Prólogo

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A tragédia. Talvez tenha sido culpa desse horrível acontecimento, aquele que me fez sentir um ser vivo sem coração, sem capacidade de viver, apenas um fardo da vida que atrapalhava a felicidade dos outros. Tal como pode ter sido o pequeno foco de tempo, composto por um grito inofensivo, a velocidade a aproximar-se e o meu corpo a resistir, o meu sistema a parar. Ou, quem sabe, ela, negra e de forma bizarra, a incapacitar-me cada vez mais, a fazer-me sentir uma louca. Na realidade, todos eles foram a razão, ao unirem-se e gerarem-se. A razão para que naquele dia eu o conhecesse e senti-se que não voltaria a ser aquela rapariga que se isolou, deprimida pela morte da mãe e a ausência de alguém. Aquela rapariga que gritou encolhida contra as costas da cama assustada consigo mesma. Aquela que desejou em todos os minutos do dia que pudesse ter sido diferente. Que pudesse ter sido tudo um pesadelo. Eu não voltei a ser essa rapariga, mas também não sei definir quem sou agora. Talvez com ele eu possa voltar a aprender. Ou talvez tudo acabe como começou. 

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