O som do toque do telemóvel é trocado por uma voz.
“Blair” uma voz de espanto é possível ser ouvida do outro lado
“Olá…”
Era estranho ter pedido ao meu pai para se afastar de mim, para nunca mais voltarmos a falar, e agora estar a ligar-lhe.
Sentia, em certa parte, algum constrangimento e as palavras que pensara enquanto ouvia os bips da chamada simplesmente tiveram desaparecido.
“Está tudo bem?” o homem fala
“Sim” ganho forma de começar a falar e dispenso a parte de lhe perguntar como estava “Bem, eu sei que pode parecer estranho estar a ligar-te…”
“Sim, é” ele interrompe-me
“Pois, mas há uma razão para eu estar a fazer isto…”
Não ouço nada do outro lado e decido continuar, começando a meter verdadeiramente em prática o meu plano.
Com muito custo, começo.
“Eu não acho de devamos estar chateados” rolo os olhos, pela mentira que acabara de dizer.
Ultimamente tenho mentido mais do que em toda a minha vida.
“Ainda bem que achas isso, filha” ouço um suspiro de alívio “Eu sei que posso ter perdido um pouco a cabeça mas…”
“Pai, se calhar era melhor falarmos disso pessoalmente” a minha voz treme um pouco “Não achas?”
“Oh, sim, como quiseres. Posso passar em casa?”
“Tu não estás ocupado?” tento saber se o homem se encontrava no seu escritório
“Estou a trabalhar, mas acho que esta conversa é mais importante” arregalo os olhos, por momentos, pela sua disponibilidade para mim, em vez do seu trabalho, mas apresso-me a falar
“Não estejas a sair do trabalho por causa de mim, eu vou aí ter” começo a andar de um lado para o outro, esperando pela sua resposta que parecia demorar
“Bem, sendo assim, podes vir cá ter. Até já.”
“Adeus”
Desligo de imediato o meu telemóvel, observando, primeiro, as horas. Estas marcavam as 20:57h. Como sempre, o meu pai ainda se encontrava a trabalhar a esta hora.
Volto a vestir a roupa que usara há horas atrás, dobrando o pijama e colocando-o sobre a minha cama. Deixo as minhas pantufas no chão, ao fundo da cama, e vou até à casa-de-banho à frente do meu quarto.
Penteio melhor o meu cabelo e coloco o meu creme de rosto. Passo no mesmo um pouco de base, para disfarçar as borbulhas. Meto um pouco de blush e batom, deixando a minha maquilhagem assim.
Não sabia quem encontraria no grande edifício, mas decerto seriam pessoas engravatadas, importantes, e não queria parecer uma intrusa no meio daquele clima de trabalho e que todos me olhassem de lado.
Saí da divisão e voltei ao meu quarto. Agarrei no meu telemóvel, em cima da mesa-de-cabeceira, e desci as escadas até ao rés-do-chão.
Vou até ao hall de entrada, onde posso agarrar na minha mala que se encontrava no bengaleiro, colocando-a pendurada na dobra do meu braço, e sigo até às traseiras.
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The Shadow-Haunted
AléatoireEsta é a história de Blair, uma rapariga que, na pior fase da sua vida, passa a sofrer de algo surreal, e Harry, um rapaz aparentemente normal, mas com um grande segredo, capaz de destruir todo o amor que ele possa criar. Eles vão mudar a vida um d...