Who am I?

Capítulo 6

Mariluz: O que é que estás aqui a fazer?

Eu: Isso pergunto-te eu - levantei-me e dei-lhe dois beijos.

Rúben: Vocês conhecem-se? 

Eu: Sim, ela anda comigo na escola. É da minha turma - disse a rir-me.

Rúben: Mariluz, queria-te apresentar o meu irmão, então. É o Diogo.

Diogo: Olá, está tudo bem? - disse, dando-lhe dois beijos.

Mariluz: Sim, finalmente conheci-te. A Guida não pára de falar em ti.

A sério? Não me acredito que disseste isso.

Eu: Que exagero - tenho a certeza que estou corada, e tudo graças à Mariluz. Só me envergonha...

Rúben: E esta é a minha irmã, a Carla - disse, com lágrimas nos olhos.

A Mariluz deu-lhe um pequeno beijo na bochecha do Rúben e disse que iria tudo ficar bem.

Eu: Se calhar, era melhor nós sairmos, para vocês ficarem mais à vontade.

Diogo: Sim, é melhor.

O Diogo deu um beijo prolongado na testa da irmã e eu fiz o mesmo. Saimos do quarto. 

Eu: Sabes como é que eles se conheceram?

Diogo: Sim, através de amigos. Numa festa.

Eu: Ah, ok. Eu não sabia de nada e hoje disse-lhe que vinha ver a tua irmã e ela não disse nada. 

Rúben: Provavelmente achou que estavam a falar de pessoas diferentes. Ou então o meu irmão sentiu-se tão desesperado, que só lhe ligou agora... 

Eu: Talvez tenhas razão.

Médico: Desculpem interromper, mas já sabemos os resultados dos exames.

Diogo: Mãe, pai, venham cá.

O Diogo colocou o seu braço forte nos meus ombros, talvez para ganhar coragem para o que quer que fosse ouvir. Eu coloquei uma das minhas mãos no fundo das suas costas.

Médico: Bem, eu tenho boas e más notícias. A boa notícia é que a Carla não tem qualquer lesão no cérebro. Ainda não sabemos como é que isso é possível, mas a verdade é que a Carla parece ser uma mulher bastante forte. A má notícia é que, infelizmente, ainda não podemos saber quando é que a Carla pode acordar do coma. Mas, ela está bastante estável. Isso é bom sinal...

Diogo: Obrigado, doutor.

O médico afastou-se de nós. Abracei o Diogo.

Eu: Cada vez tenho mais certezas de que ela vai ficar bem.

Diogo: Já começo a acreditar em ti.

O Diogo entrou no quarto de hospital para contar as notícias, mas fecha rapidamente a porta.

Eu: O que é que foi?

Diogo: Não me acedito - disse com um sorriso nos lábios.

Eu: O que é que foi, Diogo?