Capítulo 66

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Acordei com muito calor. Abri lentamente os olhos para me habituar à claridade que já estava presente no quarto. O Diogo estava deitado no meu peito e tinha o seu braço à volta da minha cintura e as nossas pernas estavam entrelaçadas. 

Coro ao recordar a noite passada. Tenho medo que a nossa relação esteja a evoluir demasiado rápido. Mas... foi tão perfeito e pareceu tudo tão certo. 

Com cuidado para não o acordar, passei a minha mão pelo seu cabelo castanho que estava a ficar bastante longo. 

Tão descontraído... Tal como sempre o conheci. Não era aquele que se tinha metido com traficantes, que tinha vivido com eles e os tinha ajudado. Como é que eu nunca soube de nada? Eu pensava que sabia tudo sobre ele. Será que há algo mais para saber? Afinal de contas, a vida dele parece ter sido um pouco complicada nessa época.

E se houver mais alguma coisa que ele me está a esconder? Será que isso importa ou vai mudar alguma coisa? Ele prometeu-me que não tinha acontecido mais nada e eu acredito nele, mas não posso deixar de ter esta dúvida. 

Os seus olhos começaram a abrir-se lentamente ele espreguiçou-se.

Eu: Bom dia, dorminhoco.

Diogo: Bom dia - disse, dando-me um pequeno beijo - Dormiste bem?

Eu: Sim, durmo sempre desde há uns tempos para cá - disse, soltando uma pequena gargalhada - E o meu príncipe?

O Diogo franziu um pouco a testa, mas rapidamente me deu um sorriso.

Diogo: Sim, dormi bem. Pequeno-almoço na cama, princesa?

Eu: Ui... Iria adorar - disse, dando-lhe um pequeno beijo.

Diogo: Já venho.

Decidi tomar um duche enquanto o meu querido namorado fazia o nosso pequeno-almoço. Peguei no meu telemóvel e abri a minha playlist. Como sempre, Ed Sheeran parecia-me um ótimo partido. Enquanto cantarolava a letra da música «Tenerife Sea», ensaboava o meu corpo. 

As músicas iam passando aleatoriamente e eu não conseguia tirar o sorriso parvo da minha cara. Saí da casa de banho enrolada numa toalha e fui para o quarto do Diogo. Agora era a música «Don't» que estava a dar. Comecei a dançar de um modo desajeitado enquanto pegava nas roupas que já tinha trazido e que estavam guardadas no seu armário. 

Deslizei a toalha pelo meu corpo e vesti a minha roupa interior. Ouvi uma pancada na porta e rapidamente me baixei para pegar na minha toalha que estava no chão. O Diogo não esperou e abriu logo a porta.  

Diogo: Bem me parecia que tinhas ido tomar banho. Desculpa. Queres que vá para outro sítio?

Eu: Hum... Não, fica.

Não sei porque é que estava tão envergonhada... Pelo amor de Deus, depois de tudo o que se passou ontem?!

Diogo: Ok. Prometo não olhar... muito - disse, com um sorriso perverso.

Eu: Tem que se comportar, senão, serei obrigada a vestir-me na casa de banho.

Diogo: Como a madame quiser - disse com um sorriso que me derreteu imediatamente.

Depois de me vestir rapidamente, sentei-me ao seu lado na cama.

Diogo: Temos que repetir mais vezes. Gostei da mini-dança.

Eu dei-lhe uma pequena chapada no braço e comecei a rir-me. Peguei no pão que estava no tabuleiro que ele tinha trazido.

Eu: O que é que vamos fazer hoje?

Diogo: Tenho uns trabalhos para fazer, infelizmente. Mas queria passar o meu dia contigo - disse, soltando um pequeno suspiro.

Eu: Podemos passar por minha casa e trazer os meus livros. Assim fazia-te companhia. 

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