Desligo a chamada e observo as horas no canto superior direito do ecrã do telemóvel. Passavam poucos minutos das 20h. Resolvi, então, levantar-me e ir até à cozinha, para jantar.
Abro o frigorífico e tiro a travessa com a comida que cozinhara na noite anterior. Retiro o que ainda lá se encontrava para um prato e coloco o mesmo dentro do microondas.
Ponho a travessa dentro da máquina de lavar louça e abro uma das gavetas da cozinha, de onde posso tirar faca e garfo, colocando-os em seguida sobre a bancada.
Pego num guardanapo e num copo que encho de água. Coloco-os sobre a bancada e ouço o aviso de que a comida acabara de aquecer. Abro o microondas e de lá tiro o prato ligeiramente quente, colocando-o no mesmo sítio em que pousara o resto da louça.
Sento-me e começo a comer. Levava o garfo à boca seguidamente e, por vezes, bebericava um pouco da minha água. Minutos depois encontrava-me já cheia e de prato limpo.
Arrumo tudo o que sujara e caminho até à sala. Não me apetecia tomar banho, visto que acabara de comer, e por isso decidi que na manhã seguinte acordaria um pouco mais cedo para me lavar.
Bato os meus pés no chão da sala até ao escritório. Abro lentamente a porta do mesmo, como se tivesse medo de que alguém lá estivesse. Após entrar no local, fecho a porta atrás de mim e vou até à secretária. Sento-me na grande cadeira.
Observava a chave e papel à minha frente. E se meu pai desse falta dos mesmos? Espero bem que pelo menos até ao próximo fim-de-semana ele não repare no que supostamente perdera.
Agarro na chave e olho para a gaveta fechada. Coloco o objecto dentro da fechadura, na esperança de que afinal este abrisse a mesma, mas segundos depois pude ter a certeza de que aquela era a chave errada.
E se em França, no apartamento de meu pai, não estivesse lá nada? Não tinha mais pistas ou hipóteses de onde poderia estar a chave misteriosa que abria aquela gaveta ainda mais misteriosa.
Bufo e ligo o computador. Retomo a minha procura por uma habitação no centro de Oxford e após cerca de 10 minutos parece que finalmente começava a ter alguma sorte com o caso.
Encontrara uma casa bastante bonita na cidade. Esta não era muito grande. Tinha uma cozinha, sala, dois quartos e duas casas-de-banho, uma em casa piso. A mesma ainda continha um sótão, era uma divisão provavelmente um pouco desnecessária, mas pensando bem, lá poderia colocar as coisas que já não uso mas que guardo por recordação. E melhor que tudo, a casa encontrava-se a poucos quarteirões do meu local de trabalho, do café onde Kath trabalhava e até da universidade, um sítio onde ainda tinha esperança de voltar.
Aponto o número de telefone que se encontrava ao lado da imagem da casa e em seguida desligo o computador, olhando de novo para a chave e papel. Não sabia bem o motivo, mas agarrei em ambos e saí do escritório com eles na mão, juntamente com o número de telefone.
Sento-me no sofá, colocando aquilo em que agarrava ao meu lado. Aponto o número escrito no papel no meu telemóvel e agarro no comando da televisão, ligando a mesma e depositando toda a minha atenção no que lá era representado.
Bocejo. Parecia que o sono me começava a atacar. O dia tinha sido cansativo, trabalhar numa loja como a SportsDirect poderia parecer fácil, mas a verdade é que não o era, e o facto de já não estar habituada a trabalhar complicava a situação.
Olho para as horas através do relógio pendurado na parede, e este marcava as quase 22h. Ainda era cedo, mas a verdade é que começava a sentir os meus olhos tornarem-se pesados.
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The Shadow-Haunted
RandomEsta é a história de Blair, uma rapariga que, na pior fase da sua vida, passa a sofrer de algo surreal, e Harry, um rapaz aparentemente normal, mas com um grande segredo, capaz de destruir todo o amor que ele possa criar. Eles vão mudar a vida um d...