- ̗̀ Capítulo 7 ˎ'-

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       Tudo que eu queria naquele momento era ter algo para me esquentar, algo em que eu pudesse me agarrar e me manter segura. Ele, definitivamente, não era o que eu precisava, mas meu corpo não queria nem saber. Me aquiesci toda sob seu toque. Sei que eu faria isso no colo de qualquer um, mesmo que no colo dele eu me sentisse uma catástrofe natural de magnitude 7.7.
       Ele estava tão molhado quanto eu, seus cílios encharcados tornavam meigos os olhares costumeiramente sedutores daquele ponto de vista. Assim que chegamos a seu quarto ele me senta na borda da cama, me entrega um roupão felpudo e se afastou até o outro lado do quarto, ele precisava tirar aquelas roupas molhadas, e eu também:

       — Acho melhor você tirar essa roupa molhada. — Ele disse com aquela maldita preocupação. — Não quero ninguém doente por aqui, mocinha.

       Por pura petulância eu faço que não com a cabeça.

       — Você quer que eu vá aí tirar? — Disse ele um tanto impaciente.

       Eu avalio melhor as possibilidades. Acabo optando por tirar minhas roupas eu mesma, e rapidamente visto o roupão, sentindo seus olhos queimarem minhas costas. Eu acabo espiando de relance por cima do ombro ele retirar suas roupas, em um ato inconsciente acabo mordendo os lábios, consegui ver suas costas largas e uma tatuagem em um de seus braços. O corpo dele era magnífico. Ombros largos, cintura estreita, quadris esbeltos. Os músculos eram bem definidos por todo o corpo, mas não da forma como eram os dos fisiculturistas. Ele parecia um guerreiro. Consegui imaginá-lo segurando uma espada e cortando os inimigos. Notei uma cicatriz longa na coxa e outra no ombro, que só aumentaram a impressão de que ele era um guerreiro. E aquilo era o suficiente para que minha imaginação, sempre muito prestativa, começasse a trabalhar.

       — Belle? — Diz ele, me arrancando de meus pensamentos absolutamente didáticos sobre a toalha que ele usava enrolada na altura da cintura.

       Eu preciso me policiar bastante para me manter impassível enquanto ele se aproxima cada vez mais de mim, e mais ainda para manter o ritmo da respiração.

       — Como está o seu pé? — Perguntou ele. — Consegue se manter firme?

       Após alguns instantes eu finalmente assimilo sua pergunta, faço que sim com a cabeça, mas ele não me deu mais tempo para elaborar uma resposta mais adequada.

       — Ótimo! Vamos tomar um banho quente.

       Aquilo era uma afirmação, não um pedido, mas o tom dele não deixou espaço para contestação. Quando dei por mim, ele estava passando um braço atrás de minhas costas e outro sob meus joelhos, em seguida ergueu-me sem muito esforço e carregou-me para fora da cama, direto para o banheiro. Minhas pernas estavam trêmulas e fiquei grata por ele estar segurando-me, deixei que ele me levantasse e levasse-me. Eu não sabia se teria conseguido andar por conta própria, provavelmente não.

       Ele me desceu, colocando-me de volta no chão, já no banheiro, senti uma leve fisgada no calcanhar, mas nada insuportável, mesmo assim, me apoiei nos braços dele em todos os momentos seguintes. Antes de entrarmos no box, a mão dele, afastou lentamente os meus cabelos para trás e puxou meu roupão, que caiu aos meus pés sem muito esforço. Não sei se era pelo frio que sentia, mas eu estremeci com seu toque que parecia queimar minha pele. Ele fez uma longa pausa, e passou a admirar minha nudez. Não pude encarar seus olhos, então mantive o rosto abaixado. Ele pareceu objetar aquilo, pois ergueu meu queixo até que eu não tivesse outra opção além de encontrar seu olhar. Ele estava tão perto de mim que pude sentir o calor de seu corpo, foi uma sensação boa, pois eu estava com frio. Nua e com frio.

       Ele ligou o chuveiro e esperou alguns segundos até que a água estivesse quente. E quando ele retirou sua toalha eu emudeci, esqueci de como respirar por alguns instantes, lutei contra a vontade de observá-lo, mas perdi. Portanto, olhei para ele.

𝐕𝐚𝐝𝐢𝐚 𝐚𝐟𝐞𝐭𝐢𝐯𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora