Procurei pelo Paulo, mas não o consegui encontrar em lado nenhum. Boa, já era de noite. Bem, agora tinha que ir a pé até ao meu apartamento, já que ele fez a questão de me abandonar…
Apesar disso, não conseguia parar de sorrir. Sabia perfeitamente que tinha mudado de ideias muito rapidamente. Mas, o facto dele estar à minha frente, fez com que eu me apercebesse de uma coisa: eu pura e simplesmente precisava dele. Não havia volta a dar. E isso era, no mínimo, assustador.
A conversa que tinha tido com o Paulo surgiu nos meus pensamentos. Ele disse que o Diogo ainda não me tinha contado parte do seu passado. Será que é verdade? O Paulo pode não saber que ele me contou sobre as drogas… E se aquilo que ele me tiver para contar me assustar? Se for algo realmente mau?
Um carro negro com os vidros fumados parou à minha frente, talvez para estacionar. Acelerei um pouco o passo. Era bastante medricas.
Ouvi uma das portas do carro a abrir-se, mas não olhei para trás. Voltei a andar mais depressa. Eu acho que estou a ouvir passos.
A caixa do meu violino é puxada e é aí que eu sei que isto se tratava de um assalto. Tinha que manter a calma.
Virei-me muito lentamente e larguei logo a caixa do violino. Um homem vestido de preto e com uma máscara tinha-me puxado para uma rua secundária, bastante escura por sinal.
XXX: Alguém está à tua espera? – disse, apertando-me o braço e encostando-me à parede.
Eu: Não.
XXX: O que é que tens contigo?
Eu: O meu violino e o telemóvel – disse, oferecendo-lhe o meu telemóvel.
XXX: Linda menina. Agora, vamos dar uma voltinha?
Eu: Eu já te dei tudo o que tinha. O teu trabalho aqui está feito.
«Nunca demonstres medo. Demonstra segurança, ou, até mesmo, superioridade. Calma acima de tudo». Mais uma vez, as palavras do meu instrutor surgiram na minha cabeça.
XXX: Aí é que estás muito enganada… Não vou deixar o trabalho a meio – disse, começando a puxa-me até ao carro.
A minha cabeça estava a mil. Tentava medir as consequências dos meus atos. Será que conseguia livrar-me dele? Ainda por cima, ele não estava armado. Tinha que tentar fazer alguma coisa porque, se entrasse naquele carro, era o meu fim.
No entanto, quando me tentei soltar, outro matulão apareceu, vindo de não sei onde. Ele pegou nas minhas pernas e o outro segurou-me pelos braços. Ainda me tentei mexer freneticamente, mas percebi que não me ia conseguir soltar. Por isso, fiquei quieta. O melhor era poupar as minhas energias.
Eles puseram-me na mala do carro e amarraram os meus pulsos e os meus tornozelos com fita-cola. Um deles começou a cortar um pequeno pedaço para colocar na minha boca, calculo.
XXX: Achas que é preciso isso? Ela não deve de fazer barulho, esteve sempre caladinha – eu conheço esta voz de algum lado – Não a vamos magoar, muito – disse, num sussurro.
XXX: Tu é que mandas.
Eles fecharam a mala do carro. Ao menos, podia gritar quando quisesse.
Uma lágrima começou a escorrer pelo meu rosto.
Não, não posso entrar em pânico.
«Organiza o teu pensamento, sempre».
Ok, ponto da situação. Estou em andamento, de mãos e pés atados. Um dos homens disse que não me queria magoar, muito. Até agora, sabia que conhecia a voz de um deles de algum sítio.
O carro parou. Não tínhamos andado muito do sítio onde me apanharam.
A mala foi novamente aberta. Desta vez, um pedaço de fita-cola foi posto na minha boca, bem como um saco na minha cabeça. Como é óbvio, não queriam que eu soubesse onde é que estávamos.
Um deles levou-me como se eu fosse um saco de batatas. Senti que tinha sido deitada num sítio bastante macio, talvez um sofá. Tiraram a fita-cola dos meus pulsos e amarraram-nos a uma corda. Desta forma, conseguiram-me prender a alguma coisa. Fizeram o mesmo com os tornozelos.
Ok, acho que já é altura para entrar em pânico. Eles não estão a ter falhas nenhumas, eu não tenho hipótese.
Tiraram o saco da minha cabeça. A minha visão estava já desfocada devido à enorme quantidade de lágrimas que estavam presas nos meus olhos. Estava numa espécie de armazém ou cave. Era um local bastante frio e notava-se que não era usado frequentemente.
Eu estava deitada numa espécie de sofá-cama. Os dois homens estavam sentados aos pés da cama, a observarem-me.
Eu: O-o que é que querem de mim?
XXX: O que eu quero? Bem… Aquilo que me devia ter sido oferecido há muito tempo atrás. Mas, não… Foi-me tirado por um palhaço.
Eu: O quê?
XXX: Tu, Guida.
Um arrepio gigante passou pelo meu corpo. Eles sabiam quem eu era. Eu sabia que conhecia aquela voz de algum lado.
Eu: Eu conheço-te. Quem és?
XXX: Tão inteligente como és… De certeza que sabes quem é que eu sou. Não te ocorre nada?
Eu: Não, nada – disse, tentado parecer o mais inocente possível.
XXX: Vou-te dar algumas pistas, então. Tu vais tentar adivinhar, ok?
Eu: Sim – disse, num sussurro.
XXX: Bem, eu sempre gostei muito de ti, Guida. Mas, por alguma razão em especial, que eu não consigo perceber, tu sempre gostaste mais dele. Sabes de quem é que eu estou a falar?
Eu: És mesmo um cabrão, não és?!
Eu sabia… Era o Rafael.
XXX: Não, resposta errada.
Eu: Pensava que tinha acertado em cheio… Porque és mesmo isso, Rafael.
XXX: Tim, tim, tim! A pessoa mais inteligente que eu conheço acertou! Parabéns – disse, tirando a máscara.
O seu sorriso metia-me nojo.
Eu: E quem é o teu amiguinho?
Rafael: Bem, não o conheces. Vamos manter a máscara nele, pode ser, querida?
Eu: O que é que queres de mim? Sabes, não é assim que se conquista alguém… Pergunta ao Diogo, ele sabe muito bem como o fazer.
Não sei de onde é que esta coragem tinha vindo. A verdade, é que eu estava convencida de que ele era um autêntico cobarde. Ele não me iria fazer mal. Acho eu…
Rafael: Está calada! Estás proibida de dizer o nome desse anormal, ouviste? – disse, tapando a minha boca. Iria ficar pisada, tinha a certeza – Vamos esquecer que ele existe, está bem? Agora, somos só nós. Eu e a minha boneca perfeita – disse, passando a mão pela minha bochecha.
Olá, Olá :D
Eu sei, eu sei… Estou a ser má para a Guida… Mas prometo que as coisas vão melhorar. Acreditem em mim. Esta parte da história vai ser importante para a relação da Guida e do Diogo.
Eu não sei… Esta é a minha primeira história, por isso, eu não sabia que tipo de escritora era, percebem? Estou a ver que sou daquelas bastante trágicas e dramáticas. (drama queen ahahah). Por outro lado, também sou bastante romântica. Não sei bem xd Mas, pronto, eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim :P
Por isso, votem e comentem, se estiverem a gostar ;)
Aceito qualquer crítica ou sugestão, já sabem ;)
bjs
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Who am I?
RomanceMargarida é uma rapariga de 18 anos. A sua vida muda completamente com um rapaz, Diogo. Conheciam-se desde pequeninos, no entanto, nenhum dos dois tinha coragem de dar o primeiro passo. Ambos se amam muito, mas, será que são inseparáveis? Será que...