Capítulo 51

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Anna 🦋

Tava no quarto brincando com a Bia quando ouvir o barulho de tiros e os fogos logo em seguida.

Sair do quarto correndo com ela e já vi a tia Adriana com a mão no coração e respirando fundo.

Azzy: Beleza - Saiu do quarto falando no raidinho - Os verme invadiram o morro - Entrou quarto novamente e saiu com um fuzil.

Eu estava muito nervosa, pensava no Filipe e nos outros meninos o tempo inteiro. Desde que eu vim morar aqui nunca teve uma invasão, nem de polícia, nem dos morros inimigos.

Adriana: Pra onde você vai, Isabela? - Perguntou quando viu a Azzy com o fuzil.

Azzy: Vou ajudar os meninos - Tia Adriana negou com a cabeça.

Adriana: Você não vai sair daqui, já não basta o meu sofrimento em saber que seu irmão tá no meio dessa guerra, você não vai sair daqui - Falou firme.

Azzy: Desculpa mãe, mas essa é a minha vida assim como também é do Filipe. Os meninos estão precisando de mim, eu tenho que ir ajudar.

Adriana: Me escuta pelo menos uma vez na sua vida, não vai - Segurou o braço dela.

Azzy: A mesma oração que você faz para o Filipe eu te peço que faça por mim - Beijou a cabeça da mãe - A gente vai ficar bem, te amo - Abriu a porta e saiu.

Adriana: Isabela, não vai... - Colocou a mão no rosto chorando e eu percebi que ela estava pálida e passando mal.

Corri na cozinha e fiz uma garapa pra ela.

Anna: Toma tia, bebe - Entreguei pra ela que tomou de uma vez.

Adriana: Dói tanto Anna, ver meus dois filhos no meio de uma guerra dessas - Fechei os olhos ouvindo os tiros cada vez mais próximos - Eu imploro a Deus pelas vidas dos dois e dos outros meninos também, mas a vida deles é uma incerteza, eu nunca sei se eles realmente vão voltar vivos pra casa - Abracei ela que estava chorando e acabei chorando junto.

Anna: Se acalma tia, vamos ter fé que nada vai acontecer com eles, todos vão voltar bem e vivos desse confronto - Ela assentiu enxugando as lágrimas.

Adriana: Vou fazer minha oração no quarto, ore por eles também - Se levantou indo para o quarto e eu fui para o quarto da Bia vendo ela toda encolhida no chão e chorando.

Fechei a porta pra abafar o som dos tiros, não aguentava mais ouvir aquilo.

Anna: Porque você tá chorando, meu amor? - Sentei do lado dela.

Bia: Toda vez que esses barulhos começam o meu pai volta pra casa machucado e as vezes ele demora muito tempo pra voltar, eu tenho medo de ficar sem meu papai - Veio pra o meu colo e me abraçou pelo pescoço.

Anna: Oh meu amorzinho, não fica assim, você não vai perder seu pai nunca - Fiquei fazendo cafuné nela que ainda choramingava.

Fiquei ali fazendo uma oração silenciosa mas com muita vontade de chorar, mas eu tinha que ser forte pela Bia.

Peguei meu celular e entrei no grupo de Whatsapp com a Carol, Priscila e Miguel.

Whatsapp on

Anna: Meninas, como vocês estão?

Pri: Eu tô com muito medo, eu nunca tinha visto uma guerra como essa.

Anna: Calma Pri, tenta se acalmar pelo nosso menino.

Carol: Tô trancada no salão com as meninas, os tiros estão quebrando a vidraça.

Anna: Meu Deus.

Mimi: O que tá acontecendo gente?

Anna: A polícia invadiu a rocinha.

Mimi: Senhor amado, vou orar por vocês.

Anna: Obrigada amigo.

Whatsapp off

Desliguei o celular e coloquei a mão no rosto respirando fundo, eu tava tão nervosa que o ar estava pesando e meu coração parecia que ia sair pela boca de tão acelerado que estava.

Olhei pra Bia que estava calada mas mesmo assim muito inquieta.

Anna: Você quer alguma coisa?

Bia: Eu quero água.

Anna: Eu vou buscar pra você - Ia me levantar quando ela pegou no meu braço.

Bia: Não precisa, eu vou - Se levantou e saiu toda tristinha.

Eu já estava acostumada com esses confrontos, no Vidigal só era o que tinha.

Mas dessa vez era diferente, lá estava o homem que eu amo, meus amigos e minha cunhada.

Eles já estão acostumados a esse tipo de coisa mas é como a tia Adriana falou, a vida deles é uma incerteza.

Eles saem de casa todos os dias, mas nunca sabem se voltam.

Abrir a porta do quarto e voltei a ouvir os barulhos de tiro e junto a eles a voz do Filipe gritando.

Ret: BIAAAAAAAAAAA - Meu coração deu um baque e a tia Adriana saiu da área da piscina correndo.

Adriana: Cadê a Beatriz?

Anna: Ela saiu pra beber água mas ela não está aqui - Olhamos pra porta da frente que estava aberta e já bateu o desespero.

Adriana: Ai meu Deus, não - Saiu correndo pra fora e eu fui atrás dela.

Os tiros tinham cessados e a rua estava cheia de gente, de um lado estava o Filipe no chão com um polícial pisando o pescoço dele.

Do outro estava a Dani chorando em cima do corpo do Caveira que estava coberto de sangue.

E do outro estava o corpo da Bia desacordada no chão, a Azzy e a tia Adriana gritavam tentando reanimar ela.

Tinha acontecido um massacre, tinha corpos espalhados por toda parte.

Anna: Amor - Tentei me aproximar do Filipe mas os policiais me seguraram.

Ret: Eu vou ficar bem Anna, cuida da Beatriz por favor.

Xxx: Essa é a tua mulher? Gostosinha até - Me olhou de cima a baixo, nojo.

Ret: Tua mulher vai achar gostoso quando receber tua cabeça numa bandeja filho da puta - Falou antes de ser levado pelos policiais e jogado na mala do carro como um animal.

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