Quando lhe fui dar o lenço, ele já estava com melhor cara. Apesar disso, notava-se perfeitamente que tinha estado a chorar.
Diogo: Obrigado, princesa.
Eu: De nada. Já te sentes mais aliviado?
Diogo: Sim. Graças a ti - disse, dando-me um beijinho na testa.
Rafael: Desculpem interromper pombinhos, mas o Mestre disse para pararem de namorar e para irem ajudar no treino das crianças.
De repente, vejo o Rúben a puxar-lhe o braço.
Rafael: Então, estás a magoar-me!
Rúben: Eu não disse que os vinha chamar?! Vai lá, o Mestre também está à tua espera.
Rafael: Está bem. Até já pombinhos.
Ambos suspiramos. Esta tinha sido a nossa vida quando estavamos no Dojo. Todos faziam piadinhas deste género. Quer dizer, ultimamente, o Rúben deixou de as fazer. Ele tem andado um pouco estranho.
Eu: Nós já vamos, Rúben.
Rúben: ok, até já.
O Diogo deu-me mais um abraço e fomos ajudar no treino das crianças.
O treino estava a correr bem, até que o Mestre mandou fazer exercícios a pares. Eu, como sempre, fui para a beira do Diogo.
Diogo: Guida, acho melhor hoje não treinar contigo. Estou demasiado enervado, percebes? Desculpa.
Eu: Não faz mal, a sério.
Não sabes mentir muito bem, Margarida...
Diogo: De certeza? Vou então treinar com o meu irmão.
Mestre: Pombinhos, deixem de namorar. Diogo, vais treinar com quem afinal?
Diogo: Com o Rúben.
Rafael: Pois, eu já tinha reparado que os pombinhos não têm andado muito bem...
Rúben: Que chato, deixa-os em paz.
Agradeci mentalmente ao Rúben. Não me importava de treinar sem o Diogo, mas estaria a mentir se dissese que o treino tinha sido como todos os outros. Sempre que estou com ele, tudo fica bem, esqueço completamente os meus problemas.
No fim do treino, dei um abraço ao Diogo e ao Rúben, porque eles iam-se embora mais cedo do que o costume.
Quando cheguei a casa, lembrei-me que não fazia ideia do hospital em que a Carla estava internada. Decidi ligar ao Diogo.
Diogo: Estou? Que surpresa agradável!
Eu: Ola, Diogo! Como é que estás?
Notava-se perfeitamente que tinha estado a chorar. Conhecia muito bem a voz dele.
Diogo: Eu estou bem, não te preocupes comigo.
Eu: Impossível.
Ele soltou uma pequena gargalhada. Que saudades de ouvir este som.
Diogo: E como é que tu estás?
Eu: Bem, obrigada. Olha, esqueci-me completamente de te perguntar em que hospital é que estava a tua irmã internada.
Diogo: Que parvo, esqueci-me completamente de te dizer. Está no S. João. Queres ir comigo amanhã de manhã? Eu posso levar-te.
Eu: Eu gostava muito, mas não posso. Vou ter aulas. Mas, logo que as aulas acabem, vou ter com vocês, está bem?
Diogo: Sim, não quero que faltes às aulas.
Eu: Sabes quem é que trabalho nesse hospital?
Diogo: Quem?
Eu: A minha mãe. Por isso, se vires que a tua irmã não está a receber o que merece, é só dizer. A minha mãe pode ajudar.
Diogo: Muito obrigado, mas não é preciso. Acho que ela está em boas mãos, pelo menos por agora.
Eu: Diogo, vais ver que vai correr tudo bem. Ela tem as melhores pessoas do lado dela e é uma mulher muito forte.
Diogo: Não, vai ter as melhores pessoas ao lado dela amanhã, quando tu chegares - soltou uma pequena gargalhada.
Eu: Oh, nada disso.
Ficamos, sem exagero, horas a fio a conversar. Quando dou por mim, já eram 3 da manhã. Bonito, amanhã vou ter aulas às 8:15h.
Eu: Diogo, vou ter que me ir deitar. Amanhã tenho aulas de manhã.
Diogo: Hey, não tinha noção que era tão tarde. Desculpa, princesa. Já te prendi por muito tempo. Vai lá dormir. Boa noite, dorme bem.
Eu; Tu também, até amanhã.
Diogo: Até logo - soltou uma pequena gargalhada.
Pronto, e é agora que vai começar aquela história do «desliga tu».
Diogo: Desliga, princesa.
Eu: Desliga tu.
Diogo: Hoje vou desligar eu, porque tens aulas amanhã, se não tu ias ver. Boa noite, princesa.
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Who am I?
RomansMargarida é uma rapariga de 18 anos. A sua vida muda completamente com um rapaz, Diogo. Conheciam-se desde pequeninos, no entanto, nenhum dos dois tinha coragem de dar o primeiro passo. Ambos se amam muito, mas, será que são inseparáveis? Será que...