- ̗̀ Capítulo 58ˎ'-

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- ̗̀ 𖥸 ˎ'-

Eu não podia me importar menos com as escolhas dele. Mas não conseguia deixar de me sentir estúpida por algum dia ter me permitido esfregar meus peitos nesse homem.

Mas a vida, ainda que injusta, continuava.

Vendo que não me restavam muitas opções decidi encarar o que viria pela frente de cabeça erguida. Me arrastei até o banheiro e tomei um banho rápido. Assim que me enrolei na toalha e saí do banheiro, notei que ele havia deixado algumas peças de roupa para mim na mesinha de centro, o que, é claro, não me impediu de furtar algumas camisas dele. O que eu podia fazer?! eram muitos confortáveis e tinham um cheiro delicioso, seriam meus novos pijamas dali em diante, era o mínimo que eu podia tirar dele.

Eu estava morrendo de fome, fui até a cozinha tomei um belo café da manhã e quando eu passei pela sala de reuniões duas vozes conhecidas se digladiavam vorazmente aos sussurros, mas hostis o suficiente para serem audíveis. Era Kara e Daniel.

Eu teria facilmente os ignorado e seguido meu caminho se eu não tivesse, por acaso, ouvido meu nome pronunciado tão corretamente. Por pura curiosidade eu me esgueirei pelo corredor e inclinei meus ouvidos na parede para ouvi-los com mais clareza. E o conteúdo da conversa foi me revelado e foi aterrador:

―... Algo você fez de errado. Fez o que eu te disse? Deu a bebida para a Belle? Pelo menos colocou a quantidade certa da droga? ― Perguntou Kara, um tanto irritada.

Daniel pareceu ofendido.

― Você sabe que eu fiz! ― Ele se defendeu prontamente.

― E porque ela foi dormir com Negan? Era pra você ter ido com ela. Você é um inútil mesmo.

― A culpa é minha que as coisas não saíram conforme você planejou? Acorda, Kara! Acha que eu gostei de ver aquele filho da puta com ela? O arrombado a seguiu, não deu espaço. Era você que tinha que ter distraído ele.

― Foda-se, você sabia o que era pra ter feito. Torça pra ela não lembrar de nada hoje, se não você está fodido.

― Você também.

― Teu cu. Eu não tive nada a ver com isso. Vai ser a sua palavra contra a minha. Mas se quiser continuar me tendo como sua aliada, trate de resolver a merda que você fez. Verifique o quanto a Belle ainda se lembra da noite de ontem. E faça rápido.

Eu tinha ouvido o suficiente, senti uma ânsia tão grande que não consegui mais ficar ali. O que diabos aqueles dois almejavam ao me drogar? Fiquei com nojo só de imaginar. Corri apressadamente para o meu quarto, precisava me acalmar para não ter um ataque.

Meu mundo tinha desabado mais uma vez, e eu me dei conta do quão sozinha eu estava de novo. Desprotegida e rodeada de gente filha da puta. Eu comecei a hiperventilar, sentia o ar ficar cada vez mais rarefeito. Eu não podia ter um ataque de pânico agora, não podia mesmo.

Me joguei na cama e afundei meu rosto no travesseiro, me forcei a acordar, torcendo para que aquilo fosse um pesadelo mórbido. Infelizmente não era.

Merda! Merda! Merda!

Eu me sentia tão estúpida. Tão burra. Tão assustada.

Kara me odiar nunca foi um problema pra mim, porque a nossa rivalidade só existe dentro de sua cabecinha perturbada. Mas o Daniel? Não... Não... Aquilo não estava acontecendo. Não podia estar.

Eles arquitetaram uma porra de um plano vilanesco para me DROGAR.

ME DEIXARAM INCONSCIENTE.

E ELES PODERIAM TER FEITO O QUE QUISESSEM COMIGO, SE TUDO TIVESSE SAÍDO COMO ELES PLANEJARAM.

Olha... E não sou nenhuma especialista em comportamento humano, mas na minha visão isso é, tecnicamente, vinte passos mais perto de uma TENTATIVA DE HOMICÍDIO.

Minha náusea aumentou significativamente, meu coração se socava contra meu peito enquanto eu engolia a seco convulsivamente a cada nova constatação.

Honestamente...

Por quê?

𝐕𝐚𝐝𝐢𝐚 𝐚𝐟𝐞𝐭𝐢𝐯𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora