Capítulo 65

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Diogo: Lar doce lar - disse, colocando o seu saco com o fato de karate em cima do sofá da sala - Mãe, pai, chegámos.

Kate: Olá, meninos. O pai teve que ir trabalhar, filho. O Rúben?

Diogo: Olá. Ele disse que ia sair com os amigos. Tomou banho no dojo e saiu.

Kate: Está bem, então. Como correu o treino?

Diogo: Correu muito bem, na verdade - disse, olhando para mim com um sorriso.

Kate: Hum, estou a ver que sim. Venham jantar, não estão cansados?

Eu: Sim, um pouco. Obrigada. Adoro - disse, quando Kate colocou um prato cheio de massa e carne picada à minha frente.

Diogo: Adoro-te mãe - disse, dando-lhe um beijo na testa.

Kate: Só porque fiz um dos teus pratos preferidos, não é? - disse, tentado fingir-se de chateada, mas sem efeito.

Kate: Bom apetite - disse, dando-me um beijo na testa.

Diogo: Então e eu?

Kate: Como é que o aturas, Guida? - disse, dando-lhe agora a ele um beijo.

Eu: Eu até gosto de o aturar, mas nem sei como consigo - disse, soltando uma gargalhada.

Diogo: Obrigado, acho eu...

Quando reparei, Kate já não se encontrava na cozinha. 

Diogo: Sabes em que é que eu estou a pensar?

Eu: Em quê?

Diogo: O que achavas se eu fizesse uma tatuagem?

Eu: O que é que farias?

Diogo: Não sei... Sinceramente, estava a pensar nisso agora. Possivelmente uma frase. 

Eu: Se eu fizesse uma, seria muito pequenina. Tenho medo das agulhas. Mas, por outro lado, já vi algumas tatuagens que não me importava nada de fazer.

Diogo: Também não gosto muito da ideia das agulhas, mas pronto. Era um pequeno sacrifício.

Eu: Sim, tens razão.

Arrumamos a cozinha e fomos para o quarto do Diogo. Ele estendeu-me uma das suas camisolas e eu fui buscar as calças do meu pijama. O Diogo disse que eu podia ir tomar banho primeiro, e assim o fiz. Estava tão cansada. Senti uma sensação de alívio quando a água quente caiu sobre os meus músculos que ainda estavam um pouco tensos do treino.

O banho, a hora ideal para pensarmos na nossa vida. 

Quem sou eu? Sou uma pessoa que, finalmente, está feliz. Neste momento, tudo parecia estar a correr bem. Estava na casa do homem que amava e que demonstrava amar-me. Apesar de me ter escondido parte do seu passado, eu já o tinha perdoado completamente. A verdade era que o Diogo já me fez tão bem, que a omissão do seu passado já não tinha qualquer importância para mim. 

Para além disso, acho que o Rafael vai-nos deixar ser felizes, finalmente. Todos parecem estar do nosso lado. Então, acho que nada irá acontecer. E, quanto aos rumores, não quero saber o que os outros possam pensar. Sei muito bem aquilo que faço. Sei que seria incapaz de trair o Diogo. Muito menos com aquele otário.

Quando saí do banho, o Diogo estava a dormir. Decidi acordá-lo, porque sei que ele detesta deitar-se sem tomar um banho primeiro. Ele agradeceu e foi quase a cambalear para a casa de banho. Devia estar tão cansado quanto eu.

Liguei a televisão. Estava a dar uma série que eu adoro, Diários de Vampiro. 

Diogo: O que estás a ver?

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