João: Minha menina, minha Aninha! - Veio me abraçar e eu levantei a mão mandando ele parar.
Ret: Quer que eu fique aqui com você?
Anna: Não precisa amor, eu quero conversar com ele sozinha. - Ele assentiu.
Todos saíram da sala sobrando só eu e ele.
João: Cadê a sua irmã? Por que ela não veio com você?
Anna: Ela não quis. - Ele assentiu meio triste.
João: Qual o nome dela?
Puta merda homem, tu não sabe nem o nome da tua própria filha.
É de se foder viu.
Anna: Carol.
João: Esse é o apelido, quero saber o nome dela mesmo.
Anna: Anny Carolaine.
João: Lindo nome, a sua mãe sempre teve muito bom gosto.
Anna: Menos no dia que se casou com você.
João: Você tem toda razão em sentir ódio de mim, filha! Eu nunca fui um pai bom pra você e no final acabei de abandonando. - Suspirei.
Anna: Eu não tenho ódio de você, João! Tudo que um dia você fez comigo, com a minha mãe e com a minha irmã, alguém vai fazer com você. Tudo que você faz de ruim aqui na terra, você paga!
João: Eu já paguei minha filha, depois que eu fui embora eu me afundei ainda mais na cachaça, virei mendigo, fui preso por roubo e comi o pão que o diabo amassou dentro da cadeia.
Anna: Foda.
Eu não conseguia sentir pena.
Tudo que a gente planta, a gente colhe!
João: Eu sei que não tenho o direito de te pedir nada mas eu preciso pedir o seu perdão, eu me arrependo tanto de ter perdido tantos anos da sua vida e da vida da sua irmã e eu só te peço que me perdoe, eu preciso do seu perdão pra viver em paz. - Uma lágrima desceu do seu rosto e eu sentir um nó na garganta.
Nesse momento minha irmã invade a sala com o Miguel que tentava puxar ela.
Carol: Eu só vim aqui pra te dizer que você é um merda, que você é a pessoa que eu mas odeio no mundo e que eu tenho nojo de olhar na sua cara! Por que você voltou hein? Satanás gosta mesmo de me atentar, quando ele não vem ele manda o secretário. - Ela tinha bebido, sentir o bafo de cachaça de longe.
João: Eu te entendo, você tem toda razão em me odiar, eu não te peço o teu perdão por que eu sei que não vai mudar o que eu fiz, mas eu tô arrependido de verdade e se um dia vocês duas puderem me perdoar eu tô disposto a conhecer vocês, mesmo que seja tarde pra isso. - Falou triste e minha irmã começou a chorar.
Miguel levou ela lá pra fora.
Anna: Eu te perdoo por que eu não gosto de guardar raiva de ninguém, mas isso não significa que eu vou morrer de amores por você, não vai chegar nem perto disso. Apenas vamos ter uma relação saudável até por que querendo ou não você é namorado da minha sogra e eu vou ter que ver você sempre, mas é só isso. - Ele assentiu.
João: Entendo e respeito, meu amor. - Abaixou a cabeça.
Anna: Eu vou ver como tá a minha irmã, boa noite. - Falei e sair.
Respirei fundo e olhei pro lado vendo a Carol sentada na calçada e o Miguel que falava alguma coisa pra ela.
Anna: Vamos pra casa amor? - Falei com ela que negou rapidamente.
Carol: Que pra casa o que Anna, vamos voltar pro bar. - Se levantou.
Anna: Você tá bem mesmo?
Carol: Eu tô ótima, melhor que nunca. - Beijou minha bochecha e saiu na frente.
Chegamos no bar e eu já pude ouvir de longe os meninos falando tudo de uma vez, como sempre.
E a música alta tocando pagode.
L7: Fofoca daquelas Aninha. - Falou assim que eu sentei na mesa.
Anna: Começou... - Filipe deu um beijo na minha bochecha.
Miguel: Conta logo Léo Dias.
L7: Léo Dias teu cu.
Miguel: Tá bom, Fabíola Reipert. - Todo mundo riu e o Lennon deu os ombros.
L7: Foda-se. Sabem o Acerola que trabalha na boca 09? - Assentimos. - Descobriu que a mulher colocava chifre nele com um cara do Complexo do Alemão e deixou ela carequinha na rua da casa deles hoje mas cedo. Foi babado, vocês tinham que tá lá. - Falou todo agitado, como sempre.
Ret: A gente tem o que fazer porra.
L7: Eu também tenho patrão, mas olhar a vida dos outros é uma coisa sagrada.
Azzy: Acerola fez esse show todo no meio da rua e quando ela quis ir embora ele não deixou, o típico de corno que raspa o cabelo da mulher, mata o amante dela e no final continua com ela, corno manso.
Galo: Geral sabia que ele não ia deixar ela ir embora, ele é louco por aquela mulher.
Ret: Nunca vi povo tão fofoqueiro. - Revirou os olhos.
Bruna: Quando essa turma se junta, o nome de geral da Rocinha passa por essa roda de fofoca.
Continuamos conversando até começar a tocar Exaltasamba e eu puxar o Filipe pra dançar.
Anna: Até o sol quis ver de onde vem tanta luz, nosso amor tem poder, fogo que nos conduz... - Cantei olhando em seus olhos.
Ret: Olha só como é bom amanhecer assim, nosso amor tem o dom de superar o fim... Sei cantar essa porra mas não. - Dei risada e em seguida um beijo lento e demorado.
“A gente briga por besteira, mas aceito o seu jeito.” 👫❤
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Estrella Guia
FanfictionRocinha - Rio de Janeiro 📍 "𝘊𝘰𝘮 𝘦𝘭𝘢 𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘵𝘦𝘮 𝘮𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘪𝘯𝘤𝘳𝘪𝘷𝘦𝘪𝘴, 𝘤𝘰𝘮 𝘦𝘭𝘢 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘮𝘦𝘶𝘴 𝘴𝘰𝘯𝘩𝘰𝘴 𝘴𝘢𝘰 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘱𝘰𝘴𝘴𝘪𝘷𝘦𝘪𝘴"