We Found Love

36. Realizada à frustrada.

Camila Cabello|Point Of View

No domingo de manhã, acordamos cedo e fomos caminhar em uma trilha perto do rio.

— Aqui é lindo.

— Sim. – Respondi olhando para ela.

— Eu li a carta do meio do seu caderno.

— Acharam minha mochila?

— Sim. Li alguns trechos do seu caderno.

— Eu queria que você lesse aquela carta revirando as coisas antigas no porão da nossa futura casa. Eu passei fome, frio e convivia com o medo. Esse medo me fez escrever aquilo pra você ter certeza de meus sentimentos, caso algo desse errado.

— Você escreve bem. Podia usar seu caderno para lançar um livro.

— Quem sabe... Mas senta aqui. – Falei sentando em uma pedra e ela sentou em meu colo. – Temos que conversar. Sobre minha nova convocação.

— Não quero que você vá. Não quero passar por tudo aquilo de novo, não consegui dormir, não comia direito, ficava pensando que você estava passando fome ou frio, se você estava viva ou não. Você sentiu ontem? Você viu que me doei inteira por você?

— Eu sei Lauren. Mas esse é meu trabalho e não faço as regras.

— Você não pode ir. Desta vez vou fazer você escolher.

— Não posso...

— Não pode escolher? – Ela disse se levantando.

— Aonde vai?

— Vou para casa. Está na cara que estamos em pontos diferentes nesse relacionamento.

— Pare com isso, Lauren. Só... É complicado. Sinto-me tão sortuda por ter você, Lo.

— Então... Fique. Prometa que não vai. – Pensei um pouco, Lauren vale qualquer tipo de punição.

— Não vou, Lauren. Vou aceitar qualquer punição e vamos ficar bem. Tudo vai ficar bem. – Ela pulou no meu pescoço. E eu gargalhei.

— Hoje você me fez a mulher mais feliz deste mundo. Sei que parece egoísta, mas só estou pensando em você.

— Eu sei meu amor.

— Agora chega de brigas por nada? Realmente passamos por muita coisa para estarmos brigando o tempo todo.

— Sim. Você está certa. Você sabe pescar?

— Não. Você vai me ensinar?

— Sim, mas agora... – Tirei minha calça e camiseta. – Podemos nadar? – Falei estendendo a mão pra ela. Ela tirou as
roupas também, ficando só de calcinha. – Você não gosta de sutiãs?

— Não. Incomoda você? – Ela perguntou preocupada.

— Não. Pelo contrário, só fiquei curiosa. – Entramos na água.

— Não é perigoso aqui?

— Só vamos ficar aqui na cascata, essa parte de areia é traiçoeira. – Ela assentiu. Ela mergulhou e quando emergiu na água... Com os cabelos molhados e quase fechando os olhos por conta da luminosidade do sol... Como ela consegue ser tão linda? Fico fraca perto dela.

— O que tanto pensa? Estava te chamando.

— Estava hipnotizada com a beleza da minha sereia particular.

— Camz... Você é muito galanteadora.

— Ter uma mulher perfeita ajuda. – Ela rodeou minha cintura com as pernas e meu pescoço com os braços. Abracei a cintura dela.

— Estou longe da perfeição.

— Não está? Eu diria que vocês são amigas íntimas. – Ela mordeu meu queixo.

— Idiota. Se eu sou perfeita, você é o quê?

— Sou uma escrava da rainha da beleza. – Ela sorriu largo.

— Você é o talento como as palavras. Você realmente tem que contar sua história. Quem sabe assim, gravando suas memórias em um livro, elas parem de te perturbar. – Aquilo fazia sentido. – Agora seu pai vai se aposentar, certo? – Assenti. – Você vai ser general no lugar dele, certo? – Assenti novamente. – Você vai ter mais tempo e poderá escrever.