Who am I?

Capítulo 32

Acordei, como sempre, com a barulheira que os nossos colegas de quarto estavam a fazer. Agora que penso nisso, não sei como é que nunca os acordámos. A verdade é que temos sempre muito cuidado para não os acordar. 

Desde que começámos a namorar, ainda não tivemos um momento completamente a sós. Os meus pensamentos foram interrompidos por uma voz rouca e suave.

Diogo: Bom dia, princesa - disse, contra o meu pescoço.

Eu: Bom dia - disse, sorrindo-me e virando-me para ele.

Diogo: Dormiste bem? - disse, após ter-me dado um beijo.

Eu: Sim e tu?

Diogo: Também. Olha, estive a pensar e... Não queres dar um passeio pela cidade? 

Eu: Só se formos sozinhos.

Diogo: E vamos, amor - disse, dando-me um beijo na testa.

Eu: Claro que quero - disse, dando-lhe um abraço.

Rúben:Bom dia pessoal! Vejam lá, pombinhos, não se distraiam... Daqui a pouco o estágio começa.

Eu senti uma preguiça súbita. Já estava tão cansada... Afundei a minha cabeça no seu peito. Isto fez com que ele soltasse uma gargalhada.

Diogo: Anda lá, minha dorminhoca - disse, dando-me um beijo na bochecha.

Eu: Tem que ser, não é verdade?

Lá me levantei a muito custo. O Rúben tinha razão, daqui a meia hora o estágio começava. 

Hoje parecia que estavam mais pessoas a treinar. Quando chegámos ao pavilhão onde ia ser o estágio, descalçamos as sapatilhas e escolhemos um cantinho para as pousar, como sempre fazíamos.

Ainda tínhamos uns 10 minutos para ficarmos a falar. Estávamos nós na risota, quando dois rapazes vêm ter connosco. Eu não liguei, pensando que seriam uns dos muitos amigos do Paulo e do Rafael.

Rapaz: Olá, eu chamo-me Carlos. Está tudo bem com vocês?

Rúben: Sim, está - disse, meio desconfiado - Podemos ajudar-te em alguma coisa?

Carlos: Na verdade, acho que só a rapariga me pode ajudar.

O quê?

Carlos: É que aquele rapaz ali - disse, apontando para um rapaz que estava de costas para nós - de cinto castanho, sabes? Ele quer o teu número.

Diogo: Pois, temos muita pena mas isso não vai acontecer.

Carlos: Que eu saiba ela ainda tem boca para falar - disse, olhando para mim.

Eu não me acredito nisto... Quer dizer, quando estava solteira, ninguém se interessava por mim, agora, que tenho namorado, vem um rapaz ter comigo. Isto está tudo ao contrário, realmente.

Eu: Não ouviste o que ele disse? Estás com azar, lamento.

Carlos: Mas porquê? Tens namorado, é?

Todos pareceram estar muito divertidos, menos eu e o Diogo.

O Diogo colocou o braço à volta da minha cintura. Eu virei-me para ele e beijei-o.

Diogo: Isto responde à pergunta?

Todos se começaram a rir, menos o tal Carlos, que parecia um tomate.

Carlos: Eh pá, desculpem lá, eu não sabia. Fica para a próxima - ele afasta-se e pisca-me o olho.

Eu: Otário.