89. Fim...

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Taylor Jauregui |Point Of View


Nossa! Estamos na sacada do hotel em Barcelona. Marina está escorada nos antebraços, olhando o horizonte e com
um sorriso leve nos brincando em seus lábios. O por do sol está iluminando com laranja o seu rosto lindo.

— Lolis... – Ela me olhou e eu tirei uma foto. — Você é linda demais.

— Olha esse lugar, amor. Precisamos nos casar aqui.

— Acho que devemos morar aqui. Tem umas galerias de arte... Seus quadros venderiam como água no deserto aqui.

— Você diz isso porque gosta de mim.

— Eu amo você! E digo por que é verdade, você sabe como sou critica e entendo de artes. A sua é excelente e devia mostrar isso a todos.

— Não sei...

— Pense bem... Caso não dê certo... Estaremos nesse lugar maravilhoso. Você terá várias inspirações.

— E você?

— Eu fico em casa te esperando. Limpo a casa e cozinho pra você, só não vai dar uma de “Azul é a cor mais quente” e ficar com um colega de trabalho. – Ela me abraçou.

— Sua boba. Esse filme é ridículo e eu amo mesmo você. Não estou me aventurando.

— Ok. Agora vamos. Temos que jantar e ir aquela casa de shows.

— Sim. Deixe colocar meus sapatos. – Ela selou nossos lábios e entrou no quarto.

— Fiquei admirando a paisagem e pensando... Como sou feliz. Eu viajo pelo mundo e tenho uma mulher linda que amo e diz que me ama também. Eu casaria com ela em todas as cidades deste mundo.

Camila Cabello |Point Of View

Depois de uns meses, minha mãe já havia escolhido uma casa e estava namorando um cara bem legal. Ela nos apresentou ele um pouco depois de se mudar pra minha casa, o que nos levou a crer que eles já se conheciam desde antes da separação.

Eu estava na sala do Marechal. Meu pai havia sido liberado e se apresentaria hoje para o serviço.

— Eu realmente não entendo porque você não o manda embora.

— Por isso te chamei aqui. Sabia que não entenderia isso, então quero que fique atrás desse armário e escute o que vou fazer. – Assenti e depois de uma conversa, a secretária avisou que Alejandro tinha chegado. — Pode mandar entrar. – Caminhei até o armário.

— Bom dia, Pedro.

— Marechal Gomez. – Meu pai não respondeu nada. — Te chamei aqui, pois consegui uma transferência para você.

— Como assim? Não pedi transferência.

— Não importa. Se quiser usar essa farda, vai precisar se apresentar em Cuba até quinta.

— Mas e minha família.

— Elas não se importam. Adoraram minha idéia.

— Até Sofia?

— Sim. Elas acharam melhor a deixar a par do pai que tem. Elas não vão ficar bem com você por perto. Aceite esse emprego e deixe todos tocaram a vida.

— Não sei... Eu queria me redimir com elas.

— Então suma... É a melhor maneira de se redimir. Seu divórcio sai hoje, você não vai poder ficar com Sofia, pois já tem uma prisão na ficha... Você não podia nem trabalhar mais e estou querendo desaparecer com você. Você só saiu da cadeia por causa desse emprego... Quer voltar para lá?

— Se não tem outro jeito. Melhor nem me despedir.

Eu queria arrebentar a cara dele toda, as fiquei ali... Ouvindo ele pela última vez. E como em cuba tudo é mais complicado... É pela última vez mesmo.

Anos depois...


Após uns anos, eu já estava mais que estabilizada financeiramente e Lauren era referência no ramo empresarial. Nós estávamos no dia especial que criei no meu QG... O dia de trazer o filho para o trabalho. Quem não tem filho, pode trazer o irmão mais novo ou primo distante, sei lá, o que importa é o relacionamento ser estreitado. Estou com Sebastian nas costas, todos já o conhecem, mas eu fico o mostrando de novo mesmo assim. Sim... Sou uma papa babona mesmo.

— Papa... Tô com fominha.

— Vamos ver o que sua mama preparou de lanche pra você, meu pequeno militar. – Fomos até minha sala e ele abriu a lancheira, tinha um suco e dois sanduiches.

— Quer, papa?

— Não, pode comer. – Sentei em frente ao computador, mas não conseguia me concentrar... Meu filho é muito parecido comigo. Até no jeito de comer... Os olhos verdes e a pele branquinha de Lauren, mas o resto é idêntico a mim.

— Papa... Quero caminha...

— Com sono, meu amor? – Ele assentiu, esfregando os olhinhos. — Vamos arrumar o sofá pra você nanar. – Eu peguei as coisas na mochila dele e coloquei no sofá da minha sala. Quando fui me levantar, ele agarrou meu dedo. Ele só dorme se estiver agarrada ao meu dedo ou ao de Lauren.

— Eu vô se um grande militar como a papa? – Ele perguntou me encarando.

— Não. Vai ser muito melhor que eu.

— Vô?

— Vai.

— Amo você, papa. – Ele pulou no meu colo.

— Também amo você, meu pequeno militar. você não sabe o quanto.

Ele dormiu e eu o ajeitei no sofá. Depois acordou com a corda toda e me fez cansar de tanto correr atrás dele.

— Hey pequeno! Hora de ver a mama!

— Eeeeeee a mamaaaaaaaa! – Eu ri e ele correu até minha sala para pegar a mochila. Entramos no carro e eu o coloquei na cadeirinha. Depois coloquei o cinto e dei arranque. — Papa... o meu bongô. – Droga!

— Não sei... acho que você não trouxe.

— O papa deixou ali... – Ele disse apontando para o porta-luvas. Dinah deu esse troço pra ele e disse que eu adorava o barulho, que ele tinha que bater muito nele quando estivéssemos sozinhos e ele acreditou. Alcancei o bongô pra ele e ele começou a bater naquilo como se o fim do mundo estivesse próximo.

Chegamos a empresa de Lauren, a fachada estava diferente... Estava mais Lauren. Ela deixou o lugar mais acolhedor e isso melhorou o desempenho dos funcionários.

Ela é linda... O tempo só fez bem a ela.

— MAMAAAAA... – Sebastian berrou, assustando Lauren, mas logo ela abriu um sorriso e os braços. Ele se jogou nela. Ele era bem apegado a nós duas, mas não podia esconder a preferência por ela. Caminhei até ela e selei nossos lábios.

— Como foi o dia?

— Muuuuuuuuuuuuito legal.

— Isso parece bom.

— A papa ensinou um monte de coisas.

— Huuum. Que tal me contar tudo no jantar?

— Sim, mas não posso conta tudo.

— Por quê?

— Segredo nosso. Coisa de filho e papa. – Ele disse batendo na minha mão.

— Muito bonito isso. Acho que você está merecendo um ataque de cócegas.

— Não mama... Papa não deixe... Ele começou a correr e Lauren correu atrás dele.

— Sabe... Na segunda vez que eu fui, no campo de concentração, um de meus colegas disse... “Você não a ama de verdade, se amasse, não viria para cá.” Ele é um tolo, não sabe de nada, eu a amo mais que tudo, eu amo por cada coisa e a amo por ter me ensinado a me amar também. Ninguém consegue amar ninguém, sem se amar primeiro. Então... Eu digo a esse colega. “Eu a amo sim. Amo tanto que vou voltar.” É esse o ponto, não fui por ela, mas voltar por ela foi minha obrigação. Voltei e voltaria de cem guerras só para me ver rendida e de joelhos por esses olhos verdes todos os dias...

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