que falou com ele. Vocês vão juntos no jatinho do governo.

— Vou me despedir da minha segunda família.

Ele assentiu e eu caminhei até a recepção.

— Acho que está na hora da despedida. – Derrick falou.

— Espero que pensem na minha proposta. Lá existem muitas oportunidades. – Anotei meu número em um papel e entreguei pra eles. – Pensem com carinho, seria uma honra ajudar meus heróis.

— Você quase morreu em uma guerra. Deixou sua família e seu amor por uma pátria egoísta. Você é a única heroína aqui. – O abracei e depois me despedi de todos.

— Esperem um pouco. – Avistei Eliot na recepção e o chamei. – Pode pedir para uma viatura levar eles até em casa.

— Não precisa. – Andrea falou.

— Só um agradinho. Espero a ligação de vocês. Normani os convença. – Ela sorriu e eles se foram.

A viagem demorou um ano. Minha ansiedade chegou primeiro. Quando chegamos, ele pegou um carro alugado e fomos para o QG. Entramos e o pessoal começou a me cumprimentar chorando. O representante Edward foi anunciado. E depois de um tempo, meu pai o recebeu. Quando entramos na sala, meu pai caiu sentado novamente e levou as mãos à boca.

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