Capitulo 49

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  “Estava tudo ótimo” ele pousa a colher do seu pudim, já terminado, sobre o prato

  “Não é preciso graxa, eu estou contigo. Ainda assim, por pouco não o comias queimado”

  “A culpa não foi só minha. E eu teria outras maneiras de te tornar minha namorada sem ser com graxa” aproxima-se do meu ouvido

  “Perverso” gargalho

  “Tu é que levaste para esse lado” retorna à sua posição direita na cadeira “De qualquer maneira, eu iria amar-te nem que fosses pior que a minha irmã na cozinha” massaja a minha mão sobre a mesa

  “Não a subestimes, ela é fantástica”

  Pego nos nossos pratos já em pilha e começo o meu caminho de volta à cozinha. Ouço a cadeira de Harry arrastar-se no chão da sala de jantar e sinto a sua presença atrás de mim, possivelmente a transportar a travessa da comida ou a bandeja do pudim de volta à cozinha.

  “Mas não para cozinhar, acredita em mim”

  Os pratos são colocados ao lado do lava-loiça, sobre a bancada mármore.

  “Mas seja como for, eu consigo ser melhor que tu”

  Olho-o a meu lado, a pousar a travessa onde o peru estava e dou gargalhadas falsas.

  “Tu duvidas?” encosta-se na bancada

  “Eu? Não, alguma vez?” rolo os olhos e sinto de imediato as suas mãos no meu corpo

  “Eu sou o melhor cozinheiro do Mundo”

  Ouço-o enquanto rio das cócegas que as suas mãos fazem contra a minha barriga e anca. Contorço-me de várias maneiras na tentativa de terminar com o que sentia mas ele consegue agarrar as minhas mãos atrás das costas e continuar.

  “E o mais convencido também” falo entre gargalhadas e ele para imediatamente

  As minhas mãos continuam presas por ele e estamos perto um do outro.

  “Tu vais arrepender-te de ter dito isso”

  Ele eleva o meu corpo nos seus ombros, num estilo de saco de batatas. Era a primeira vez que alguém me fazia tal coisa, que eu me lembrasse. Talvez a minha mãe mo tenha feito quando era ainda pequena, mas quando eu cresci ela não o pode fazer dando a desculpa, talvez verdadeira, de eu já ser muito pesada e o meu pai, ocupado como sempre foi, também nunca fez tal simples coisa. Ele certamente nunca pensou nisso, até. Dou por mim já sobre o sofá mas as mãos de Harry não voltam a fazer o mesmo de há segundos atrás.

  “O que foi?”

  “Nada” eu sei que ele não acreditou mas apresso-me a continuar “Mas tu meu amigo, já devias saber que eu sou a campeã ultimamente por isso vou ser eu a ganhar esta segunda luta de cócegas”

  “E se eu me atrever a roubar-te o título?”

  “Tu nunca o conseguirás” eu começo a beijar todo o seu pescoço e ele mantém-se intacto, ao qual eu aproveito para começar as minhas cócegas

  “Hey!” ele protesta e começa também o que fizera antes

  Estávamos assim sobre o sofá, mais ou menos um mês depois, a ter novamente uma luta de cócegas. Eu não me podia deixar de sentir feliz ao relembrar-me pela segunda vez o momento de um passado próximo. Ele empurra-me para trás, acabando por cair sobre mim tal como da última vez.

  Os nossos rostos mais uma vez perto um do outro. O azul com o verde, a sua língua a humedecer seus lábios, a nossas respirações novamente tão perto, o seu ar a ser o meu ar também. Parecia que estava a reviver aquele momento. Coloco ambas as minhas mãos nas suas bochechas e puxo os seus lábios para os meus. Era apenas aquela a diferença, da outra vez em posso relembrar-me que Will aparecera.

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