Capitulo 27

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  Recomponho-me no sofá e penso rapidamente numa resposta falsa para a pergunta de Harry. Eu não poderia contar-lhe a verdade, é certo que eu tivera falado do meu assunto com Katherine, mas com Harry era diferente.

  Apesar de ele ser meu namorado, nós só começamos a nossa relação hoje e eu conheço Katherine há anos. E para além disso, eu tinha medo da reação de Harry, é verdade que também tivera medo da reação de Katherine e, porém, lhe contara a verdade, mas com Harry era diferente. Eu não o conhecia assim tão bem, e agora que penso nisso, talvez esteja a apressar-me demasiado na nossa relação, mas eu amo-o e não quero correr o risco de o perder devido a um problema meu, um problema absurdo e inexplicável.

  “Blair, anda alguém a seguir-te?” ele agarra as minhas mãos fortemente e eu encaro o fundo dos seus olhos, perdendo-me no seu interminável prado de mistério

  Apenas abano a cabeça negativamente.

  “Tens a certeza? Eu preciso que tu me digas a verdade, eu quero-te em segurança”

  Silêncio instala-se. Estranho a reação de Harry. Era compreensível o facto de ele me querer em segurança, mas o medo que ele me transmita assustava-me. Porque é que ele parecia tão convicto de que alguém me andava a seguir?

  Como é que eu iria desculpar-me? Eu talvez pudesse adiar este assunto e dizer que nada se passava, apesar de ele certamente não ir acreditar em mim, mas contar-lhe a verdade estava totalmente fora de questão.

  “Não se passou nada” tento, esperando a sua resposta

 

  Ele simplesmente abana a cabeça negativamente.

  “Isso é mentira, tu não estavas bem, isso era claro em ti, tu estavas com pavor de algo” ele olha-me curioso e até mesmo desesperado, acho “Blair, por favor, conta-me a verdade” ele suplica e um nó aperta todo o meu coração “Anda alguém atrás de ti?”

 

  Eu não tinha outra escolha.

  “Sim…” encaro-o receosa

  Os seus maxilares contraem-se e ele solta-se de imediato do meu aperto. O que é que eu fui dizer?

  “Quer dizer, eu acho que sim…” tento não o deixar preocupado, algo que ia ser impossível

  Eu estava a deixar Harry num estado irreconhecível. Pânico, medo e raiva era o que eu pensava conseguir reconhecer em si. A minha mentira estava a causar isso nele, e eu sentia-me verdadeiramente mal, custava-me imenso mentir, principalmente a Harry, alguém que eu amava.

  “Como assim achas que sim? Por favor explica-te” ele embrulha a sua sandes colocando-a sobre o sofá e levanta-se brutamente

  Observava o seu corpo tenso, o seu corpo nu coberto de tatuagens a percorrer a sala de um lado para o outro, de frente para trás, mesmo à minha frente.

  “Há uns dias atrás, eu estava a andar na rua e senti-me observada. Pareceu-me ver um homem seguir-me e hoje de manhã tive o mesmo pressentimento de que estava a ser vigiada. Foi só isso” explico-me

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