Eu: Bem, acho melhor nós irmos.
Mãe: Vais levar essa mala? - a sua testa estava enrugada em sinal de preocupação.
Eu: É só um saquinho, com algumas roupas e livros - disse, encolhendo os ombros.
A minha mãe suspirou e abraçou-me.
Mãe: Não vás embora sem nos avisares - sussurrou ao meu ouvido.
Eu: Não me estou a ir embora, não te preocupes - disse, com um pequeno sorriso.
A verdade é que a ideia de sair de casa dos meus pais já me tinha passado pela cabeça. Eu sou uma pessoa que, apesar de precisar de afeto dos familiares, gosta do seu espaço. Digamos que sou um pouco bipolar...
A minha mãe quebrou o abraço e dirigiu-se ao Diogo.
Mãe: Por favor, passem por cá amanhã.
Diogo: Claro - disse, com um sorriso.
Mãe: Eu gosto muito de vocês.
Eu: Não costumas ser assim - disse, limpando uma pequena lágrima que escorria pelo seu rosto - Eu não vou embora. Sim?
Mãe: Sim, sim, eu sei. Eu não sei porque é que estou assim. Vá, até amanhã.
Despedimo-nos uma vez mais dela. Ela ficou à porta, à espera que entrássemos no carro. Estava com um sorriso enorme quando o Diogo me abriu a porta para eu entrar.
Diogo: Tens a certeza que a tua mãe fica bem?
Eu: Eu não entendo, ela nunca ficou assim...
Diogo: Queres que volte para trás? Não há problema nenhum.
Eu: Não, tudo bem. Ela deve ter ficado assim porque sente que estou mesmo a sair de casa. Mas eu ainda não tomei essa decisão. Se tomasse, eu iria falar muito bem com os meus pais e com a minha irmã primeiro.
Diogo: Sim, acho que fazes bem.
Sinto uns braços a pegar em mim.
Diogo: Adormeceste, princesa.
Eu: Desculpa.
O seu peito tremeu, dando-me a sensação de que ele tinha soltado uma gargalhada. Mas o seu perfume é demasiado bom e está a embalar-me completamente.
Sinto que ele me pousou na cama. Passado uns minutos, ele deitou-se ao meu lado e puxou-me para o seu peito. Deu-me um beijo na testa e sussurrou um «amo-te» no meu ouvido.
Ouço algo a partir-se e rapidamente abro os olhos, arrependendo-me logo a seguir, devido à luminosidade presente no quarto.
Eu: O que se passa?
Diogo: Fica aqui, Guida, eu já venho. Promete-me que ficas aqui - disse, agarrando as minhas bochechas com as suas mãos.
Eu: O que se passa?!
Diogo: Apenas confia em mim. Promete-me.
O seu olhar era bastante intenso e fui obrigada a concordar com ele.
Eu: Ok. Eu fico aqui...
O Diogo beijou-me e saiu praticamente a correr do quarto. O que é que estaria a acontecer? O que é que era tão grave que eu não podia ir ver?
A minha curiosidade estava a dar cabo de mim. Ouvi alguém a falar alto, mas o som vinha do exterior. Espreitei pela janela, mas não consegui ver nada. Estava tudo bastante calmo.
Peguei no meu telemóvel para ver que horas eram. 3 chamadas não atendidas e 7 mensagens.
Comecei por abrir as mensagens. Eram todas do otário do Rafael.

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Who am I?
RomanceMargarida é uma rapariga de 18 anos. A sua vida muda completamente com um rapaz, Diogo. Conheciam-se desde pequeninos, no entanto, nenhum dos dois tinha coragem de dar o primeiro passo. Ambos se amam muito, mas, será que são inseparáveis? Será que...