Capítulo 16

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Hoje era o dia em que íamos para Lagos. Estou tão nervosa, não me acredito que, primeiro, vou fazer o meu exame para cinto negro e, segundo, vou para um quarto com mais 4 rapazes. É que nem uma rapariga tenho para me fazer companhia. Ainda bem que me dou bem com todos, senão ia ser bonito...

Íamos no carro do Diogo. Ele passou por minha casa para me ir buscar. Enquanto eu punha as malas no carro, os meus pais ficaram a falar um bocadinho com o Diogo e com o Rúben.

Eu: Bem, vamos embora?

Pai:Portem-se bem - disse, dando-me um abraço.

Mãe: Juízo - disse, abraçando-me.

Diogo: Eu... Nós cuidámos dela, não se preocupem.

E começámos a nossa viagem até Lagos. A viagem iria ser mesmo muito longa, mas o Mestre disse que assim podíamos criar «laços». Claro, vamos estar todos irritados e cansados quando chegarmos ao estágio. E, logo a seguir ao estágio, seria o exame... Este Mestre só nos quer pôr à prova.

O Paulo começou a conduzir. Decidimos que íamos fazer turnos. Então, o primeiro seria o Paulo, depois o Rafael, depois o Rúben e, em seguida, o Diogo. Eu, como ainda não tinha a carta, não podia conduzir. 

Já só tinham passado 2 horas e eu já estava exausta. Estava cheia de sono. E como ia no meio do Rúben e do Diogo, não conseguia encontrar uma posição confortável para dormir. O Diogo pareceu reparar nisso.

Diogo: Podes deitar-te no meu ombro, se quiseres.

Eu: Obrigada, estou mesmo cheia de sono.

Diogo: Já reparei nisso - disse, dando-me um beijinho na testa e uma festinha na cara.

Rafael: Pombinhos, não quero poucas vergonhas. Tenham pena do Rúben, está bem?

Nós nem lhe respondemos.

Diogo: Dorme bem, princesa - disse, sussurrando-me ao ouvido.

Senti alguém a abanar-me ligeiramente.

Diogo: Princesa, paramos durante um bocadinho, para ir à casa de banho. Queres ir? É que a próxima estação de serviço ainda fica um bocadinho longe.

Eu: Sim, eu vou, obrigada por avisares.

Quando chegamos ao carro, era a vez do Diogo conduzir.

Diogo: Maragrida, vens para a frente?

Paulo: Hey, eu também queria ficar à frente... 

Rúben: Tu já foste à frente, Paulo. A Guida ainda não.

Eu: Não me importo de ir para trás, não discutam.

Rúben: Então quando é que vais à frente? Todos têm o direito de irem à frente pelo menos uma vez na viagem. E, que eu saiba, o Diogo faz o último turno.

Eu: A sério, eu não me importo de ir atrás...

O Diogo pareceu ficar triste. Ficámos durante algum tempo calados, a olharmos uns para os outros. Eu abri a porta de trás do carro para entrar. Não queria arranjar confusões... O Rúben pareceu muito aflito.

Rúben: Rapazes, não querem planear melhor a viagem? Vamos lá para dentro um bocadinho e falámos melhor.

Rafael: Já está tudo planeado! - de repente, Rúben dá-lhe um cachaço.

Rafael: Para que é que foi isso?!

Rúben: Eu pedi-vos para irem lá para dentro planearmos a viagem. É assim tão difícil de me fazerem a vontade?

Paulo: Não, só não estou é a perceber o porquê...

Eu comecei a ir atrás deles. 

Rúben: Tu não precisas de vir, Guida. Afinal de contas, não conduzes. Apanha um bocadinho de sol, ou dorme um bocadinho, não sei... 

Que estranho... A viagem já está mais que planeada... Será que ficaram chateados com o Paulo? Não, se não não o tinham chamado. Não entendo...

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