Capitulo 6

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  Quando entro no edifício, deparo-me com uma pequena receção onde se encontra uma mulher já de certa idade, com uns longos cabelos brancos.

  “Desculpe, onde é que eu posso falar com o psicólogo Andrew Dixon?” digo o nome do psicólogo que vira na tabuleta da rua, quando alcanço a senhora

  “É só subir estas escadas e seguir em frente pelo corredor. Vai encontrar um sala de espera e ele logo a chamará. “ a senhora dá-me as indicações enquanto aponta por onde eu tenho de passar “Como é que a menina se chama, por favor?” encaro-a

  “Blair. Blair Morison” corrijo-me

  “Muito bem” diz enquanto aponta algo num caderno “Preencha esta ficha, se fizer favor ” ela coloca uma folha sobre o balcão

 Preencho a mesma com o meu nome, número de telefone, morada e outras alíneas em que perguntavam algo sobre mim ou a razão de eu estar naquele sítio.

  “Aqui tem” digo enquanto devolvo a folha à senhora

  “Obrigada. Agora é só esperar um bocadinho e o Dr.Dixon já a chama” ela oferece-me um sorriso e eu retribuiu

 Segui pelo corredor referido anteriormente e no fundo deste pude encontrar uma sala. Esta tinha cadeiras encostadas nas duas paredes laterais e nas outras duas havia uma porta em cada uma, por isso imaginei que talvez houvesse dois psicólogos. Num dos cantos, havia uma televisão presa no teto, enquanto que no centro da sala havia uma pequena e baixa mesa de madeira com aquilo que me pareciam ser diferentes tipos de folhetos informativos.

 Decidi ler um para ocupar o tempo, visto que se encontravam mais algumas pessoas à minha frente e eu calculava que cada consulta demorasse algum tempo. Baixei-me um pouco, de maneira a agarrar num pequeno papel azul marinho que se encontrava sobre a mesa. Olhei para as grandes letras brancas que cobriam a folha e pude perceber que o folheto se referia a uma doença chamada esquizofrenia.

  Foi então que um inesperado barulho fez com que os habituais calores percorressem toda a minha pele. Mas desta vez era diferente. Num mês inteiro com vários ataques que já tivera, desta vez o som era diferente. Ainda era a habitual rajada de vento mas desta vez, para além de ser mais suave, não houveram umas seguidas às outras. Houve apenas um único som e devido a isso este proveio de um único sitio. O meu lado direito. Rodei lentamente a minha cabeça e pude encarar a tão esperada sombra. Hesitei um pouco, mas combati contra o meu próprio medo e dei um passo na direcção desta. Nada aconteceu. Depois de um vieram mais, e quando dei por mim encontrava-me a cerca de um metro daquilo que tanto me assombrava nos últimos tempos.

 Era tão estranho. Era como se desta vez ela estivesse morta. Como se estivesse imóvel e sem alguma maneira de comunicar comigo como antes. Era como se ela tivesse vida enquanto aqui chegou e de repente foi destruída por algo ou alguém e ficou ali, estática naquela parede cor branco sujo. Talvez ela não me voltasse a atormentar e simplesmente se tenha cansado de me perseguir.

  “Desculpa” uma voz interrompe os meus pensamentos. Olhei para baixo e pude encarar um maravilhoso ser de olhos verdes. O seu cabelo era encaracolado e lindamente puxado para trás na parte de cima. Os seus lábios eram de um rosa apaixonante enquanto que estes eram finos mas estranhamente perfeitos. O seu corpo estava cobrido por um grande casaco verde-escuro e por baixo deste estava uma camisola cinzenta. Umas calças pretas bastante justas percorriam as suas finas pernas e nos seus pés estavam calçadas umas botas também pretas, ligeiramente bicudas à frente. E algo estranho foi provocado em mim. Algo percorreu a minha espinha de cima a baixo e senti as minhas bochechas mais quentes do que o habitual.

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