Capítulo 55

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Carol: Ela tá com 39 de febre... - Falou assim que eu cheguei em casa.

Anna: Quando eu sair ela tava boa - Corri pra perto dela e coloquei a mão na testa e no pescoço dela, ela tava se queimando de febre - Tu deu o remédio dela?

Carol: Dei quase agora. - Assenti - Ela tava delirando, chamando por tu e pelo pai. - Respirei fundo e peguei ela no colo.

Anna: Bia? - Ela abriu os olhos - Eu tô aqui tá? Vou cuidar de você, meu amor.

Bia: Cadê meu papai? Ele não vem? - Falou com a voz fraquinha.

Anna: Ele vem minha princesa, mas não agora. - Falei com a voz falha.

Bia: Ele me abandonou igual a minha mãe? - Isso me matou por dentro, olhei pra Carol que também tinha a mesma reação.

Anna: Ele nunca vai te abandonar, ele te ama muito, mais do que tudo nesse mundo, você entendeu? - Ela assentiu - Ele não pode tá aqui agora mas ele me pediu pra cuidar de você, mas daqui a uns dias ele vem ficar com a gente, tá? - Ela balançou a cabeça.

Bia: Você é a melhor mamãe do mundo.
- Meu olho encheu de lágrimas na hora, nunca imaginei ver ela me chamando de mamãe, parece que todos os meus problemas ficaram pequenos diante desse gesto verdadeiro de amor.

Fiquei com ela até a febre baixar e ela finalmente pegar no sono.

Tomei um banho, vesti um short de pano e uma camisa do Filipe pra sentir ele pertinho de mim, que saudade eu tô do meu nego. Não vejo a hora dele sair daquele inferno e vim ficar comigo e com a nossa menina.

Desci as escadas vestindo o casaco e na sala estavam a Carol, Pri e Galo.

Sentei no sofá olhando pro Galo sentado no chão.

Anna: Como tá o Lennon? - Com toda essa confusão esqueci de perguntar por ele.

Galo: Bem até demais. Adivinha quem tá lá em casa tomando conta dele?

Anna: Quem? - Perguntei curiosa.

Galo: Bruna - Abrir a boca surpresa junto com as meninas.

Priscila: Tão se pegando? - Gustavo assentiu - Uau.

Carol: Sempre soube, faz tempo que ele tá com intenção nela pô, ela que nunca percebeu.

Anna: Percebia sim viu filha, ela apenas se fazia de difícil.

Carol: Se fazer de difícil pra um gostoso daquele? - Gustavo olhou pra ela de cara feia - Não tô falando nenhuma mentira, Gustavo. Mas o Lennon é meu irmãozinho, nunca tive intenção nele. Mas que ele é gostoso, isso ele é. - Dei risada vendo o Gustavo revirando os olhos enquanto a Carol olhava pra unha com olhar de deboche.

Anna: Cadê o Leonardo? - Perguntei a Pri que alisava a barriga por cima do vestido.

Priscila: Tá na boca, diz ele que tem muita coisa pra resolver lá, mas nem pergunto, não gosto de me intrometer nos assuntos dele.

Carol: Vocês voltaram? - Sentou no chão do lado do Gustavo que deitou no colo dela.

Priscila: Sei lá, eu acho que sim, penso que não.

Anna: Já decidiram o nome do meu afilhado pelo menos? - Ela assentiu.

Priscila: Depois de muito discutir decidimos que o nome dele vai ser Tauã. Na verdade eu decidir sozinha, Leonardo ainda insiste na ideia de colocar o nome dele no menino.

Passamos a noite aqui jogando conversa fora pra tentar esquecer os problemas, mas era quase impossível.

***

1 semana depois

Anna: Vocês disseram que ele ia ser solto logo, já faz uma semana que ele tá preso. - Falei revoltada com o Fantasma que me olhava sem paciência sentado na cadeira do Filipe.

Fantasma: Anna namoral, deixa de encher o saco caralho! Eu não sei quando ele vai sair daquela porra não.

Anna: Nem fazer uma visita a ele eu posso?

Fanstama: Não, o Major tá embaçando e não tá deixando ninguém vistar o Ret. - Nesse momento o celular dele chegou mensagem e ele olhou dando um pequeno sorriso - Fica aqui, vou ter que ir ali e já volto. - Se levantou.

Anna: Vai aonde? Aconteceu alguma coisa com a Pri?

Fantasma: Não, relaxa! Vou ali na boca 9 resolver umas paradas e já volto. - Deu pra perceber que ele tava mentindo, mas não questionei e ele saiu.

Alemão: Ei patroa - Entrou na boca minutos depois que o Leonardo saiu - A Dona Luísa tá aí fora querendo falar com tu.

O que a mãe da Jhenniffer quer comigo?

Anna: Manda ela entrar - Ele saiu e ela entrou - A senhora queria falar comigo?

Luísa: Desculpa te incomodar, minha filha, mas é urgente. - Já fiquei preocupada.

Anna: Pode falar.

Luísa: A Jhenniffer perdeu o bebê no dia da invasão.

Anna: Poxa, sinto muito. - Não gostava dela mas estava sendo sincera - Mas ela tá bem?

Luísa: Tirando a parte que ela queria muito ter esse filho, sim, ela está bem. - Sei muito bem o motivo que ela queria ter esse filho. - Então Anna, o Ret disse que a gente só ficaria aqui até a Jhenni ter o bebê e agora que ela perdeu ele vai nos expulsar, eu queria te pedir que por favor converse com ele pra ele não fazer isso.

Anna: Eu sinto muito dona Luísa, mas ele que é o dono da favela, eu não me meto nas decisões dele não.

Luísa: Por favor Anna, eu sei que você é a única pessoa capaz de fazer o Ret mudar de idéia. Eu tenho uma mãe doente em casa, eu vendo as minhas coisinhas, tenho uma boa clientela aqui, meu marido não me ajuda em nada, só faz beber e as vezes até me bate... - Deixou algumas lágrimas caírem - Sair daqui agora ia atrapalhar muito a minha vida. Eu sei que você não gosta da minha filha mas eu te prometo que ela não vai mas te incomodar e nem incomodar o Ret, se ela fizer isso eu sou a primeira a expulsar ela de casa. Conversa com ele, por favor. - Me implorou e eu tive pena dela.

Anna: Eu não garanto que vou conseguir, mas eu vou tentar fazer ele mudar de idéia. Assim que ele for solto, eu converso com ele. - Ela sorriu e veio me abraçar.

Luísa: Obrigada minha filha, muito obrigada.

Anna: Não precisar agradecer... E por favor saia desse relacionamento doentio, a senhora não merece tá passando por isso. - Ela assentiu e saiu.

Vou falar com o Filipe, mas espero não me arrepender por isso.

Xxx: Eai amor - Ouvir a voz rouca atrás de mim e sorrir sem acreditar.

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