“Estava tudo ótimo” ele pousa a colher do seu pudim, já terminado, sobre o prato
“Não é preciso graxa, eu estou contigo. Ainda assim, por pouco não o comias queimado”
“A culpa não foi só minha. E eu teria outras maneiras de te tornar minha namorada sem ser com graxa” aproxima-se do meu ouvido
“Perverso” gargalho
“Tu é que levaste para esse lado” retorna à sua posição direita na cadeira “De qualquer maneira, eu iria amar-te nem que fosses pior que a minha irmã na cozinha” massaja a minha mão sobre a mesa
“Não a subestimes, ela é fantástica”
Pego nos nossos pratos já em pilha e começo o meu caminho de volta à cozinha. Ouço a cadeira de Harry arrastar-se no chão da sala de jantar e sinto a sua presença atrás de mim, possivelmente a transportar a travessa da comida ou a bandeja do pudim de volta à cozinha.
“Mas não para cozinhar, acredita em mim”
Os pratos são colocados ao lado do lava-loiça, sobre a bancada mármore.
“Mas seja como for, eu consigo ser melhor que tu”
Olho-o a meu lado, a pousar a travessa onde o peru estava e dou gargalhadas falsas.
“Tu duvidas?” encosta-se na bancada
“Eu? Não, alguma vez?” rolo os olhos e sinto de imediato as suas mãos no meu corpo
“Eu sou o melhor cozinheiro do Mundo”
Ouço-o enquanto rio das cócegas que as suas mãos fazem contra a minha barriga e anca. Contorço-me de várias maneiras na tentativa de terminar com o que sentia mas ele consegue agarrar as minhas mãos atrás das costas e continuar.
“E o mais convencido também” falo entre gargalhadas e ele para imediatamente
As minhas mãos continuam presas por ele e estamos perto um do outro.
“Tu vais arrepender-te de ter dito isso”
Ele eleva o meu corpo nos seus ombros, num estilo de saco de batatas. Era a primeira vez que alguém me fazia tal coisa, que eu me lembrasse. Talvez a minha mãe mo tenha feito quando era ainda pequena, mas quando eu cresci ela não o pode fazer dando a desculpa, talvez verdadeira, de eu já ser muito pesada e o meu pai, ocupado como sempre foi, também nunca fez tal simples coisa. Ele certamente nunca pensou nisso, até. Dou por mim já sobre o sofá mas as mãos de Harry não voltam a fazer o mesmo de há segundos atrás.
“O que foi?”
“Nada” eu sei que ele não acreditou mas apresso-me a continuar “Mas tu meu amigo, já devias saber que eu sou a campeã ultimamente por isso vou ser eu a ganhar esta segunda luta de cócegas”
“E se eu me atrever a roubar-te o título?”
“Tu nunca o conseguirás” eu começo a beijar todo o seu pescoço e ele mantém-se intacto, ao qual eu aproveito para começar as minhas cócegas
“Hey!” ele protesta e começa também o que fizera antes
Estávamos assim sobre o sofá, mais ou menos um mês depois, a ter novamente uma luta de cócegas. Eu não me podia deixar de sentir feliz ao relembrar-me pela segunda vez o momento de um passado próximo. Ele empurra-me para trás, acabando por cair sobre mim tal como da última vez.
Os nossos rostos mais uma vez perto um do outro. O azul com o verde, a sua língua a humedecer seus lábios, a nossas respirações novamente tão perto, o seu ar a ser o meu ar também. Parecia que estava a reviver aquele momento. Coloco ambas as minhas mãos nas suas bochechas e puxo os seus lábios para os meus. Era apenas aquela a diferença, da outra vez em posso relembrar-me que Will aparecera.
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The Shadow-Haunted
De TodoEsta é a história de Blair, uma rapariga que, na pior fase da sua vida, passa a sofrer de algo surreal, e Harry, um rapaz aparentemente normal, mas com um grande segredo, capaz de destruir todo o amor que ele possa criar. Eles vão mudar a vida um d...