SERÁ?

CAPITULO 85

UM SEMANA DEPOIS

O dia do casamento chegou!

Uma mistura de sentimentos invadia o meu peito. Queria tanto que o meu pai estivesse aqui comigo, me conduzisse até o altar, me entregasse ao homem que eu verdadeiramente amo e escolhi para compartilhar a vida ao meu lado. - Embora eu já tenha me casado antes, não é a mesma coisa! Quando me casei anteriormente com aquele embuste que não gosto nem de falar o nome, me casei sem pensar! Estava angustiada e com medo de criar uma criança sozinha. Aceitei o pedido no calor da emoção. E vivi infeliz durante longos anos!
Mas agora é diferente... Estou casando com o amor da minha vida, com o pai dos meus filhos! O homem que escolhi compartilhar cada segundo dos meus dias, sejam eles bons ou ruins.

- Como estão as coisas lá embaixo? - Perguntei para Bia.
- Tudo sob controle! Não precisa se preocupar com nada! Apenas em ficar linda!
- Estou nervosa! - Desabafei. - Não sei... parece que tem algo errado. E se o Luan desistir?
- Ele não vai desistir! Ele está tão ansioso, pra te dizer sim desde a hora que ele acordou! Confia! - Ela disse me acalmando.
- Eu não sei para quê ele inventou de trazer todos para cá, uma loucura! Vamos voltar para o Brasil na próxima semana, a gente podia ter feito tudo isso lá.
- Você sabe que o Luan é ansioso! Ele não aguenta mais guardar o segredo dos gêmeos.
- Você já sabe? - Perguntei surpresa!
- Claro! Luan me contou porque estava nos nervos já. Disse que a tia Mari não para de encher ele de perguntas, que acha estranho você aqui, grávida e sozinha...Que nas fotos a sua barriga parece ser maior do que diz ser, enfim... Ele me ligou, saímos para almoçar e ele me contou me pedindo ajuda! Por isso, decidimos casar vocês e fazer o chá revelação dos gêmeos por aqui mesmo! Luan achou melhor assim... Você já está de quase seis meses de gestação. Não faz bem ficar andando de avião para um lado e para o outro. De qualquer forma o parto não seria aqui? Ir para o Brasil só para o casamento e depois voltar para cá para o parto do gêmeos seria mais cansativo para você e para os dois nenens da Dinda!

- Você sabe que vai ser a madrinha só de um né?
- Não! Vou ser a madrinha dos dois! Ou das duas...
- Você não tem jeito Beatriz! E a Bruna? Onde fica nessa história?
- Com a posição de madrinha também! Gêmeos, tudo em dobro! Inclusive as madrinhas!
- Ela não vai concordar com isso. E você sabe!
- Bruna que lute! Agora chega de conversa! Vamos agilizar que falta pouquíssimo agora para você descer essas escadas deslumbrante e casar com o boy da sua vida.
- Tá! Você me ajuda a colocar o vestido?
- Claro!

Enquanto Bia e eu terminávamos de abotoar meu vestido, ouvimos batidas suaves na porta e em seguida a voz doce da minha sogra perguntando se poderiam entrar.

- Está linda minha menina!
- Obrigada minha sogra!
- Cunhada! Que vestido maravilhoso! Você está incrível! - Bruna disse empolgada.
- Obrigada B2. E você hein! Toda maravilinda nesse vestido old gold!
- Você viu que arraso?
- E como está tudo lá embaixo? Tudo certo? Falta alguma coisa?
- Já checamos tudo, meu bem. Só está faltando uma coisa!
- O que? Perguntei preocupada.
- A noiva!
- Ah que susto! Eu já estou quase pronta!
- Tudo bem.... No seu tempo. eu só quis vir aqui para te dar um abraço, dizer o quanto eu estou feliz com a união de vocês, com a chegada de mais um netinho ou netinha, e que você sempre será muito bem vinda na minha vida e na minha casa! Eu abençoo a vida e o casamento de vocês minha querida. E desejo toda a sorte de bençãos e muitas felicidades para você e o Luan.
- Obrigada Tia Mari! A senhora sempre foi como uma mãe para mim. E eu agradeço por todo o seu amor, seu carinho seus cuidados... E me perdoe, se algum dia eu não soube reconhecer todo o bem que vocês sempre fizeram por mim. Me perdoe por ter fugido, por ter tirado de vocês o convívio com o Benjamin... - Disse com meus olhos marejados.
- Isso são águas passadas. Já foi. Já passou. Agora é seguir em frente! Não chore! Não borre a sua maquiagem linda, já já Amarildo sobe para te apanhar e levar você até o Luan.
- Obrigada! - A abracei com ternura.

Minutos depois, enquanto eu me recompunha, bateram na porta...

- Você? O que faz aqui?
- Vamos ter uma conversinha!
- Agora? Agora não é o momento para conversa nenhuma! E nem o lugar. Saia do meu quarto por favor?
- Ter certeza que não vai querer sair para conversar comigo? - Disse me mostrando a arma que estava sutilmente em cima da cama. Eu não vi nem a hora que ela foi parar ali em cima.
- Por favor! Não faça nada comigo. Eu estou grávida!
- E você acha que eu não sei? Eu tenho seguido seus passos há anos. E vamos ser sinceras? Da pra ver uma elefanta feito você há kilometros de distância.
- Por favor... Vai embora! Eu te procuro com calma depois do meu casamento. Eu te dou o que você quiser. Mas deixa aninha família em paz, e os meus filhos fora disso! - Disse já com a respiração pesada. Não estava me sentindo bem.
- Você acha que vai me comover com esse papinho de filhos? Me poupe Camila! Não suporto crianças.Não tenho amor nem pela minha filha de sangue, que saiu de mim. Acha que terei amor pelos seus catarrento que ainda nem nasceram e aquele fedelho barulhento lá de baixo?
- Ai! - Senti uma pontada na minha barriga. - Ai ai ai - Exclamei enquanto sentia várias outras pontadas na minha cabeça, e via pontos pretos e turvos. - Pare de show! Você só sai daqui quando assinar esse documento passando toda a sua herança para mim.
- Eu, eu assino! Me ajuda! Por favor! - Disse perdendo as minhas forças.

...

Acordei ouvindo vozes ao meu redor.
Meu Deus onde eu estou?
Que lugar é esse?

[ NARRADO POR LUAN ]

Escutei um estouro no andar de cima, pessoas assustadas e eu não pensei duas vezes em correr escada acima para ver o que estava acontecendo. Assim que cheguei no quarto onde Camila se arrumava, encontrei ela no chão, desacordada é uma poça de sangue na parte de baixo do seu vestido, um pouco mais à frente, uma mulher loira, com outra poça de sangue, dessa vez, na região da barriga, ela tinha os olhos arregalados, parecia morta. Vi meu pai com uma arma na mão e uma cara de pânico...

- CAMILA! -Gritei e me abaixei pegando-a em meus braços. - SOCORRO! ALGUÉM CHAMA UMA AMBULÂNCIA! - Gritei, e ouvi vários passos logo em seguida.
- MINHA NOSSA SENHORA! - Minha mãe gritou quando entrou no quarto e viu a cena. - O QUE ACONTECEU AQUI? - Foi em direção ao meu pai que estava petrificado. - AMARILDO O QUE HOUVE? FALA!
- Eu não, eu não... NÃO! NÃO! NÃO!
- O QUE ACONTECEU PAI? FALA! PELO AMOR DE DEUS! - Bruna perguntou nervosa também.

Meu pai desmaiou.

...

- Está melhor?
- Estou! Como está a Camila? Me diga que está tudo bem com ela, e com meu neto. Diz pra mim que eles estão vivos, Luan! - Meu pai perguntou assim que acordou depois de ter uma síncope.
- Os bebês estão bem. Nasceram! Mas estão na incubadora. Já a Camila... O estado dela é delicado. Ela precisou passar por um parto de emergência. Chegou no hospital com hemorragia grave e teve eclâmpsia. Agora está na UTI. Os médicos estão aguardando seu quadro se estabilizar. Ela perdeu muito sangue, pressão estava muito alta, risco de ter uma parada cardíaca. Por conta do histórico dela, os médicos decidiram induzir ela ao coma, até que seus sinais vitais estabilizem e eles possam acordar ela.
- Mas isso vai demorar quanto tempo?
- Tudo depende dela... Mas segundo o médico, o quadro dela parece estar estável no momento.
- Me perdoe meu filho! Eu deveria ter sido mais cuidadoso.
- Você não tem culpa nenhuma! Ninguém tem culpa!
- Quando eu consegui entrar no quarto, Camila já estava no chão. Aquela mulher com uma arma apontada para ela, enquanto ela implorava por socorro. Só pensei em desarmar aquela mulher.
- Não é hora da gente falar sobre isso! Vai ficar tudo bem, pai! - Disse tentando acreditar no que eu dizia. Mas a verdade é que eu estava apavorado. Com medo de perder o amor da minha vida novamente...