Posso finalmente confortar o meu corpo na cama. Harry não quisera tomar banho como eu lhe propusera. Ele ia constipar-se assim, mas eu decidi não insistir mais ou isso implicaria ele continuar a fingir não me ouvir e chamar-me de mãezinha.
Coloco uma mão sobre e outra debaixo da almofada. Encontrava-me concentrada no corpo de Harry, à minha frente, enquanto ele tirava a sua roupa. Os seus músculos moviam-se conforme os seus movimentos. Ele dobra descuidadamente a roupa que usara e coloca-a dentro da sua mala.
Os seus dedos puxam os cabelos da franja para trás, que por momentos caiam. Ele caminha até mim e eu puxo os cobertores do seu lado para baixo, chegando-me para trás na cama na tentativa de lhe dar mais espaço. Ele estava apenas de boxers e eu sentia algo no fundo do meu abdómen, talvez nervosismo. Eu não pensava que isto fosse algo a que eu me ia habituar facilmente.
A cama desce um pouco e eu sinto de imediato o seu braço pousar sobre o meu corpo, puxando-o para perto do seu. Sorrio e assim ele também. Estávamos a menos de centímetros de distância. Podia sentir com facilidade a sua respiração contra o meu rosto. Ele inclina a sua cabeça para a frente, não muito, apenas para beijar docemente os meus lábios. A minha mão para no seu pescoço, o polegar ainda apanhando um pouco a sua bochecha.
Ele encosta a sua testa na minha e sobe o seu olhar para este se encontrar com o meu.
“Feliz Natal Blair Morison” ambos sorrimos
“Feliz Natal Harry Styles” beijo-o
“Agora dorme, é tarde” massaja a minha bochecha e eu fecho os olhos
“Boa noite” desejo-lhe e ele repete
Posso julgar ainda ter ouvido um “Amo-te”, mas o peso dos meus olhos e todo o meu cansaço apenas me leva para o um sono profundo.
Sinto um repentino aumento de luz no quarto e mexo-me na cama, acordando. Pouso o meu braço sobre os olhos, numa tentativa de que a luz que caia sobre estes diminuísse.
“Acorda dorminhoca”
Sinto uns lábios nos meus e decido que talvez não houvesse melhor maneira de acordar. Sorrio de imediato e agarro o seu pescoço, os meus braços em volta do mesmo, puxando o rapaz para mais perto de mim. Sinto-o desequilibrar-se, acabando por cair sobre o meu corpo. Gargalhamos entre beijos e ele coloca a sua mão na lateral do meu tronco.
“Bom dia” finalmente abro os olhos
“Bom dia amor” ele beija-me novamente e eu espreguiço-me
Ele sai da cama e eu sento-me na mesma, observando um Harry com uma bandeja nas suas mãos vir até mim. Coloco as minhas mãos nas bochechas, em surpresa, e o meu sorriso alarga-se.
“Alguém acordou demasiado querido”
Ele para no seu caminho e meio que esconde o tabuleiro ao lado do seu corpo.
“Tu estás a insinuar que eu não sou querido o tempo todo?”
Não, ele não o é propriamente. Ele podia ser gentil comigo e mostrar-me o seu amor por mim, era verdade, mas o nosso relacionamento não começou como a maioria, com apenas beijos e prendas. Ele alguma vez me dera uma prenda, até? Não, isso nunca acontecera. Mas não era isso o importante para mim, o que me importava era um Harry por vezes mais compreensivo e carinhoso, um Harry que logo no início não gritasse comigo uma ou duas vezes. Talvez era isso que nos fazia diferentes e que nos fez amarmo-nos tanto e construir uma relação mais sólida de uma forma mais difícil. Eram, basicamente, segredos aquilo em que a nossa relação se baseava no início. Mas nós aprendemos a lidar com isso, talvez não da melhor maneira, foi com uma espécie de aposta, mas ao longo deste mês eu senti que nós crescemos por nós mesmos e não por uma condição idiota. Talvez isso nos tenha levado a tolerar o que cada um esconde, apesar de isso não ser saudável, mas nós ficámos melhor. A última discussão que nós tivemos foi precisamente essa, há um mês atrás.
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The Shadow-Haunted
RandomEsta é a história de Blair, uma rapariga que, na pior fase da sua vida, passa a sofrer de algo surreal, e Harry, um rapaz aparentemente normal, mas com um grande segredo, capaz de destruir todo o amor que ele possa criar. Eles vão mudar a vida um d...