Capítulo 30

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Deitei-me na nossa cama, à sua beira. Ele abraçou-me e puxou-me para a sua beira, no entanto, continuou a sua conversa.

Diogo: Não me apetece muito ver-vos bêbados. E depois quem é que trata de vocês?

Eu: Eu posso, eu não bebo.

Diogo: Nem penses, amor, serias... Bem, nem quero pensar... Eles ficam mesmo malucos, acredita em mim.

Eu: É assim tão mau?

Rafael: Digámos que da última vez acabamos detidos porque estávamos a tentar engatar umas miúdas - disse, corando.

Paulo: Oh, elas é que exageraram...

Diogo: Vocês não as seguiram a casa nem nada... E não sabes da melhor, Guida, quando elas entraram dentro de casa, eles tentaram fazer-lhes uma serenata. Foi de morrer a rir - disse, a rir-se.

Eu: ah ah ah imagino. E tu, também não estavas bêbado?

Diogo: Só um bocadinho, por isso é que fui atrás deles. 

Eu: Que tipo de bêbado é que tu és?

Esta pergunta fez com que o Rafael e o Paulo soltassem uma gargalhada.

Rafael: Ele? É o bêbado chorão, não é princesinha? - disse, aproximando-se do Diogo.

Paulo: Coitadinho, naquele dia chorou porque o empregado nos expulsou do bar - disse, gozando com ele.

Eu comecei-me a rir, e ele pareceu amuar.

Eu: Desculpa, amor, não fiques assim. Teve piada - ele não ficou com boa cara - Pronto, teve só um bocadinho de piada, já parei - disse, tentando conter as gargalhadas. 

Ele começou a rir-se e beijou-me.

Rafael: Pronto, já percebemos que não nos querem aqui. Vamos, Paulo. - disse, puxando o Paulo para a sua cama respetiva.

Naquilo tudo só tenho pena de termos que partilhar o quarto com eles... Senão, de certeza que estaríamos muito mais à vontade. 

Diogo: Eu ainda não me esqueci da massagem - disse, sussurando-me ao ouvido.

Eu: Nem eu, amor - disse, sorrindo-lhe. 

Depois do Diogo tomar banho, decidimos descermos para comermos, como sempre, alguma coisa antes de irmos dormir.

Eu: Tenho saudades daquela senhora da receção...

Diogo: Eu perguntei por ela ao rececionista novo, e ele disse que ela estava de férias. Por isso, princesa, acho que não a vamos voltar a ver.

Eu: Que pena...

Diogo: Pois é, era mesmo muito simpática, mesmo não nos conhecendo de lado nenhum.

Eu: Sim, também é o trabalho dela.

Continuamos a conversar. Depois, na esperança de que os outros estivessem a dormir, subimos para o nosso quarto. Pelo menos, o corredor estava silencioso.

No entanto, quando entrámos no quarto, estavam todos a ver um filme. Eu olhei para o Diogo e ele encolheu os ombros. Foi buscar uma manta e sentou-se no chão. Fez sinal para que eu o imitasse. Eu sentei-me no seu colo, e ele envolveu-nos com as mantas. No fim, deu-me um beijo na testa.

Diogo: Vamos esperar que adormeçam rápido - sussurrou ao meu ouvido.

Eu: Sim, esperemos que sim - disse, encostando a minha cabeça ao seu ombro.

O filme não era daqueles românticos, mas havia um casal de heróis que lutavam contra tudo e todos. Até houve uma parte do filme em que comecei a chorar descontroladamente. O herói do filme achava que a heroína o tinha traído. Mas, não, ela apenas tinha adormecido com um amigo seu, como muitas vezes eu e o Diogo fazíamos quando éramos amigos. 

Quando o Diogo reparou que eu estava a chorar, sorriu e limpou as lágrimas que pareciam teimar em cair. Deu-me um beijo na testa.

Diogo: Eu amo-te, princesa.

Eu: Eu também te amo - disse, entre soluços.

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