Capítulo 65 || Cautela Recíproca

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Hey

2h30 da manhã, tenho reunião 10h e vou tá só o pó.

Pensei e pensei e pensei muito nesse capítulo, é uma imersão diferente do que o subspace e o subdrop podem ser. 

Como já expliquei antes, depois de uma cena as endorfinas foram lá nas alturas com rapidez, logo, elas despencam quase em igual velocidade. Essa queda pode resultar em comportamentos diferentes para cada pessoa que experimenta, isso pode deixar a pessoa introspecta ou dependente, apática ou agitada, pode exigir espaço ou proximidade, enfim, é muito relativo. 

O lance da fanfic é que é complicado você encaixar essa subjetividade nos personagens de acordo com suas personalidades, então fiquei satisfeita com o que veio do Katsuki por aqui, e espero que vocês possam gostar também. 

Ainda teremos mais boiolagem nos próximos, agora a coisa ta pegando o jeito. 

Aliás, acho que já é quase 70% da fanfic? temos bastante ainda, mas estamos caminhando para alguns ápices do plot.

Fiquem ligados ;D

Boa leitura!

[...]

Narrado por Bakugou Katsuki

Em um momento, eu estava no ar, simplesmente flutuando, tanto fisicamente quanto mentalmente, meus pensamentos sumindo para o limbo que eu desconhecia em mim mesmo, tornando o silêncio quase... confortante. A voz de Kirishima sobrepunha qualquer coisa, sendo a minha única conexão com o mundo externo.

Meus braços estavam contidos demais para que eu pudesse movê-los, mas eu sequer cogitei essa ação, na verdade, é como se eu nem precisasse responder a algum estímulo, eu não precisava fazer nada além de respirar, flutuar e ouvir.

E então, meus pés chegaram ao chão, e desde então, eu entendi o quão alto era, o quão longe eu fiquei, o quanto me distanciei do agora, das preocupações, dos problemas que ainda pendem da minha atenção, dos olhares ao nosso redor, dos comentários, das ofensas e até dos elogios grotescos.

De repente, tudo se tornou realidade novamente, e eu almejava não precisar sair daquela paz que me embalou com toda a calma que eu jamais pude reunir por mim mesmo.

Quando a venda permite que minha visão volte à tona, fico reticente de abrir os olhos, despreparado demais para me colocar de fato neste lugar, voltar para o agora, o momento presente que me assusta e me torna ansioso em grandes proporções, talvez maiores do que eu já senti antes.

— Olá de novo... — ouço a voz de Eijirou, e é só isso que me faz ter coragem para me libertar, abrindo os olhos lentamente até conseguir enxergá-lo à minha frente. Meu foco é distorcido, não sei ao certo se devo focar naquela cor vermelha intensa de suas írises ou na curva carinhosa que desenha seus lábios em um sorriso encantador.

Se ele não estivesse me segurando, talvez eu não pudesse me manter de pé sob esse olhar pesado sobre meu rosto, aquela expressão séria de quem está tentando medir cada milímetro do meu corpo e das minhas reações.

Talvez ele seja melhor que eu para entender, pois eu mesmo não tenho como dizê-lo o que estou sentindo.

Se é que sinto alguma coisa.

— ...Acabamos? — pergunto para testar se ainda consigo usar minha voz, olhando brevemente para a plateia imensa que parece ainda maior do que eu tinha visto no começo, antes de ser vendado. Estão todos calados, esperando, ao menos, respeitando o momento que não os convém.

— Sim, só precisamos agradecer aos espectadores. — Tsc... Eles que deveriam nos agradecer. Penso enquanto me esforço para dar atenção ao que Eijirou está falando, pois logo uma pergunta induz a necessidade de uma resposta verbal minha. — Você se lembra como combinamos?

Accordo Di Vaniglia || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora