CAPITULO 34

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Cheguei ao escritório do Dr

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Cheguei ao escritório do Dr. Peixoto e me surpreendi quando vi Bia ali ela estava acompanhada de um casal, a cumprimentei e ela me apresentou seus pais, fiz questão de os cumprimentar me apresentando.

- Como se eu não soubesse quem é o Luan Santana! Rapaz, você já é quase da minha família. - Brincou Ricardo.

- Pai! - Bia o advertiu.

- Só estou falando a verdade, era tanto Luan naquela casa que eu me sentia seu amigo íntimo!

- Não seja por isso, tenho um apreço especial pela Bia. Próximo churras estão convidados!

- Nós iremos! - Ricardo respondeu.

Patrícia estava quieta, parecia nervosa. Vi uma outra Senhora saindo do elevador e me assustei com a semelhança entre ela e Bia, será que essa moça é tia dela? Elas são bastante parecidas... Ricardo a cumprimentou com um aperto de mão e Patrícia o mesmo. Bia deu um beijo singelo no rosto e a chamou de tia Marta. Pelo que me recordo, Marta é o nome da mãe de Camila, será que elas são primas e eu não sei? - Dei de ombros. Depois perguntaria isso a elas.

- Ele ainda não chegou? - Marta perguntou quebrando aquele silêncio estranho que ficou no ambiente depois de sua chegada.

- Ainda não. - Patrícia respondeu.

- Devem estar chegando tia, falei com a Cá agora a pouco e já tinham saído do condomínio.

- Obrigada. - Ela respondeu seca e voltou a conversar com um outro homem que ela sequer apresentou. Aliás, ela mal me cumprimentou.

A porta do elevador se abriu novamente e dele saiu uma Camila irreconhecível, abatida, mais magra e frágil. Assim que seus olhos viram a presença de Marta, ela questionou o que ela estava fazendo ali, Peixoto nos pediu que entrasse em sua sala e Camila indignada tirou seus óculos escuros segurando em sua mão esquerda enquanto protestava sobre a presença de sua mãe - até então.

- Camila, se acalme. Eu ainda estou cumprindo as ordens de seu pai. Todas essas pessoas que estão aqui presentes, foram solicitadas por ele.

- E quem é esse homem? - Se referiu a um homem estranho para todos.

- Um amigo meu, Camila. - Marta respondeu.

- Seu amante! Eu exijo que ele saia, Peixoto.

- Marta, por favor. - Ele disse a ela, fazendo um sinal para que ela acompanhasse o amigo até a porta.

...

Assim que Peixoto começou a ler a carta que Carlos deixou para Camila, meus olhos encheram de lágrimas, o tamanho do amor que ele sentia pela filha, me fez desejar ter uma também. Mas o que me surpreendeu, foi a revelação sobre Beatriz. A cara de espanto da Camila e ao mesmo tempo de raiva me deixou hipnotizado. Observava atento cada olhar que ela depositava em sua "mãe "enquanto Peixoto continuava a ler. Carlos revelou em sua carta, que Camila era fruto de uma inseminação já que Marta não queria gerar filhos. E que por conta da decisão dele de ser pai mesmo contra a vontade dela, ela começou a traí-lo e meses depois da gestação da mãe biológica da Camila, ela descobriu que estava grávida também. Da Beatriz. Agora entendo a semelhança das duas... Como ninguém nunca notou? Como Camila nunca notou? Até eu que sou meio desligado percebi a semelhança entre elas.

Peixoto então, começou a ler um trecho da carta destinado a mim. O que me pegou de surpresa. Carlos sabia que eu e Camila tínhamos um rolo... Como assim? Ele torcia pela gente? Ele me pediu para cuidar dela? É isso mesmo? Sim. É sim! Oque mais me tocou, foi quando ele citou em sua carta que eu olhava para Camila com os mesmos olhos que Gus olhou para Hazel. Confesso que nunca li "A culpa é das estrelas" só assisti ao filme e nem foi completo, mas depois de ouvir tanta coisa bonita, e por saber que é o romance preferido de Camilla, essa será a minha próxima leitura. - Ao final da leitura da carta, Ricardo e Patrícia pareciam constrangidos com a revelação. Beatriz Estava com o olhar baixo, e abraçava Patrícia, como se quisesse afirmar que a sua mãe era ela, e ninguém diria o contrário. Olhei para Camila e seu olhar era de ódio. Vi o momento em que ela levantou e seguiu em direção a Marta. Camila deu dois tapas no rosto dela, eu tentei segurá-la, mas ela me pediu que a soltasse. Assim fiz.

Camila respirou fundo e começou a pôr para fora todo o sofrimento de uma vida. E CARALHO! Sim, CARALHO! A cada frase que Camila soltava eu sentia mais nojo e raiva daquela mulher. Eu estava dilacerado com tamanha perversidade e crueldade. Como uma pessoa é capaz de causar tanto mal a uma criança? Patrícia e Ricardo apertavam mais e mais Beatriz a cada frase escabrosa que Camila relatava sobre sua vivência com Marta. Acredito eu, que imaginando que a filha deles poderia ter tido o mesmo destino que Camila teve, nas mãos daquele monstro de saia.

O relato de Camila sobre os maus-tratos vividos por ela, deixou a todos chocados. E agora, eu entendo o porquê de a Camila ser tão dura, tão fechada, tão insegura... Meus Deus! Me perdoe Senhor, pelas vezes que a julguei de mimada e egoísta. Me perdoe por todas as vezes que eu disse, mesmo que pensando o quanto ela é uma garota ruim e seca. Me perdoe por dizer que ela era amarga e que a vida dela não tinha cor porque ela não se permitia colorir... Me perdoe por ter comparando-a com outra pessoa, que teve uma vida tão diferente e que não passou nem uma migalha do que ela precisou passar. E me sinto tão mal...

Depois dos relatos monstruosos de Camila, Peixoto prosseguiu com a abertura do testamento, e como já era de se esperar, Camila herdou a maior parte de todos os bens do seu pai. O que me deixou surpreso, foi ele ter deixado uma parte de sua herança para mim. Como assim? Fui surpreendido, porém fiquei honrado em saber que eu era uma pessoa tão especial a ponto de ele confiar em mim, uma parte de sua empresa. Ele também deixou parte de seus bens para Bia, Patrícia e Ricardo. Porém para Marta, apenas 1%. Exatamente! A viúva ficou com totais 1%. E Camila ainda achou muito! - Não irei mentir, também achei. Depois de tudo que eu ouvi nessa sala, ela deveria sair daqui com uma mão na frente e outra atrás.

...

- Está mais calma? - Perguntei assim que ela terminou de comer algumas batatas fritas. Sim. Algumas, ela alegou ainda não estar totalmente recuperada da virose e disse estar evitando esse tipo de comida muito gordurosa, pois lhe causava ânsia. Mas acabou tomando bem o suco.

- Calma não é bem a palavra... Eu diria que um pouco mais aliviada. - Ela deu de ombros.

- Quer ir para casa? - Perguntei.

- Para ser sincera, não.

- Quer ir aonde? - Arqueei a sobrancelha.

- Não sei... Eu não conheço muitos lugares aqui em São Paulo, a não ser alguns pontos de tráfico onde eu costumava comprar drogas e algumas baladas bem ruins nas quais eu frequentava para poder usá-las. Além de uns barzinhos onde eu sempre me embriagava. - Ela deu de ombros.

- E lá nos Estados Unidos? Para onde você ia quando estava triste? - Perguntei curioso

- Eu nunca fiquei triste lá... Sabe, lá eu me sentia diferente. Me sentia leve, eu conseguia sorrir. - Ela disse simples. - Se você tivesse tido a oportunidade de passar uns dias comigo lá fora Luan, você diria que eu era outra Camila. - Ela deu de ombros.

- E essa outra Camila, o que ela gostava de fazer quando... Hmmmm já sei. Quando ela estava cansada! Ela teve uma semana muito agitada, cheia de trabalhos da faculdade, uma correria danada no trabalho, as provas estavam chegando... Enfim, quando ela sentia que estava perdendo um pouco o controle, que as coisas estavam começando a sair dos eixos... O que essa Camila fazia?

- Eu pegava um avião até Miami ou até a Califórnia no final de semana e ia para a praia. Sentava-se na beira do mar e refletia.

- Quer fazer isso agora?

- Voar até a Califórnia?

- Não!

- Ir à praia...

- Mas está de noite.

- Melhor ainda! A gente sente a brisa do mar, fica observando as estrelas... Quer ir?

- Quero!

...

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