CAPITULO 29

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UM MÊS DEPOIS...

Já havia se passado um mês do falecimento de meu pai, precisei ficar no Brasil por mais alguns dias depois do seu enterro. Tinha o testamento do meu pai que precisava ser aberto, e a investigação sobre a sua morte. A polícia descartou a possibilidade de latrocínio visto que meu pai foi encontrado em uma vala com todos os seus pertences. Segundo a perícia médica, meu pai morreu ajoelhado, pois quando o corpo foi encontrado, os ossos de seu joelho estavam quebrados. Segundo o delegado, isso aconteceu pois ele teve uma morte instantânea logo após os três disparos que perfurou e dilacerou o seu coração. Provavelmente, para jogarem o corpo na vala, eles precisavam que o corpo estivesse reto, por isso, quebraram o joelho dele para que a sua perna não ficasse levantada e não chamasse a atenção imediata. - O delegado me questionou sobre possíveis inimigos, mas o meu pai era um cara do bem! Ele não tinha inimigos. Não que eu saiba. Ele também me perguntou sobre a ida do meu pai ao Rio, e eu expliquei que ele havia ido se encontrar com a minha mãe para acertar o divórcio deles.

- E sua mãe, ela apareceu no velório?

- Não.

-Você tem notícias dela?

- Eu não sei nem onde ela mora aqui no Rio de Janeiro. Nem o telefone, nem nada. Não temos um bom convívio.

- E seu pai e ela? Mantinham uma boa relação apesar de estarem separados.

- Sim. Meu pai sempre gostou muito da minha mãe, e eu nunca entendi o porquê ela não parar em casa, ou então, porque nós não nos mudamos para Miami junto com o papai.

- Eles tinham um relacionamento estável mesmo longe?

- No começo sim. Mas depois meu pai sempre me ligava perguntando se ela já havia chegado, que não estava conseguindo contato com ela. E desde que eu me mudei para os Estados Unidos, nós nunca mais conseguimos falar com ela. Na verdade, ela me ligou no dia 1°. Me cobrando de ter vindo ao Brasil sem avisá-la, nós discutimos e foi isso. No dia 3, segunda-feira eu falei com meu pai durante o dia e à noite por volta das 19:30 ele me disse que estava indo jantar com a minha mãe, que ela havia ligado e ambos haviam decidido que o divórcio amigável era a melhor saída.

- E depois você não teve mais nenhum contato?

- Ele me enviou uma mensagem por volta das onze horas da noite. Avisando que ficaria mais tempo no Brasil. Já que a minha mãe não tinha aceitado o acordo e disse renunciar a tudo. Então ele disse que ela ia precisar dizer isso em juízo, que ele iria acelerar os trâmites para voltar em breve.

- Você tem essa mensagem?

- Claro! - Entreguei o celular ao delegado e ele o conectou em um dispositivo.

- Obrigada. Iremos filtrar todas as informações que a gente julgar necessário. Aquilo que não for do nosso interesse a gente descarta. E todas as informações são mantidas em sigilo.

- Não tenho nada a esconder.

- Por enquanto é só isso Senhorita Camila.

- Obrigada Delegado Paredes.

Saí da delegacia e segui direto para o escritório do advogado do meu pai, não entendi o porquê tinha tanta gente ali.

- O que está acontecendo? Por que o tio Ricardo e a Patrícia estão aqui? E o que o Luan faz aqui? Alguém pode me explicar? - Vejo minha mãe entrando, acompanhada de um senhor um pouco mais jovem que meu pai. - O que essa mulher está fazendo aqui? - Perguntei alterada.

- Ele era o meu marido!

- Você está de brincadeira né?

- Cadê você quando foi preciso reconhecer o corpo do MEU PAI? Onde você estava enquanto MEU PAI era velado e enterrado? Por um acaso na sua casa não tem televisão? Ou estava muito ocupada com seus projetos da "caridade" que não viu o noticiário? E quem é esse Senhor, o que ele faz aqui?

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