The Shadow-Haunted

Capitulo 72

  A minha vontade de fugir era enorme, acho que tão grande quanto aquela que tinha em desaparecer de todo este lugar. Ele era mesmo este tipo de homem, agora não havia uma mínima dúvida. A bem fresca recordação de ele estar deitado na cama à minha frente, a observar estas mulheres, eu, numa dança envergonhadora enquanto as chamava uma a uma para obter prazer era horrível. Como é que alguém podia ser tão obcecado por isto, doente?

"Vem até aqui"

"Porquê?" ele sorri por momentos

"Porquê o quê?"

"Porquê eu? Que mal é que fiz?" era tão frustrante, tive de ser eu, mais um problema para a minha vida

"Nenhum, mas a tua aparência é algo digamos que... tentadora"

"Foi você que me violou antes, não foi?"

Suspira e desce os dois degraus que lhe restavam. O seu andar é sereno, enquanto as suas mãos estão descansadas nos bolsos das calças de fato mal vestidas. A camisa branca que usava estava meia aberta no peito e uma gravata vermelha totalmente mal atada no seu pescoço. Dou passos para trás quando o vejo aproximar de mim, já em cima do palco. Olho de relance para o chão atrás de mim, mais dois passos e eu caia. O meu tronco é brutamente puxado contra o seu corpo e eu coloco as minhas mãos no seu peito, tentando afastar-me o mais possível.

"Descansa" massaja a minha bochecha e afasto o meu rosto para o outro lado, a tentativa de afastamento era quase em vão "Se não fores mal-educada como da última vez, não há chicotes" e sinto os seus lábios molhados pararem no meu pescoço

As minhas mãos remexiam na pouca distância entre os nossos corpos. Ele começa a descer os seus beijos para o meu pescoço e está perto do meu peito. Presto toda a força que consigo contra o seu tronco e sinto o meu corpo perder o chão, as minhas costelas a baterem duramente no veludo. Gemo de dor, sentia os meus ossos perto de partidos. Tento levantar-me quando vejo o homem erguer-se furioso, ele tinha caído de joelhos. Tento abstrair-me da dor do meu corpo dorido, consigo colocar as minhas pernas direitas e tento correr para o lado oposto à daquele monstro. Cambaleio e a minha mão chega a tocar no chão para me ajudar a endireitar quando eu tropeço. Estava perto de duas grandes portas e só desejava que elas estivessem abertas. Estou a centímetros, tão perto que quase posso sentir a madeira escura na ponta dos meus dedos, mas o meu corpo perde todo o equilíbrio quando a minha perna é puxada para trás fazendo-me cair. As minhas mãos no peito aparam a queda. Sou arrastada de volta pelo seu aperto no meu pé e tento agarrar-me à carpete comprida que ocupava aquela parte da sala. É inútil. O meu rosto está molhado. Agora ia ser muito pior porque eu não fui mal-educada, tentei fugir, é muito pior. Então se a um mínimo nome menos bonito eu fui chicoteada, o que poderia acontecer agora assusta-me. O meu corpo passa ao lado do palco. Paramos e ele puxa-me pelo braço, a sua força a deixar marca na minha pele. Não andamos e quando consigo finalmente endireitar as minhas costas, o meu corpo inclina-se para o lado quando há uma dor aguda na minha bochecha. Este animal bateu-me outra vez, mas agora com as suas próprias mãos. Grito e não penso no que poderá acontecer quando lhe dou também uma estalada. Ele mal se mexe e eu começo a dar murros inofensivos no seu peito. Os meus pulsos são apanhados, eu percebo que ele está prestes a atacar-me de novo, mas não meço o tempo quando ergo o meu joelho e sinto o mesmo acertar na sua zona íntima. Ele contorce-se em dores e eu corro para a porta atrás de mim, onde também as outras raparigas foram. Dou um olhar de passagem para trás e ele está a recompor-se, começa a dar passadas largas na minha direção. Giro a maçaneta mas quando esperava finalmente fugir daquele quarto horrível o meu corpo bate contra outro mais robusto. Oh não...

Duas mãos agarram os meus braços para trás e a minha garganta está seca, as minhas mãos a tremerem porque eu sei que agora vou puder ter respostas a todas as perguntas que já tive acerca de como é que há raparigas completamente marcadas.