Capítulo 79

120 12 5
                                    

Eu: Tu metes-me nojo.

Rafael: Ai eu é que sou o nojento aqui? Guida, Guida… Se tu soubesses de metade.

Eu: Claro, Rafael – disse, sarcasticamente. No entanto, não consegui evitar lembrar-me da última vez que isto aconteceu. Só assim é que eu descobri parte do passado do Diogo.

Rafael: Será que ele te contou?

Eu: Contou o quê?

Rafael: Ui… Então? Pensei que a vossa relação fosse estável, forte.

Eu: E é.

Rafael: Ai sim? Ele contou-te tudo, tudinho? – disse, semicerrando os olhos.

Esta conversa já me estava a irritar. Se eu puxar por ele, talvez consiga sair daqui.

Eu: Diz lá o que eu não sei e o que estás mortinho por dizer.

Rafael: Acredita, não queres saber. A magia do vosso amor ia toda por água abaixo…

Eu: Eu amo-o. Independentemente daquilo que ele fez no passado. O que interessa é como ele é agora.

Rafael: E se, para além da droga, houvesse algo mais? Algo escuro?

Eu: Diz lá, então…

Rafael: Não queres que seja ele a contar-te?

Eu fiquei em silêncio. É óbvio que queria. Porque é que isto nunca mais acaba?

Apenas acenei afirmativamente com a cabeça.

Rafael: Ele vai-te encher a cabeça, como fez da última vez… Mas, bem, eu conheço-te. E sei que que te ia magoar mais se fosse eu a contar-te.

Eu: Tu és mesmo ridículo. Preocupaste com o meu bem-estar… E, qual é a primeira coisa que tu fazes? Amarras-me aqui…

Rafael: Tu não percebes, pois não? Ninguém percebe. Eu amo-te, mais do que tudo. E ele, pura e simplesmente, encheu-te a cabeça de coisas bonitas. Agora, tu não queres saber de mim… Só tens olhos para o Diogo… Mas, eu aviso-te desde já que ele não é aquilo que parece. Aliás, eu só te aviso porque gosto muito de ti. Senão, deixava apenas que ele se desvendasse.

Eu: Amas-me? Então, solta-me.

Rafael: Eu vou-te soltar. Juro, amor. Mas, só o vou fazer depois de reclamar aquilo que é meu.

Não me acredito nisto…

Eu: E o que é que é teu?

Rafael: Tu, Guida. A tua inocência. O resto, eu já sei que é impossível de recuperar…

Eu: Vais tarde… - disse, tentando fazer com que ele mudasse de ideias.

Esta conversa já me começava a assustar bastante. Eu achava que ele era um medricas, que não ia ser capaz de me fazer nada. Mas, se calhar, estou redondamente enganada.

Rafael: O quê?

Eu: Isso mesmo que tu ouviste.

Rafael: Isso não é possível – disse, levando as mãos ao seu cabelo.

Ele está completamente desequilibrado. Agora, parece um daqueles assassinos dos filmes de terror. Calculista, frio, mas, ao mínimo contratempo,  fica destroçado.

Eu: É sim. Com o Diogo. Foi há 1 mês atrás.

Rafael: Quando vocês se chatearam?

Ele estava a acreditar.

Eu: Sim. Uma semana antes, mais ou menos.

Rafael: Diz isso mais uma vez – disse, aproximando-se de mim.

Eu: Eu não sou virgem.

Rafael: Bem me parecia… Estás a mentir! – disse, soltando uma pequena gargalhada.

Ele é mesmo um psicopata.

Eu: Estás parvo? Queres confirmar? Liga ao Diogo e pergunta-lhe.

Rafael: Querida, eu conheço-te melhor do que ninguém. Eu vi nos teus olhos. Tu estás a mentir.

Eu: Podes perguntar-lhe. Liga-lhe.

Rafael: Isso era o que tu querias, não era? Para o cavaleiro andante te salvar… Sabes, isso só vai acontecer depois de seres minha. Tu vais ser minha, e, depois sim, eu ligo-lhe. Para ele ver que já não te pode ter como eu tive.

Eu: Tu és doente…

Rafael: Sabes? Sou aquele que mais te ama. Eu estou-te a avisar, Guida. Ele não é boa peça. Já fez muito mal a muita gente… Mas, o que é que uma pessoa inocente como tu pode fazer? Ele encheu-te a cabeça de mentiras, ilusões… Tu apenas seguiste a maré. Agora, é tarde demais… Tu já o amas. E eu sei que não é fácil deixar de amar alguém. Eu vejo pelo meu caso, não é? Por isso, como sei que nunca vais ser minha por vontade própria… Eu pensei que podias ser minha desta forma – disse, passando a sua mão pela minha bochecha.

Eu: Não me toques!

Rafael: Shh, shh… Vai ficar tudo bem. Pensa pelo lado positivo. Eu amo-te mesmo muito. Não chores…

Eu: Não me queres ver a sofrer?

Rafael: Não, meu amor. Não quero.

Eu: Então solta-me, por favor. Peço-te por tudo, Rafael.

Rafael: Ai, isso é que não pode ser. Eu prometi a mim próprio que ias ser minha, de uma forma ou de outra.

Eu: Por favor – disse, soltando um soluço.

Rafael: Fazemos assim. Eu vou muito devagarinho, está bem?

Eu: Não, por favor…

Rafael: Vai ter que ser.

Eu: Eu faço o que quiseres!

Rafael: Não me vais dar a volta.

XXX: Posso sair?

Rafael: E se ela fugir?

XXX: Eu não consigo ficar aqui. Não consigo assistir a esta merda.

Rafael: Ai não? Mas ajudaste-me, não foi?

XXX: Por dinheiro.

Rafael: Vai, então. Mas ficas à porta. Não quero que o Diogo apareça.

O homem levantou-se muito rapidamente e foi em direção à porta.

XXX: Ainda podes mudar de opinião. Quem ama, não força.

Rafael: Cala-te! Como se tivesses muita moral…

XXX: Desculpe Guida.

Com este último pedido de desculpas, o homem fechou a porta da cave.

Eu não me acredito. Eu ia ser violada por este porco, nojento.

As suas mãos começaram a percorrer a beira da minha camisola. Que horror! Eu estava a entrar em pânico.

Comecei a gritar. Pedia ajuda.

Rafael: Não vale a pena, Guida…

Eu: Por favor – a minha voz era já um sussurro. Eu já não conseguia pensar, já tinha perdido toda a esperança que tinha. Eu sabia que ele o ia fazer.

Uma das suas mãos começou a traçar a pele da minha barriga. Chegou ao meu peito e, ainda por cima do sutiã, apalpou o meu peito.

Eu: És tão nojento! Eu nunca, nunca vou ser tua! Isto não vai alterar nada – disse, fazendo com que as cordas que me estavam a segurar se esticassem.

Rafael: Isso é o que vamos ver.

Olá, Olá :D

Bem, custou-me bastante escrever este capítulo. Mas, para o próximo as coisas vão melhorar ;)

Já sabem, votem e comentem ;)

bjs

Who am I?Onde histórias criam vida. Descubra agora