- ̗̀ Capítulo 55ˎ'-

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Pensei que depois de foder com ela pela primeira vez, o desejo desesperado acabaria ou pelo menos reduziria significativamente. Mas o que aconteceu foi justamente o efeito contrário. A minha leitura da situação é que ―, eu fui rápido demais, me expus demais, deixei minha carência afetiva me guiar. Me sinto como uma puta. Mas é o que é.

Isso me incomodava antes, e me incomoda ainda mais agora. Eu me ressentia de cada minuto que passava longe dela e cada momento em que não a tocava. Mais até do que pelas coisas cruéis, que vez ou outra, ela direcionava pra mim, da boca pra fora. Como com qualquer vício, eu parecia precisar de doses cada vez maiores da minha droga. Minha dependência por Belle aumentava até que eu precisasse constantemente dela. Eu não sabia o que faria se algum dia a perdesse.

Antes de toda essa merda acontecer (antes do mundo acabar), eu era professor de educação física. Cansei de dar palestras alertando jovens sobre os malefícios do uso de drogas lícitas e ilícitas. Só que ninguém jamais me alertou sobre como o vício em morenas gostosas e safadinhas pode ser igualmente devastador.

Enquanto penso sobre isso, me imagino em uma reunião de doze etapas. Estou suando frio, suando porque estou nervoso e porque esse não é o meu lugar. Porque, como todo viciado, nunca em um milhão de anos pensei que acabaria desse jeito.

Então, agora eu penso que talvez eu devesse me explicar:

Meu nome é Negan Smith. Quarenta e dois anos e viciado em ser uma puta afetiva em níveis nem um pouco saudáveis. Intimidade é a minha tara, amor é o meu fetiche e Belle é a minha "facilitadora".

Eu precisava me levantar, apesar da tentação de ficar lá, deitado com ela, sem fazer nada ser grande.

As três últimas palavras dela trouxeram à tona as sensações estranhas que eu estava ignorando por tempo demais.

Eu já não me sentia tão confortável em ficar tão agarrado a ela e não poder fazer nada. Precisava dar um jeito naquilo, se quisesse dormir aquela noite. Eu solto um longo suspiro, retiro o meu braço debaixo de sua cabeça com o maior cuidado que consegui e me levanto da cama, sacudindo um leve formigamento no braço dormente.

― Onde você vai, daddy? ― Ela acordou, mas a voz de sono ainda estava lá.

― No banheiro.

― Hum... Fazer o quê lá? ― ela perguntou como se soubesse perfeitamente o que eu ia fazer.

Eu fiquei estranhamente nervoso com a pergunta.

― Eu preciso de uma ducha, bem fria. ―, É. isso. Água fria é o que eu preciso no momento. Está bem quente aqui, não acha?!

Ela me olhou um pouco confusa mas assentiu.

― Um-hum, sei... Demore o quanto precisar. ― Sua frase foi seguida de uma piscadela cúmplice.

Eu estremeci por completo pelo modo como ela falou aquilo.

― O quê?! Belle, eu só vou...

― Ah... é claro, eu sei.― Ela disse em tom jocoso.

Belle dá uma risadinha, vira de costas pra mim e abraça um dos travesseiros. Sabia que ela estava cansada e dormiria em pouquíssimo tempo.

Quem não iria dormir era eu.

𝐕𝐚𝐝𝐢𝐚 𝐚𝐟𝐞𝐭𝐢𝐯𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora