“Eu não tenho nenhuma relação com ele para além da de um paciente” Harry não me encara
“Harry, por favor, eu posso ter sido bastante burra ao ponto de confiar em ti, mas achas mesmo que vou acreditar no que me estás a dizer?” encosto-me de novo à mesa, apoiando os meus braços na mesma
Harry olha-me, então.
A sua expressão já não era aquela de quem estava ansioso para sair pela porta do café ou de aborrecimento. Naquele momento, ele carregava uma expressão desconhecida.
Não sabia se era tristeza, preocupação, confusão, ou até mesmo um misto de todas estas e, quem sabe, mais algumas. Mas uma coisa era certa.
As suas esmeraldas estavam presas no meu par de cor azul, o seu verde brilhava, não aquele brilho de felicidade que fazia encher o meu coração, mas sim um brilho desconhecido, diferente.
“Tu não confias em mim?” ele deixa a sua postura forte e despreocupada
O rapaz aproxima-se também da mesa, curvando-se, e coloca as suas grandes mãos sobre as minhas.
O seu toque fez com que o meu coração dispara-se e eu tentei não fechar os olhos e apenas apreciar aquele momento.
Eu não sabia explicar o porquê daquilo que eu sentia em relação a Harry. Era-me desconhecido. Tinha acabado de fazer frente ao rapaz à minha frente, mas naquele preciso instante só me apetecia apertar as suas mãos e sentir o seu toque mais forte e perto do meu.
“Como queres que acredite em ti? Conheço-te apenas há cinco dias e, para além do mais, tu já trais-te a minha confiança nesse curto espaço de tempo”
“Blair, tens de acreditar em mim” ele suplica, apertando ligeiramente as minhas mãos, e eu suspiro “Não fui eu que contei ao Will que tu andavas num psicólogo. Eu percebi que tu não te sentias bem com esse assunto, por isso, porque haveria eu de contar a fosse quem fosse o teu caso?”
Fazia sentido. Mas então quem teria sido, então? Imaginemos que Harry estaria mesmo a dizer a verdade. Restava-me apenas Kath e Dr.Dixon, ainda que Will poderia ter descoberto tudo isto por ele próprio ou através de outra pessoa que eu nem fizesse a mínima ideia que existia. Tudo era possível.
Kath era uma hipótese nula. Sem dúvida que ela não trairia uma amizade de cerca de 9 anos com um assunto destes.
Restava-me Dr.Dixon, mas a hipótese de ter sido ele a contar a Will o meu caso, não fazia qualquer sentido. Ele era um psicólogo, não podia andar a contar as doenças, problemas, tudo o que os seus pacientes falam com ele.
Mas atendendo ao seu à vontade a falar de Harry, a sua despreocupação…
Eu já não sabia nada e se tivesse sido mesmo Dr.Dixon, que, para além da hipótese de ter sido alguém que eu não conhecesse a falar sobre este assunto, era entre ele e Kath era a única pessoa que eu achava mais capaz do sucedido.
Então mais uma pergunta entrava na minha mente.
De onde é que Dr.Dixon e Will se conheciam? Não, era impossível, certamente seria alguém que eu não conhecesse.
“Então quem foi?” falo e o toque de Harry afasta-se do meu
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The Shadow-Haunted
SonstigesEsta é a história de Blair, uma rapariga que, na pior fase da sua vida, passa a sofrer de algo surreal, e Harry, um rapaz aparentemente normal, mas com um grande segredo, capaz de destruir todo o amor que ele possa criar. Eles vão mudar a vida um d...