Capítulo 74

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Hoje ia ver o meu novo apartamento. Uma prenda que foi carinhosamente oferecida pelos meus pais, mas que eu não vou puder aceitar. Os concertos têm rendido alguma coisa e até já tenho um bar fixo para dar espetáculos. Portanto, acho que vou conseguir juntar algum dinheiro. De facto, há males que vêm por bem...

Estava muito contente com o sítio que os meus pais tinham escolhido. Ficava a 10 minutos da faculdade, e era perto de uma padaria, de um café e de um supermercado. Fiquei ainda mais feliz quando reparei que a paragem do autocarro que me tinha conduzido até aqui era mesmo em frente à minha futura casa. O que é que eu podia pedir mais?

Encontrei-me com a senhora que iria oficializar a venda do apartamento. Ela era bastante simpática e mostrou-se disponível para me fazer uma visita guiada.

A casa era bastante ampla para uma pessoa só. O lado positivo era que poderia convidar os meus amigos e ter a casa cheia, tal como eu gostava. A sala era bastante espaçosa e estava decorada em tons de azul turquesa e verde água. O meu quarto, o único da casa, era mesmo a minha cara. Na parede, estava um quadro com várias fotos minhas com os meus amigos, com a família, no karate. Revistei todas elas com um sorriso enorme. Bons momentos... No entanto, numa foto, consegui ver que o Diogo estava a olhar para mim com um sorriso no rosto, ao longe, enquanto eu estava a fazer um pontapé que, na altura, tinha saído perfeito. Os meus pais devem ter estado aqui.

Catarina: Podemos continuar, menina Margarida? - disse, com um sorriso gigante.

Eu: Sim, sim, peço desculpa.

Seguimos em direção à casa-de-banho. Na minha opinião, o único defeito da casa. Era bastante pequena, mas nada com o qual eu não pudesse viver. A cozinha tinha os móveis em branco e uma pequena ilha no centro. Era linda.

Catarina: Também tem a garagem, com o lugar marcado.

Eu: Muito obrigada pela visita guiada.

Catarina: Agora, só falta assinar uns papéis e está tudo pronto.

Eu rapidamente assinei os papéis que os meus pais já tinham feito o favor de ler. Despedi-me de Catarina com um aperto de mão e desejei-lhe sorte para os futuros negócios dela.

Quando ela saiu, respirei fundo. O cheiro a novo invadiu as minhas narinas. Era reconfortante. Um novo começo. A esperança de que tudo podia melhorar voltou a apoderar-se de mim.

O meu telemóvel começou a tocar.

Paulo: Estou, pequenina? Tudo bem contigo?

Eu: Olá, Paulo. Sim e contigo?

O Paulo era um dos meus pilares neste momento.

Paulo: Vai-se andando. Olha, eu tenho uma proposta para ti.

Eu: Ai sim? E qual é?

Paulo: Bem, eu tenho um amigo meu que é dono de um bar. O negócio está-lhe a correr bastante bem e, por isso, ele quer evoluir mais um bocadinho. Por isso, decidiu oferecer aos clientes música ao vivo... Em quem é que eu pensei logo? - disse, com uma pequena gargalhada.

Eu: Na tua pequenina?

Paulo: Exatamente. O que é que me dizes? Ele ainda está na altura de castings, mas, quando lhe disse o bar onde tu tocavas, ele pareceu-me bastante satisfeito.

Eu: Quando é que ele me quer lá?

Paulo: Pode ser hoje à noite? Se pudesses, estavas lá por volta das 19h. O que achas?

Eu: Por mim tudo bem.

Paulo: Eu vou-te buscar à 18:30, ok?

Eu: Claro. Obrigada.

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