Blair ouço uma voz e reparo que tinha adormecido. Abri lentamente os meus olhos, tentando habituar-me à pouca luz que pairava no quarto. Quando finalmente despertei, arregalei os meus olhos com aquilo que eles viam, ou melhor, não viam. O quarto estava vazio. Deduzi que tudo passa-se de um sonho e fechei os meus olhos, tentando adormecer novamente. Mais uma vez, alguém me chamava. Aquela voz. Era a mesma que eu tinha ouvido durante o meu estado de coma. Endireitei-me na maca, ficando sentada sobre esta e olhei para todo o quarto certificando-me de que me encontrava mesmo sozinha. Engoli em seco empurrei os cobertores de modo a destapar-me e levantei-me. O contacto dos meus pés descalços com o chão de azulejo causou-me arrepios e dirigi-me ao fundo da cama onde estavam os meus chinelos. Voltei a ouvir um som, mas já não era o mesmo. Desta vez era de novo aquela rajada de vento. Esta vinha de trás de mim. Respirei fundo e contei até três para mim mesma, preparando-me para me virar. Quando a contagem chegou ao fim, rodei o meu corpo. Assim que encarei a porta, foi como se um manto preto caísse em cima de mim e me derruba-se, caindo de costas no chão, como me acontecera dias antes. Mais uma vez, foi como se o mundo tivesse acabado naquele preciso momento.
2 dias depois
Tens a certeza de que vais ficar bem? Will volta a perguntar
Está descansado sorri-lhe enquanto pegava na minha mala, ao que se parece esta resistiu ao acidente, assim como todos os meus pertences que tinha naquele dia. Uma enfermeira com cerca de 40 anos entra no quarto e diz alguma coisa a Will que eu não consegui decifrar e apenas limito-me a dobrar a camisa de dormir do hospital e a colocá-la sobre a maca.
Ele já está lá em baixo o rapaz com o qual tinha criado uma amizade nestes poucos dias disse. Encaro-o e posso ver que a enfermeira já abandonou o local.
Quem? arregalo os olhos
O teu pai. Tu não lhe ligas-te para ele te vir buscar ou assim?
O meu pai? O que é que ele faz aqui? Eu não lhe disse nada! elevo um pouco o meu tom de voz devido à raiva que sentia naquele momento e saio pela porta do quarto direita à receção, guiando-me pelas placas que iam aparecendo nos corredores
Blair, espera! ouço Will atrás de mim em passo acelerado
Como é que o meu pai soube que eu estava aqui? Pior que tudo. O que é que ele faz aqui? Ele nunca se preocupou comigo em toda a sua vida, por isso o que é que ele fazia aqui?
Parei quando finalmente avistei a receção e procurei o homem. Pude encontrar o seu corpo alto, encostado a uma parede enquanto este olhava atentamente para o seu telemóvel. Respirei fundo e dirijo-me de imediato até ele.
Mas o que é que tu fazes aqui? disparo contra ele e este olha-me com admiração, colocando o objeto que tinha nas mãos no bolso das calças.
Eu vim-te buscar ele está calmo
Porquê? digo baixo abanando a cabeça negativamente, por não estar a perceber como é que ele é capaz de estar ali, diante de mim
Bem ele tenta encontrar palavras para me responder Tu és minha filha, não é verdade? dito isto, deixo o meu queixo cair e a raiva começa a apoderar-se de mim. Apesar de tudo o que estava a sentir, tentei controlar-me. Não era num hospital que eu ia ter esta conversa com o meu pai. Dirigi-me até Will que se encontrava atrás de mim. Quando os nossos corpos estavam frente a frente, eu fechei os meus olhos suspirando em seguida, com o meu rosto virado para o chão amarelado.
Eu vou-me embora dou-lhe um sorriso fraco, encarando-o
Não queres que eu te leve? tive a impressão de que ele iria dizer mais alguma coisa e cortei-o
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The Shadow-Haunted
RandomEsta é a história de Blair, uma rapariga que, na pior fase da sua vida, passa a sofrer de algo surreal, e Harry, um rapaz aparentemente normal, mas com um grande segredo, capaz de destruir todo o amor que ele possa criar. Eles vão mudar a vida um d...