Capítulo 57

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Quando entrámos no quarto, todos pararam de falar e ficaram a olhar para nós. Não tinha pensado na possibilidade de isto ser constrangedor. O Diogo pareceu ficar um pouco nervoso e estava com um  sorriso tímido no rosto.

Eu: Este é o Diogo.

Joana: Oh... Olá, prazer em conhecer-te. Sou a Joana.

Carolina: Olá, eu sou a Carolina.

Patrícia: E eu a Patrícia.

Diogo: Olá, prazer em conhecer-vos. - ele disse, parecendo menos nervoso agora.

Cumprimentou cada uma delas com dois beijos e, depois, foi para a minha beira. Detesto isto... Não poder falar com elas sobre isto está a matar-me. Queria ouvir a opinião delas. Até que elas me chamassem à atenção, se fosse preciso. 

Elas olhavam de vez em quando para nós e sorriam. Aquele sorriso comprometedor que só as melhores amigas conseguem perceber. 

Só fomos embora quando a hora das visitas acabou. Hoje recebemos mesmo a confirmação de que a Mariluz vai ter alta amanhã. Ela já estava «pronta para outra», como ela disse. Só iria ficar no hospital por precaução.

O Rúben e o Diogo rapidamente se integraram no grupo, e, no fim do dia, os nossos problemas pareceram ter desaparecido. Eu e o Diogo já conseguíamos olhar um para o outro sem qualquer ressentimento. No entanto, precisávamos de falar. Nós precisávamos de esclarecer as coisas.

Rúben: Bem, e agora? - disse, quando saímos do hospital - Alguém precisa de boleia?

Joana: Não, obrigada, eu vou com a Carolina e com a Patrícia.

Carolina: Vamos indo, então?

Joana: Sim... Guida, depois, quando a Mariluz sair do hospital, devíamos de marcar um almoço ou assim.

Eu: Sim, claro, por mim tudo bem.

Carolina: Para pôr a conversa em dia - disse, piscando-me o olho.

Soltei uma pequena gargalhada e despedi-me delas.

Rúben: Bem... eu vou indo... 

Diogo: Ok.

Rúben: Falem, pombinhos - disse, piscando-nos o olho - Resolvam as coisas, por favor.

O Rúben entrou no seu carro e saiu, deixando-nos em pleno parque de estacionamento. 

Diogo: Bem... Queres que te leve a casa?

Eu: Diogo, nós precisámos de falar...

Diogo: Eu sei, eu sei que sim. Pensei que, talvez, precisasses de mais algum tempo para pensar, uma vez que não te dei praticamente nenhum - disse, passando a sua mão pelo cabelo.

Eu: A minha reação foi, talvez, um pouco exagerada. Eu só fiquei um pouco em choque. Tenta perceber, eu conheço-te desde sempre e, de repente, descubro que me escondeste uma coisa como essas.

Diogo: Sim, eu sei. Desculpa, Guida. Eu só não te queria afastar... Como fiz agora. Eu sou tão estupido! - disse, passando as mãos pelo cabelo e depois pousando-as na cara.

Aproximei-me dele e retirei as suas mãos da cara. 

Eu: Não digas isso, por favor.

Diogo:Aqueles seis meses foram horríveis. Eu não sou assim. Eu fiz aquilo para ajudar a minha família.

Eu: Eu sei, daí eu perceber-te. Mas...

Diogo: Sim? Podes perguntar tudo o que quiseres, princesa.

Eu: Tu magoaste alguém... tu sabes... como fizeste com o Rafael? - a minha voz saiu tremida com a recordação do Diogo a bater no Rafael.

Diogo: Só uma vez. Em minha defesa, iam-me assaltar.

Eu: Ok... 

Diogo: Eu sei que ficaste assustada com aquilo que fiz ao Rafael. Mas eu quero que tu saibas que eu era incapaz de te magoar. Guida, eu amo-te. Eu não iria conseguir viver com a culpa. Nem seria capaz de o fazer, sequer.

Eu: Eu sei. Eu não tenho medo.

Diogo: Obrigado - disse, aproximando-se de mim.

Sei que ainda hoje saí de sua casa a soluçar. Mas eu já não aguentava nem mais um segundo sem fazer as pazes com ele. E isso assustava-me. Como é que é possível estarmos tão dependentes de alguém? Será que ele sente o mesmo por mim?

Diogo: Perdoas-me?

Eu: Com uma condição... Não voltes a fazer o que fizeste ao Rafael a ninguém! E não me voltes a mentir.

Diogo: Mas... - disse e parou uma respirar fundo. Parecia estar a tentar controlar-se - O Rafael não é nem nunca foi de confiança. Ouviste o que ele te disse?! Ele disse que tu ias ser dele! 

As suas bochechas começaram a ficar vermelhas, só com a raiva de falar do Rafael.

Eu: Sim... Ele disse isso. Mas eu nunca serei dele. Eu sou a tua namorada - disse, tentando realçar a palavra tua. 

Eu sempre achei que aquelas pessoas que diziam que pertenciam alguém deviam de ser doentes ou algo parecido. Afinal de contas, como uma música diz «Ninguém é de ninguém, mesmo quando se ama alguém». Mas, de facto, eu sentia que eu era dele. 

O Diogo colocou o indicador no meu lábio inferior.

Eu: Eu amo-te - disse, com um pequeno sorriso.

Diogo: Eu também te amo - disse, aproximando-se de mim e beijando-me, num beijo apaixonado.

A sua mão tinha sido colocada no meu pescoço, fazendo-me arrepiar, devido à sua baixa temperatura, e não só...

Diogo: Estás com frio? - perguntou, soltando uma pequena gargalhada.

Eu: Parvo - disse, dando-lhe uma pequena palmada no peito.

Ele fingiu que eu o tinha magoado, colocando a sua mão sobre o peito.

Diogo: Bem, parvinha, como é que vais para casa?

Eu:Devo de ir com a minha mãe.

Diogo: Isso significa que hoje não vais puder dormir comigo? - disse, fazendo beicinho.

Soltei uma pequena gargalhada com a sua ação.

Eu: Parece que não. Não pode ser sempre, infelizmente.

Diogo: Eu sei - disse, suspirando - Bem, entretanto, queres vir para minha casa? Quando a tua mãe sair do trabalho, eu levo-te a casa.

Eu: Ok, pode ser. Vou só ligar-lhe, espera só um bocadinho.

Diogo: Todo o tempo que a minha princesa precisar - disse, com um sorriso carinhoso.

Eu: Estás muito querido... - disse, com um olhar de desconfiada e soltando uma pequena gargalhada, ao mesmo tempo que comecei a procurar o nome da minha mãe na minha lista de contactos. 

A minha mãe acabou por concordar, sem antes me dizer, como sempre, para ter juízo. Mal entrei no carro e me sentei, o Diogo colocou a sua mão na minha coxa. Senti, automaticamente, um arrepio por todo o meu corpo.

Olá, olá :D

Estão a gostar? Espero que sim :)

Já sabem, votem e comentem ;) Aceito qualquer crítica ou sugestão :) 

Obrigada :)

bjs

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