Capítulo 54

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Diogo: Amor, desliga o despertador.

Ele esfrega os olhos e está com a voz extremamente rouca. Ele é tão adorável, mesmo tendo acabado de acordar e apesar de estar bastante desorientado.

Eu: Diogo, estão a bater à porta! Fica aqui.

Diogo:Ok, ok...

Ele franziu a testa, mas não pareceu importar-se. Qual é o problema dele?! Não, qual é o meu problema? Devia de estar a abrir a porta.

Tento não abrir muito a porta.

Rúben: Finalmente!- disse, levando as mãos ao seu cabelo.

Eu: Bom dia para ti também.

Rúben: Desculpa, bom dia. Temos um pequeno grande problema...

Ele parecia estar bastante nervoso. 

Eu: O que se passa?

Rúben: Ok, não te passes... É o Rafael. Ele está podre de bêbado lá fora. Até me acordou e tudo. Ele está a chamar por ti e...

Eu: Como assim?!

Rúben: Shh, fala baixo, por favor. Não quero acordar os meus pais. Ele quer falar contigo.

Eu: Só podem estar a brincar comigo...

Rúben: Vai lá baixo, por favor. Eu prometo que o levo a casa, mas fala com ele. Pode ser que ele pare.

Eu: Está bem... Mas só se o levares!

Rúben: Promessa de escuteiro - disse, já mais calmo.

Vesti a minha camisola por cima da t-shirt do Diogo. Calcei as minhas sapatilhas e desci silenciosamente as escadas. Espero que corra bem. Eu não entendo aquele idiota! Sempre a arranjar confusões. Ainda por cima, vem para a porta da casa do amigo podre de bêbado.

Quando abri a porta da entrada, vi-o com uma garrafa na mão.  Ele estava praticamente deitado no chão. Estava a beber um líquido transparente e a garrafa já estava praticamente vazia. O Rúben, felizmente, estava à beira dele. Assim, será mais fácil, espero eu...

Mal ele me viu, arregalou os olhos.

Rafael: Guida, vieste! - disse e tentou levantar-se, mas não conseguiu, por isso, tentou abraçar as minhas pernas.

Eu: Rafael, por favor! Assim volto já lá para dentro!

Rúben: Rafael, chega! Vá, já a viste, agora vamos para o carro.

Não sei muito bem como lidar com bêbados. A verdade, é que nunca lidei com nenhum... 

Rafael: Não, não, por favor... Eu quero falar contigo. Preciso de te dizer umas verdades.

Rúben: Rafael... 

Eu: O que queres?

Rafael: Guida, eu nunca amei ninguém como te amo. Por favor, dá-me uma oportunidade. Deixa esse parvo...

Eu: Tu vê lá como falas! Tu és muito anormal... Vens aqui, nesse estado e ainda te pões a acordar os outros? Imagina que acordavas os pais deles.

Rafael: Eu precisava de falar contigo. Guida, vem comigo.

Eu: Isto não me está a acontecer... Não pode. Eu não vou a lado nenhum, percebes?

Rúben: Ela não quer falar contigo, vamos. - disse, ajudando-o a levantar-se.

Rafael: Eu não saiu daqui enquanto tu não me ouvires, Guida!

Diogo: Mas o que é que se passa aqui?!

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