The Shadow-Haunted

Capitulo 73

 Não me lembro da última vez em que me senti tão mal, a minha cabeça martelava imenso, sentia-me zonza e completamente sem forças. O meu estômago fazia barulho, eu tinha imensa fome mas estava mutuamente maldisposta. Forço os meus olhos a abrirem, eles pareciam doridos, como se tivesse sido espancada. O cheiro a mofo entrava pelas minhas narinas de uma forma horrível e eu sentia o molhado debaixo de mim.

Mais uma vez não sei onde estou e isso é frustrante, o facto de saber que sou levada para aqui e para ali como se não fosse ninguém, sem puder dizer se quero ou não, é nada para qualquer pessoa. O espaço quadrangular é pequeno, escuro e húmido. O seu aspeto era assustador e eu parecia ter sido deixada no mais longínquo fim do mundo, onde ninguém me poderia encontrar. Haviam três frestas no topo da parede à minha frente, deixando entrar uma luz tão fraca que eu quase a poderia confundir com a escuridão. Os meus ossos estalam alto quando eu me tento levantar e é impossível eu continuar com as dores horríveis nas minhas costas. Tento recordar o que me deixou assim, as imagens não são completamente claras, há momentos que eu não me consigo lembrar com facilidade. Quando entrei numa sala desencontrada deste sítio, algo vistoso. Eu dancei para um homem, Dixon, isso eu recordava sem problemas. Depois eu tentei fugir por duas vezes e fui sempre apanhada. Caio na cama, um comprimido desce pela minha garganta. O doutor está em cima de mim, a despir-me e a tornar-me sua sem eu me aperceber. Sinto agora uma tontura, era tudo muito vago aí. Ele bateu-me com algo de metal depois de eu ter caído de costas. Depois... depois é deplorável porque eu não me lembro bem. Ele mandou-me olhar para ele e... eu não queria mas... eu olhei. Há vultos de mim agachada no chão, uma gravata no meu pescoço. As minhas mãos atadas à cama e pergunto-me se essas não serão imagens da última vez que me violaram. Mas... não, ele violou-me. Sim, eu lembro-me de quando eu adormeci naquela cama depois de ele sair. As suas últimas palavras eram fáceis para mim. Foi muito bom Blair, em breve repetimos. E depois vem tudo como marteladas nas laterais da minha cabeça. Eu deixei que ele se envolvesse comigo sem qualquer hesitação, deixei-me ser dele, obedeci-lhe, era doloroso dizer isto para mim mas eu senti prazer com ele, com a dor que ele me transmitiu. Oh céus, aquele comprimido... aquilo era algo com o efeito de submissa?

"Finalmente" salto no pequeno colchão debaixo do meu corpo

Há uma luz amarelada acima de mim que se acende, tento habituar-me à ela, tentar reconhecer quem está aqui comigo. Mas aquela voz... ele. A lâmpada estava partida, o som do fio que a prendia no ar a ranger, sentia que a qualquer momento poderia cair em cima de mim.

Os seus pés movem-se sem quaisquer problemas à minha frente, ele vai até a uma parede, depois volta, e o seu movimento repetitivo começa a deixar-me tonta. Dirige-se depois até mim, vejo o seu corpo agachar-se à minha frente, o sou rosto nojento perto do meu. A sua mão vem de encontro à minha face e assim que a sua pele toca na minha eu afasto-me. Este homem era a pior pessoa à face do mundo. Ouço a sua risada sínica.

"Ontem à noite não era essa a tua atitude" se eu a pudesse decidir...

A sua mão puxa o meu rosto de novo com brutidade, o meu coração acelera numa questão de menos de segundos. Agora ele pode passar os seus dedos na minha bochecha, no meu queixo, o polegar nos meus lábios e algo a subir pela minha garganta. Engulo em seco. Eu estava com medo.

"Tu não queres aqueles comprimidos outra vez, pois não?" nego com a cabeça rapidamente, o meu corpo tremia "Muito bem" os seus lábios tocam nos meus e eu sinto uma lágrima percorrer o meu rosto, tento manter o meu corpo quieto

Parecia que de cada vez que ele me tocava todas as imagens, as sensações horríveis das duas vezes que ele me violou voltavam. Ele tinha todo o poder perante mim, ele podia fazer de mim o que quisesse e eu não o podia impedir, não podia negar qualquer coisa. Não havia nada do meu lado...