Capítulo 36

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Decidimos passear um pouco mais pela cidade. Depois fomos para o hotel, já estávamos a ficar realmente muito cansados.

Quando chegámos ao quarto, o Rúben estava sentado na cama rodeado por todos os rapazes. Pensei logo que lhe estavam a pregar alguma partida durante o sono, ou qualquer coisa do género.

Mas, quando nos aproximámos mais, conseguimos ouvir um soluço. O Diogo apressou-se logo a ir ter com ele.

Diogo: O que é que se passa?!

O Rúben só conseguia chorar. Passava as mãos pelo cabelo enquanto tinha os cotovelos apoiados nas pernas.

Paulo: Pelo que conseguimos perceber, a namorada dele foi assaltada. Está agora no hospital - Esta frase fez com que Rúben chorasse mais intensivamente.

Eu: Mas é grave?!

Rúben: Ele tinha uma faca... e... e... fez-lhe um corte no braço. Se eu estivesse lá...

Diogo: Não digas isso, mano. A culpa disto não é tua, a culpa é do sacana que lhe fez isto.

Rúben: Mas eu não estou lá quando ela precisa de mim!

Eu: Rúben, tem calma... Já falaste com ela?

Rúben: Já... Ela está com as amigas.

Eu: Eu vou ligar-lhe - disse, olhando uma o Diogo e para o Rúben.

Saí do quarto a correr em direção ao jardim do hotel. Procurei um sítio onde não houvesse muito movimento. Acabei por encontrar um recanto com uma fonte. 

Neste momento, já estava com lágrimas nos olhos. Só de pensar que a Mariluz estava no hospital  que eu não estava lá para a apoiar...

CHAMADAON

Eu: Estou?!

Mariluz: Olá! 

Eu: Estás bem?! 

Mariluz: Sim, está tudo bem... Não te preocupes comigo. Como é que tu estás?

Eu: Mariluz, tu estás no hospital e perguntas como é que eu estou? Só tu... 

Mariluz: Eu já te disse que estou bem, foi só um pequeno corte.

Eu: Mas como é que isso foi acontecer? Foi à noite?

Mariluz: Eu estava a sair do instituto e vi que um homem se aproximava de mim. Eu comecei a andar mais rápido, quase a correr. Mas ele conseguiu apanhar-me. Eu disse que lhe dava tudo o que ele quisesse, até lhe estendi o telemóvel, mas ele, sem mais nem menos, esfaqueou-me e foi-se embora com o telemóvel...

Eu: A sério?! Sem mais nem menos?

Mariluz: Pois, também não percebi a dele...

Eu: Mas estás mesmo bem? Não estás com dores?

Mariluz: Um bocadinho... Mas isto já passa, já tomei os comprimidos... E estou com as ninas. Olha, só te queria perguntar uma coisa.

Eu: O quê?

Mariluz: Como é que está o Rúben? Ele ligou-me a chorar.

Eu: Os rapazes estão com ele. Eu e o Diogo tínhamos acabado de chegar de um passeio, e, quando entrámos no quarto, os rapazes estavam todos à volta dele... 

Mariluz: Coitadinho... Eu tentei dizer-lhe que não era nada de grave, mas ele continuou naquele estado...

Eu: Ele gosta muito de ti, Mariluz, por isso é que ele está assim. Mas ele vai ficar bem, isto foi só do choque. 

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