Joana: Guida, chegámos.
Abri lentamente os meus olhos e encaminhei-me para fora do carro. Uma tontura atingiu-me, mas não me impediu de continuar o meu caminho até à porta da minha casa. Tentei alcançar a carteira para pegar nas minhas chaves, mas ela já não estava pendurada no meu ombro.
Harry: A tua carteira - disse, passando-me a minha bolsa.
Eu: Obrigada - disse, sorrindo fracamente - Vocês podem ir para casa, eu agora fico bem.
Joana: Os teus pais estão em casa?
Eu: Sim, acho que sim.
Joana: Assim fico mais descansada.
Eu: Vão lá à vossa vida e divirtam-se muito - disse, piscando-lhes um olho.
Ambos se despediram de mim com um sorriso tímido estampado no rosto. Este casal vai ser tão perfeito. Eles ficaram no carro à espera que eu entrasse em casa. Depois de trancar a porta, ouvi o seu carro a distanciar-se.
Tentei fazer o mínimo de barulho possível, mas, mal comecei a subir as escadas, as minhas gatas começaram a fazer uma grande festa por eu ter chegado. Só me faltava mais esta. Fiz-lhe o máximo de festas que conseguia para as manter em silêncio, mas não estava a resultar.
XXX: Quem é que está aí?
Alguém ligou a luz e é aí que eu percebo que estou feita ao bife.
Mafalda: Guida? O que é que estás aqui a fazer?
Eu: Que susto! - disse, num sussurro - Shh, não quero que os pais acordem.
Mafalda: Estiveste a chorar? - eu não respondi, o que fez com que ela continuasse com o seu interrogatório - Tu e o Diogo chatearam-se, não foi? O que é que ele fez?
Eu: Ele não fez nada, ok?! Eu só preciso de me deitar e de não ser apanhada pelos pais. Por isso, deixa-me subir, por favor.
Mafalda: Ok, ok. Também não precisas de ser assim.
Eu: Desculpa - disse, abraçando-a. Ela achou estranho o meu gesto, mas acabou por retribuir o abraço.
Mafalda: Queres que durma contigo?
Eu: Sim, por favor. Podes deitar-te na minha cama, eu vou só à casa-de-banho e vestir o pijama.
Ambas subimos acompanhadas pelas nossas gatas. Elas devem-se ter apercebido que algo não estava bem.
Peguei no meu pijama que estava arrumado no meu armário e dirigi-me à casa-de-banho, fechando a porta logo a seguir. Quando olhei para o meu reflexo, percebi o porquê de todos estarem preocupados comigo. Os meus olhos, lábios e bochechas encontravam-se inchados e era possível ver o rasto das lágrimas no meu rosto. O meu cabelo também estava bastante despenteado. Provavelmente apanhei o tique do Diogo de mexer no cabelo.
Eu não vou chorar mais. Amanhã será um novo dia e tudo se irá resolver. Ele tem que me ouvir.
À medida que ia vestindo o meu pijama e lavando os dentes e o rosto , tentava não pensar naquilo que tinha acontecido, mas sem efeito.
Quando entrei no meu quarto, a minha irmã já estava a dormir. Decidi deitar-me muito devagar para não a acordar.
Fechei os olhos e tentei adormecer, mas não estava a conseguir. Não conseguia tirar aquela maldita imagem da minha cabeça. Os olhos que eu tanto amava a olharem-me com desprezo, raiva, desilusão.
Passado o que pareceu ser uma eternidade, consegui acalmar-me e, finalmente, adormecer.
Mafalda: Guida, acorda - senti o meu braço a ser abanado.
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Who am I?
RomanceMargarida é uma rapariga de 18 anos. A sua vida muda completamente com um rapaz, Diogo. Conheciam-se desde pequeninos, no entanto, nenhum dos dois tinha coragem de dar o primeiro passo. Ambos se amam muito, mas, será que são inseparáveis? Será que...