Capitulo 21

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 O som do toque do telemóvel é trocado por uma voz.

  “Blair” uma voz de espanto é possível ser ouvida do outro lado

  “Olá…”

  Era estranho ter pedido ao meu pai para se afastar de mim, para nunca mais voltarmos a falar, e agora estar a ligar-lhe.

  Sentia, em certa parte, algum constrangimento e as palavras que pensara enquanto ouvia os bips da chamada simplesmente tiveram desaparecido.

  “Está tudo bem?” o homem fala

  “Sim” ganho forma de começar a falar e dispenso a parte de lhe perguntar como estava “Bem, eu sei que pode parecer estranho estar a ligar-te…”

  “Sim, é” ele interrompe-me

  “Pois, mas há uma razão para eu estar a fazer isto…”

  Não ouço nada do outro lado e decido continuar, começando a meter verdadeiramente em prática o meu plano.

  Com muito custo, começo.

  “Eu não acho de devamos estar chateados” rolo os olhos, pela mentira que acabara de dizer.

  Ultimamente tenho mentido mais do que em toda a minha vida.

  “Ainda bem que achas isso, filha” ouço um suspiro de alívio “Eu sei que posso ter perdido um pouco a cabeça mas…”

  “Pai, se calhar era melhor falarmos disso pessoalmente” a minha voz treme um pouco “Não achas?”

  “Oh, sim, como quiseres. Posso passar em casa?”

  “Tu não estás ocupado?” tento saber se o homem se encontrava no seu escritório

  “Estou a trabalhar, mas acho que esta conversa é mais importante” arregalo os olhos, por momentos, pela sua disponibilidade para mim, em vez do seu trabalho, mas apresso-me a falar

  “Não estejas a sair do trabalho por causa de mim, eu vou aí ter” começo a andar de um lado para o outro, esperando pela sua resposta que parecia demorar

  “Bem, sendo assim, podes vir cá ter. Até já.”

  “Adeus”

 Desligo de imediato o meu telemóvel, observando, primeiro, as horas. Estas marcavam as 20:57h. Como sempre, o meu pai ainda se encontrava a trabalhar a esta hora.

  Volto a vestir a roupa que usara há horas atrás, dobrando o pijama e colocando-o sobre a minha cama. Deixo as minhas pantufas no chão, ao fundo da cama, e vou até à casa-de-banho à frente do meu quarto.

  Penteio melhor o meu cabelo e coloco o meu creme de rosto. Passo no mesmo um pouco de base, para disfarçar as borbulhas. Meto um pouco de blush e batom, deixando a minha maquilhagem assim.

  Não sabia quem encontraria no grande edifício, mas decerto seriam pessoas engravatadas, importantes, e não queria parecer uma intrusa no meio daquele clima de trabalho e que todos me olhassem de lado.

  Saí da divisão e voltei ao meu quarto. Agarrei no meu telemóvel, em cima da mesa-de-cabeceira, e desci as escadas até ao rés-do-chão.

  Vou até ao hall de entrada, onde posso agarrar na minha mala que se encontrava no bengaleiro, colocando-a pendurada na dobra do meu braço, e sigo até às traseiras.

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