Quando entrámos no quarto, todos pararam de falar e ficaram a olhar para nós. Não tinha pensado na possibilidade de isto ser constrangedor. O Diogo pareceu ficar um pouco nervoso e estava com um sorriso tímido no rosto.
Eu: Este é o Diogo.
Joana: Oh... Olá, prazer em conhecer-te. Sou a Joana.
Carolina: Olá, eu sou a Carolina.
Patrícia: E eu a Patrícia.
Diogo: Olá, prazer em conhecer-vos. - ele disse, parecendo menos nervoso agora.
Cumprimentou cada uma delas com dois beijos e, depois, foi para a minha beira. Detesto isto... Não poder falar com elas sobre isto está a matar-me. Queria ouvir a opinião delas. Até que elas me chamassem à atenção, se fosse preciso.
Elas olhavam de vez em quando para nós e sorriam. Aquele sorriso comprometedor que só as melhores amigas conseguem perceber.
Só fomos embora quando a hora das visitas acabou. Hoje recebemos mesmo a confirmação de que a Mariluz vai ter alta amanhã. Ela já estava «pronta para outra», como ela disse. Só iria ficar no hospital por precaução.
O Rúben e o Diogo rapidamente se integraram no grupo, e, no fim do dia, os nossos problemas pareceram ter desaparecido. Eu e o Diogo já conseguíamos olhar um para o outro sem qualquer ressentimento. No entanto, precisávamos de falar. Nós precisávamos de esclarecer as coisas.
Rúben: Bem, e agora? - disse, quando saímos do hospital - Alguém precisa de boleia?
Joana: Não, obrigada, eu vou com a Carolina e com a Patrícia.
Carolina: Vamos indo, então?
Joana: Sim... Guida, depois, quando a Mariluz sair do hospital, devíamos de marcar um almoço ou assim.
Eu: Sim, claro, por mim tudo bem.
Carolina: Para pôr a conversa em dia - disse, piscando-me o olho.
Soltei uma pequena gargalhada e despedi-me delas.
Rúben: Bem... eu vou indo...
Diogo: Ok.
Rúben: Falem, pombinhos - disse, piscando-nos o olho - Resolvam as coisas, por favor.
O Rúben entrou no seu carro e saiu, deixando-nos em pleno parque de estacionamento.
Diogo: Bem... Queres que te leve a casa?
Eu: Diogo, nós precisámos de falar...
Diogo: Eu sei, eu sei que sim. Pensei que, talvez, precisasses de mais algum tempo para pensar, uma vez que não te dei praticamente nenhum - disse, passando a sua mão pelo cabelo.
Eu: A minha reação foi, talvez, um pouco exagerada. Eu só fiquei um pouco em choque. Tenta perceber, eu conheço-te desde sempre e, de repente, descubro que me escondeste uma coisa como essas.
Diogo: Sim, eu sei. Desculpa, Guida. Eu só não te queria afastar... Como fiz agora. Eu sou tão estupido! - disse, passando as mãos pelo cabelo e depois pousando-as na cara.
Aproximei-me dele e retirei as suas mãos da cara.
Eu: Não digas isso, por favor.
Diogo:Aqueles seis meses foram horríveis. Eu não sou assim. Eu fiz aquilo para ajudar a minha família.
Eu: Eu sei, daí eu perceber-te. Mas...
Diogo: Sim? Podes perguntar tudo o que quiseres, princesa.
Eu: Tu magoaste alguém... tu sabes... como fizeste com o Rafael? - a minha voz saiu tremida com a recordação do Diogo a bater no Rafael.
Diogo: Só uma vez. Em minha defesa, iam-me assaltar.
Eu: Ok...
Diogo: Eu sei que ficaste assustada com aquilo que fiz ao Rafael. Mas eu quero que tu saibas que eu era incapaz de te magoar. Guida, eu amo-te. Eu não iria conseguir viver com a culpa. Nem seria capaz de o fazer, sequer.
Eu: Eu sei. Eu não tenho medo.
Diogo: Obrigado - disse, aproximando-se de mim.
Sei que ainda hoje saí de sua casa a soluçar. Mas eu já não aguentava nem mais um segundo sem fazer as pazes com ele. E isso assustava-me. Como é que é possível estarmos tão dependentes de alguém? Será que ele sente o mesmo por mim?
Diogo: Perdoas-me?
Eu: Com uma condição... Não voltes a fazer o que fizeste ao Rafael a ninguém! E não me voltes a mentir.
Diogo: Mas... - disse e parou uma respirar fundo. Parecia estar a tentar controlar-se - O Rafael não é nem nunca foi de confiança. Ouviste o que ele te disse?! Ele disse que tu ias ser dele!
As suas bochechas começaram a ficar vermelhas, só com a raiva de falar do Rafael.
Eu: Sim... Ele disse isso. Mas eu nunca serei dele. Eu sou a tua namorada - disse, tentando realçar a palavra tua.
Eu sempre achei que aquelas pessoas que diziam que pertenciam alguém deviam de ser doentes ou algo parecido. Afinal de contas, como uma música diz «Ninguém é de ninguém, mesmo quando se ama alguém». Mas, de facto, eu sentia que eu era dele.
O Diogo colocou o indicador no meu lábio inferior.
Eu: Eu amo-te - disse, com um pequeno sorriso.
Diogo: Eu também te amo - disse, aproximando-se de mim e beijando-me, num beijo apaixonado.
A sua mão tinha sido colocada no meu pescoço, fazendo-me arrepiar, devido à sua baixa temperatura, e não só...
Diogo: Estás com frio? - perguntou, soltando uma pequena gargalhada.
Eu: Parvo - disse, dando-lhe uma pequena palmada no peito.
Ele fingiu que eu o tinha magoado, colocando a sua mão sobre o peito.
Diogo: Bem, parvinha, como é que vais para casa?
Eu:Devo de ir com a minha mãe.
Diogo: Isso significa que hoje não vais puder dormir comigo? - disse, fazendo beicinho.
Soltei uma pequena gargalhada com a sua ação.
Eu: Parece que não. Não pode ser sempre, infelizmente.
Diogo: Eu sei - disse, suspirando - Bem, entretanto, queres vir para minha casa? Quando a tua mãe sair do trabalho, eu levo-te a casa.
Eu: Ok, pode ser. Vou só ligar-lhe, espera só um bocadinho.
Diogo: Todo o tempo que a minha princesa precisar - disse, com um sorriso carinhoso.
Eu: Estás muito querido... - disse, com um olhar de desconfiada e soltando uma pequena gargalhada, ao mesmo tempo que comecei a procurar o nome da minha mãe na minha lista de contactos.
A minha mãe acabou por concordar, sem antes me dizer, como sempre, para ter juízo. Mal entrei no carro e me sentei, o Diogo colocou a sua mão na minha coxa. Senti, automaticamente, um arrepio por todo o meu corpo.
Olá, olá :D
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Obrigada :)
bjs
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Who am I?
RomanceMargarida é uma rapariga de 18 anos. A sua vida muda completamente com um rapaz, Diogo. Conheciam-se desde pequeninos, no entanto, nenhum dos dois tinha coragem de dar o primeiro passo. Ambos se amam muito, mas, será que são inseparáveis? Será que...