Capítulo 56

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Quando cheguei a casa, apercebi-me de que hoje era o dia em que íamos visitar a Mariluz. Com tantas coisas a acontecer, tinha-me esquecido completamente. Só esta manhã valeu por um dia inteiro, ou até mais.

Ainda não me acredito que o Diogo já teve aquela vida antes. Por um lado, ele não fez diretamente mal a ninguém. No entanto, contribuía para o vício de muitas pessoas, pessoas que tinham a sua vida praticamente dominada pela droga.

Eu sei que tudo aquilo foi para ajudar a sua família e até o percebo. Mas não conseguia olhar para ele. Aquela informação estava a mudar a forma como eu o via. Por isso, decidi sair daquela casa rapidamente.

Apesar de saber que, provavelmente, ele vai lá estar hoje. Ele vai apoiar o irmão, de certeza absoluta. Eu devia de ligar à Mariluz e pedir para ela me avisar quando eles saírem de lá. Lá estás tu a fugir aos teus problemas! Como sempre... 

Pois... Eu não posso fugir dos meus problemas. Se o tiver que ver, que seja. Vou mandar uma mensagem às minhas amigas. Tenho a certeza que elas também querem ir vê-la.

Marcámos uma hora e todas puderam ir, felizmente. Seria muito mais fácil ultrapassarmos isto juntas. 

Decidi tomar um duche, para ver se conseguia relaxar. Mas não obtive nenhum efeito. Pelo contrário, à medida que o tempo passava, ficava cada vez mais nervosa. 

Eu amo-o e sei que isto se vai resolver. Estou disposta a esquecer tudo. Mas não sei se o vou conseguir esquecer tão facilmente ou rapidamente.

Pedi à minha mãe para me levar ao hospital, uma vez que ela também ia trabalhar.

Elas estavam na sala de espera. 

Eu: Olá meninas - disse, com um pequeno sorriso. 

Todas me responderam, mas notava-se que nenhuma de nós estava bem. Decidimos ir logo para o quarto da Mariluz. 

Quando lá chegámos, o que eu mais temia aconteceu.

Consegui ver que a porta do quarto estava aberta. Vi o Rúben. Ele estava sentado numa cadeira à beira da cama da Mariluz a segurar a sua mão. Do outro lado da cama, estava a Karen e o Will. E, mesmo à frente da cama da Mariluz, estava o Diogo.

Tentei ficar mais atrás, para que ele não me visse. Mas, mal nos aproximamos do quarto, ele virou a sua cara e os seus olhos encontraram os meus. Um arrepio percorreu o meu corpo e fiquei, literalmente, paralisada. Consegui sentir aquele frio na barriga que sentia sempre que o via. Ele desviou logo o olhar e disse algo ao Rúben. O Rúben olhou outra vez para mim e consegui ver que o seu sorriso foi diminuindo. O Diogo passou por nós e foi embora.

Depois da Kate e do Will saírem do quarto, nós entrámos. A Mariluz ficou muito contente por nos ver e apresentou-lhes logo o Rúben. 

Eu: Estás com dores?

Mariluz: Não, eles deram-me alguma coisa no soro... 

Joana: Ah... Está explicado o porquê de estares assim.

Carolina: E quando é que podes sair desta explunca?

Mariluz: Em princípio, amanhã.

Passado, mais ou menos, 10 minutos, já todos se sentiam mais à vontade. Parecia que estávamos em casa de uma de nós. O ambiente já não estava pesado. Tanto foi assim que uma enfermeira passou pelo nosso quarto e disse que todos os doentes deviam de receber visitas daquelas.

Já tinha passado meia hora, quando o Rúben pediu para falar comigo. Eu aceitei e disse às ninas que depois lhes explicava tudo. Elas assentiram e continuaram a falar.

Rúben: Eu disse-me que te tinha contado tudo - o olhar dele estava fixo no chão.

Eu: Sim, ele contou-me... - a minha voz saiu um pouco tremida.

Rúben: Estás bem? Tu sabes que ele não quis nada daquilo, não sabes?

Eu: Sim, eu sei. Mas ele podia ter-me contado. E podia ter escolhido outro caminho.

Rúben: Ele ama-te. Ele não te queria afastar. Por isso é que não lhe contou. O Rafael é que estragou tudo.

Eu: Eu não gosto do Rafael, mas, se não fosse ele, eu não sabia de nada disto. E isso não é correto. Ele é meu namorado, acho que é o mínimo.

Rúben: Eu sei, Guida, tens toda a razão. Mas, dá-lhe uma oportunidade. Tenta percebê-lo, por favor. Não imaginas como é que ele ficou...

Eu: Eu sei que isto se vai resolver. Eu só preciso de tempo para organizar as ideias. 

Rúben: Ainda bem. Eu sei que sou o irmão dele, mas, se precisares de falar, eu estarei aqui.

Eu: Obrigada, Rúben. Eu só preciso de tempo, para processar tudo. Só isso...

Rúben: Ele vai-to dar. Por isso é que ele saiu do quarto. Bem, vou voltar para dentro. Vens?

Eu: Não, vou à casa de banho. Já venho - disse, com um pequeno sorriso.

Rúben: Até já.

Encontrei rapidamente a casa de banho. Infelizmente, já sabia onde é que ele era. Da última vez que estive aqui, eu e o Diogo ainda não namorávamos.

Lembro-me daquela vez em que eu saí desta casa de banho e ele estava à minha espera. Fiquei tão feliz. 

Quando saí da casa de banho, ele não estava lá... A desilusão está estampada na minha cara. Estava à espera de quê? Eu é que o afastei! Eu sou tão complicada, detesto ser assim.

De repente, sinto que alguém me puxa para um corredor perpendicular aquele em que eu estava. Assustei-me e, por isso, sem querer, dei um pequeno estalo à pessoa que me puxou.

Diogo: Estou a ver que os teus reflexos continuam a ser o que eram - disse, com um pequeno sorriso.

Eu: Desculpa, foi sem querer.

Diogo: Não faz mal - disse, passando a sua mão pelo pescoço.

Nunca pensei ficar embaraçada com o Diogo. Mas, neste momento, se tivesse um buraco no chão, tinha-me escondido, de certeza.

Eu: Não precisavas de ter saído do quarto...

Diogo: Eu sei que precisas de espaço.

Eu: Nota-se - disse, dando uma pequena gargalhada.

Diogo: Desculpa... É só que é muito difícil estar longe de ti. Mas, eu posso ir embora, se quise...

Eu: Não. Não quero. Desculpa a minha reação. 

Diogo: Precisamos de falar com calma.

Eu: Sim, tens razão. Vamos?

Diogo: Claro - disse, com um pequeno sorriso.

Olá, olá :D

Então, estão a gostar? Espero que sim :) já sabem, aceito qualquer crítica ou sugestão :)

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bjs

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