- ̗̀ Capítulo 62ˎ'-

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Ela cruzou os braços e se inclinou ligeiramente para frente, deixando seu decote canoa mais saliente, tornando aparente a parte de cima dos seios. Ela fazia parecer algo involuntário e muito casual, até mesmo inocente, mas eu sabia que ela fazia isso porque, secretamente, gostava de ser admirada. E eu nada pude fazer se não exatamente o que ela queria.

Ela ergueu sua destra em direção a mim e agarrou minha mandíbula com firmeza, puxando-me para perto de si e forçando-me a olhar para ela, bem no fundo de seus olhos escuros e sedutores.

— Posso ser duas coisas para você; Sua amante ou sua inimiga. Posso usar de toda minha determinação para te destruir ou para te satisfazer. Tudo isso na mesma intensidade. — Ela me advertiu, enquanto me provocava, seduzindo-me com a destreza de uma serpente que hipnotiza sua presa.

Aquela conversa tinha tomado um rumo inesperado e muito interessante. Permiti que ela continuasse com seu monólogo, pois, queria descobrir o que ela estava tramando.

— Ser sua amante é muito fácil, porém se essa for sua escolha, terá de entender que não sou nenhuma virgenzinha pura e obtusa que precisa de cuidados e proteção, e não poderá se meter nas minhas escolhas futuras. — Ela retira sua mão de meu queixo e afasta seu rosto do meu. —  Bem, a segunda alternativa é um pouco mais difícil, porque você vai sofrer muito, e não é algo que eu desejo.

Eu fico um pouco pensativo, tomo minha caneta de cima da mesa e brinco com ela por entre os dedos, tentando mascarar o meu nervosismo. Apertei o botão da caneta por três vezes seguidas rapidamente. Click click click. Isso cortou a concentração de Belle pelos joelhos.

— Diga-me, e quem vai me fazer sofrer? — Pergunto em tom jocoso.

Ela me olhou: não-é-óbvio?

— Eu. — A resposta foi rápida e direta como um soco.

Eu ri com escárnio.

— Ria o quanto quiser, ou melhor, enquanto pode. — Ela falou com uma convicção inabalável.

ClickClickClick.

Agora eu a olhava com um interesse maior do que antes e Belle franziu suavemente os lábios.

— Está me ameaçando? — Eu pergunto.

— Acho que eu não preciso ser mais clara.

— Com quem você pensa que está falando? — Pergunto seriamente.

— Depende, quem você pensa que você é? — ela respondeu.

ClickClickClick.

A caneta serviu como um objeto anti-estresse quando encarei aquele sorrisinho convencido estampado em sua face. Contraí até os dedos dos pés de tanto ódio.

— Respondendo perguntas com mais perguntas?! — eu indago. — Com quem aprendeu esse hábito terrível?

Ela me olhou: "adivinhe" estampado em sua face.

— Você ainda não me respondeu. O que prefere que eu seja pra você? Espero uma resposta.

— Agora?

—  Sim.

ClickClickClick.

Belle sorriu forçadamente, não tinha diversão em sua face. Ela estreitou o olhar, visivelmente aborrecida pelo barulho dos cliques e arrancou a caneta de minha mão, jogando-a sobre a mesa. A caneta quicou sobre a superfície plana sem maiores consequências.

— E então, o que vai ser? — Ela me deu um ultimato.

𝐕𝐚𝐝𝐢𝐚 𝐚𝐟𝐞𝐭𝐢𝐯𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora