Capítulo 37

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Quando cheguei ao quarto, o Rúben já estava mais calmo. Aproximei-me de Rúben. Quando ele percebeu que eu lá estava, pareceu ficar mais ajitado.

Rúben: Como é que ela está?

Eu: Bem, ela disse que já tinha tomado algo para as dores passarem e que não estava sozinha - disse, colocando uma mão no ombro do Rúben.

Rúben: Obrigado por teres falado com ela.

Eu: Ela é minha amiga, eu, em parte, percebo aquilo que estás a sentir... Mas, vai tudo correr bem - disse, agora abraçando-o.

Rúben: Obrigado, eu sei que sim. Vai lá ter com o Diogo, ele também está preocupado contigo.

Eu: Obrigada - disse, sorrindo.

Decido deixá-lo com o Rafael e com o Paulo. Eles sempre foram muito amigos dele. Aliás, o Mestre costumava chamar-lhes «trio odemira». E até fazia sentido, porque o Diogo passava todos os treinos e intervalos comigo. Enquanto que eles os três ficavam a falar e a fazer parvoíces.

O Diogo estava a dormitar na sua cama. Decidi acordá-lo com um beijo. Ele iria ficar chateado se eu não o fizesse.

Parecia ainda mais perfeito a dormir. Notava-se que estava completamente descontraído, completamente livre de preocupações. 

Depois de muitos beijinhos, lá o consegui acordar.

Diogo: Olá, princesa - disse, acariciando-me o rosto - Tudo bem contigo?

Ele parecia preocupado.

Eu: Sim, está... - disse, não muito convicta.

Diogo: Sabes que eu te conheço como a palma da minha mão, não sabes princesa? Não precisas de fingir comigo. Eu estou aqui para tudo aquilo que precisares - disse, dando-me um abraço.

Eu: Obrigada, eu só fiquei um pouco chocada com a notícia. E muito triste por não poder estar à beira dela. Mas eu estou bem - disse, fingindo-me de forte.

Diogo: E essas lágrimas são o quê? - disse, limpando as lágrimas que já escorriam pelo meu rosto.

Eu nem tinha reparado que estava a chorar... Eu não costumo chorar em frente a ninguém. Nenhuma das minhas amigas me viu a chorar «a sério». Apenas o viam quando me emocionava com algo. Mas, neste caso, é diferente.

Ele abraçou-me e puxou-me em direção ao seu peito, deitando-nos na nossa cama. Ele começou a fazer festinhas no meu cabelo e eu decidi afundar a minha cabeça no seu peito. Com ele, eu conseguia realmente libertar toda a tristeza que tinha. Muitas vezes, quando algo de mau me acontecia, eu não conseguia fazê-lo sozinha, em casa. Eu precisava dele, eu precisava de ir treinar com ele, eu precisava de chorar nos seus braços.

E é incrível como a nossa vida pode, realmente, mudar. «De um momento para o outro», nós já namorávamos, já tínhamos a «nossa» cama. É pena não estarmos sozinhos, senão, até o nosso quarto tínhamos. A sorte é que eles conseguiam ser sempre bastante barulhentos, por isso, nunca nos ouviam.

Eu: E tu, como é que estás?

Ele soltou uma pequena gargalhada.

Diogo: És única! Estás a chorar e perguntas se eu estou bem... - disse, dando-me um beijo na testa - Mas, sim, eu estou bem. O meu irmão já parece estar mais calmo. 

Eu: Ainda bem - disse, aconchegando-me mais a ele.

Diogo: Ela sabe que vocês até podiam estar a milhas de distância, mas que ela nunca iria estar sozinha - disse, tentando-me acalmar.

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